“Com dificuldades para dar garantias nos megaprojetos de infraestrutura de que participa, o grupo paulista contrata Banco do Brasil, Votorantim e BTG Pactual para vender parte de suas concessões rodoviárias.
A família Bertin fez barulho nos últimos anos ao participar dos maiores negócios de infraestrutura no País. Desde 2008, o grupo, que começou sua trajetória com frigoríficos em Lins, no interior paulista, tornou-se um dos maiores sócios privados da hidrelétrica de Belo Monte, surpreendeu ao ganhar dois trechos do Rodoanel, em São Paulo, e arrematou os direitos para construção de mais de 30 termelétricas. Mas, na hora de apresentar garantias e iniciar a construção dos empreendimentos, o poder de fogo do Bertin vem se revelando bem menor que sua ambição.
Em meio à profusão de projetos para os quais não dispõe de recursos suficientes, o grupo, liderado pelo empresário Reinaldo Bertin, tenta vender participações em seus únicos ativos de infraestrutura que já geram caixa.
Reinaldo Bertin: depois de desistir da hidrelétrica de Belo Monte, grupo tenta obter recursos para financiar as apostas no Rodoanel e em outros projetos de energia Banco do Brasil, Votorantim e BTG Pactual foram contratados para vender até 40% da participação detida pelo Bertin em três rodovias: dois trechos da antiga Marechal Rondon, chamados Rodovias das Colinas e Tietê, no Estado de São Paulo, e a MG-050, em Minas Gerais.
Segundo fontes de mercado, investidores como a Ecorodovias e CCR foram consultados. Também estariam sendo oferecidas a investidores usinas termelétricas. Os bancos estão antecipando ao Bertin os recursos para pagamento de R$ 370 milhões em garantias, devidas no início de março, para assinatura do contrato dos trechos Leste e Sul do Rodoanel de São Paulo. Os bancos e o Bertin não deram entrevistas sobre o assunto.
A estratégia do Bertin em infraestrutura sempre foi polêmica e gerava críticas de investidores mais tradicionais. O grupo vendeu há dois anos seus frigoríficos, que estavam em dificuldades, ao JBS, com a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Assusta quando um grupo familiar diversifica os negócios de forma muito rápida", afirma uma fonte do mercado financeiro que prefere não se identificar. O erro de cálculo mais rumoroso do Bertin foi a participação na hidrelétrica de Belo Monte. Um dos maiores sócios do consórcio vencedor, o grupo desistiu da empreitada há duas semanas.
Na área de rodovias, a oferta para a concessão dos trechos Sul e Leste do Rodoanel foi considerada extravagante pelos concorrentes. O Bertin ofereceu um deságio de 63% na tarifa de uma obra que exige investimentos de R$ 5 bilhões.
O segundo consórcio classificado, o da Serveng e Encalso, ofereceu deságio de 12%. O edital determina que a obra seja entregue em 36 meses. "As garantias são ‘perfumaria' perto do cheque de R$ 4 bilhões que o Bertin vai precisar", diz um executivo do setor. Terminada a obra, o grupo exploraria os dois trechos pelo prazo de 35 anos.
A estratégia na área energética também apresentou problemas. O Bertin tem concessões para operar 33 termelétricas e conquistou a simpatia do governo federal ao oferecer tarifas baixas nas usinas de emergência, licitadas em 2008.
Mas recebeu multas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por atraso na construção e operação. Suas projeções de rentabilidade eram otimistas, assumindo um baixo custo do óleo e períodos de operação mais curtos.
Quanto menos tempo as usinas operam, maior o rendimento, já que o operador recebe uma taxa fixa quando a usina está parada. "É um negócio de alto risco", conta um executivo que participou da licitação. Resta saber se a segunda fase da estratégia do Bertin em infraestrutura, agora sem a boa vontade oficial e buscando dinheiro no mercado, será bem-sucedida.
A família Bertin fez barulho nos últimos anos ao participar dos maiores negócios de infraestrutura no País. Desde 2008, o grupo, que começou sua trajetória com frigoríficos em Lins, no interior paulista, tornou-se um dos maiores sócios privados da hidrelétrica de Belo Monte, surpreendeu ao ganhar dois trechos do Rodoanel, em São Paulo, e arrematou os direitos para construção de mais de 30 termelétricas. Mas, na hora de apresentar garantias e iniciar a construção dos empreendimentos, o poder de fogo do Bertin vem se revelando bem menor que sua ambição.
Em meio à profusão de projetos para os quais não dispõe de recursos suficientes, o grupo, liderado pelo empresário Reinaldo Bertin, tenta vender participações em seus únicos ativos de infraestrutura que já geram caixa.
Reinaldo Bertin: depois de desistir da hidrelétrica de Belo Monte, grupo tenta obter recursos para financiar as apostas no Rodoanel e em outros projetos de energia Banco do Brasil, Votorantim e BTG Pactual foram contratados para vender até 40% da participação detida pelo Bertin em três rodovias: dois trechos da antiga Marechal Rondon, chamados Rodovias das Colinas e Tietê, no Estado de São Paulo, e a MG-050, em Minas Gerais.
Segundo fontes de mercado, investidores como a Ecorodovias e CCR foram consultados. Também estariam sendo oferecidas a investidores usinas termelétricas. Os bancos estão antecipando ao Bertin os recursos para pagamento de R$ 370 milhões em garantias, devidas no início de março, para assinatura do contrato dos trechos Leste e Sul do Rodoanel de São Paulo. Os bancos e o Bertin não deram entrevistas sobre o assunto.
A estratégia do Bertin em infraestrutura sempre foi polêmica e gerava críticas de investidores mais tradicionais. O grupo vendeu há dois anos seus frigoríficos, que estavam em dificuldades, ao JBS, com a ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"Assusta quando um grupo familiar diversifica os negócios de forma muito rápida", afirma uma fonte do mercado financeiro que prefere não se identificar. O erro de cálculo mais rumoroso do Bertin foi a participação na hidrelétrica de Belo Monte. Um dos maiores sócios do consórcio vencedor, o grupo desistiu da empreitada há duas semanas.
Na área de rodovias, a oferta para a concessão dos trechos Sul e Leste do Rodoanel foi considerada extravagante pelos concorrentes. O Bertin ofereceu um deságio de 63% na tarifa de uma obra que exige investimentos de R$ 5 bilhões.
O segundo consórcio classificado, o da Serveng e Encalso, ofereceu deságio de 12%. O edital determina que a obra seja entregue em 36 meses. "As garantias são ‘perfumaria' perto do cheque de R$ 4 bilhões que o Bertin vai precisar", diz um executivo do setor. Terminada a obra, o grupo exploraria os dois trechos pelo prazo de 35 anos.
A estratégia na área energética também apresentou problemas. O Bertin tem concessões para operar 33 termelétricas e conquistou a simpatia do governo federal ao oferecer tarifas baixas nas usinas de emergência, licitadas em 2008.
Mas recebeu multas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por atraso na construção e operação. Suas projeções de rentabilidade eram otimistas, assumindo um baixo custo do óleo e períodos de operação mais curtos.
Quanto menos tempo as usinas operam, maior o rendimento, já que o operador recebe uma taxa fixa quando a usina está parada. "É um negócio de alto risco", conta um executivo que participou da licitação. Resta saber se a segunda fase da estratégia do Bertin em infraestrutura, agora sem a boa vontade oficial e buscando dinheiro no mercado, será bem-sucedida.
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