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quinta-feira, 1 de março de 2012
Marco Maia criará comissão para discutir piso salarial do professor (Fonte: Agência Câmara de Notícia)
INSS espera recuperar valores gastos com benefícios acidentários (Fonte: Revista Proteção)
Maior sindicato britânico ameaça fazer greve durante Jogos Olímpicos (Fonte: Estadão)
Petrobras assume controle de termelétricas da Bertin na Bahia (Fonte: Jornal da Energia)
Aneel extingue concessão de hidrelétrica em Santa Catarina (Fonte: Jornal da Energia)
Mineração e teles figuram entre setores mais atrativos (Fonte: Valor Econômico)
O uso do amianto no Brasil: ''A ciência não evolui no banco dos reús, mas no debate acadêmico''. (Fonte: @ihu)
Confira a entrevista.
Interpelado judicialmente pelo Instituto Brasileiro de Crisotila, fundado por empresários da indústria do amianto, o médico sanitarista Hermano Albuquerque de Castro afirma, em entrevista concedida por telefone para a IHU On-Line, que desde o início do século XX já são conhecidos os efeitos danosos do amianto na saúde humana. O que ele fez foi analisar dados divulgados pelo Datasus, do Ministério da Saúde, que entre 1980 e 2003 registrou 2414 mortes relacionadas à substância num estudo realizado no Brasil. "A ciência não evolui no banco dos réus, mas no debate acadêmico. Se a indústria acha que o amianto pode ser utilizado porque há meios de controlá-lo, então traga seus estudos para os congressos acadêmicos, que os publiquem nas revistas médicas e vá para o debate científico". Em sua opinião, é perfeitamente viável substituir o amianto por outras substâncias, pois mais de 50 países já o fizeram. Tecnologia existe, mas é preciso interesse em aplicá-la. Sobre a condenação dos executivos italianos da Eternit, em janeiro, Castro diz que ela é exemplar: "Está se fazendo justiça, que deveria ser feita em outros locais também, como no Brasil, no mínimo reconhecendo as doenças e indenizando os doentes".
Hermano Albuquerque de Castro (foto) é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, doutor em Saúde Coletiva pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Desde 1986 é pesquisador da Fiocruz e atua no Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Por que o senhor foi interpelado judicialmente a respeito de seus estudos sobre os efeitos do amianto na saúde humana?
Hermano Albuquerque de Castro – Essa interpelação foi feita em função de declarações contidas em um artigo que escrevi em 2008 sobre a mortalidade por mesotelioma no Brasil. Esse texto foi feito com base em dados fornecidos pelo Datasus, órgão do Ministério da Saúde, que registrou 2414 mortes num estudo que vai de 1980 a 2003. Fui interpelado para saber de onde tirei as informações. O dado primário, ressalto, não é meu, mas foi gerado pelo Ministério da Saúde. Apenas analisei a distribuição dessa mortalidade no Brasil. Outro motivo da interpelação diz respeito à informação sobre riscos nas pessoas que manipulam o amianto. Essa substância é considerada cancerígena por instituições como o The International Agency for Research on Cancer – IARC, que afirma não haver limite de tolerância para o risco de câncer. Isso está escrito nos textos da própria Organização Mundial da Saúde – Environmental Health Criteria 203, 1998 – que compilou vários textos epidemiológicos sobre o asbesto crisotila.
O que fiz foi passar a informação à sociedade afirmando haver um risco. Não posso dizer que não há risco de câncer, de que a manipulação desse material pode ser feita de qualquer forma. Qualquer trabalhador que lidar com o amianto deve se proteger. Se for cortar uma telha, além dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs de uso obrigatório, há todo um cuidado com a vestimenta adequada a se usar nessa ocasião. Além disso, existe uma resolução do Conama 348 que define os resíduos da construção civil, como telhas contendo amianto, como resíduo perigoso e que deve ter tratamento especial.
IHU On-Line – Acredita que essa foi uma tentativa de intimidar suas pesquisas?
Hermano Albuquerque de Castro – Penso que sim. Já disse isso em outras entrevistas. A melhor forma de debater o problema do amianto na área da saúde é disponibilizar as informações e discutir nos espaços que competem, como o da academia. A ciência não evolui no banco dos réus, mas no debate acadêmico. Se a indústria acha que o amianto pode ser utilizado porque há meios de controlá-lo, entrão traga seus estudos para os congressos acadêmicos, que os publiquem nas revistas médicas e vá para o debate científico. Continuo minhas pesquisas, a não ser que por decisão judicial impeçam meu trabalho, só assim poderão calar minha boca e da sociedade inteira, além de vários institutos que colocam esse debate publicamente. Depois do episódio que se deu comigo, vários institutos emitiram notas de repúdio, trazendo ao debate a questão do amianto. É o caso do Instituto Nacional do Câncer, da Fiocruz, do Conselho Nacional de Saúde, da Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e das Sociedades de Pneumologia do Rio de Janeiro e de São Paulo. Várias instituições públicas de saúde externaram estranheza se solidarizando com o caso e colocando claramente que o amianto é considerado cancerígeno no mundo inteiro. Quase todos os países de primeiro mundo já proibiram a substância.
IHU On-Line – Quais são as principais descobertas que o senhor fez em relação às doenças causadas pelo amianto desde que começou a pesquisar esse tema?
Hermano Albuquerque de Castro – Na verdade, não descobri nada. A descoberta de que o amianto é cancerígeno data do começo do século XX. Em 1919 já havia publicações demonstrando a relação de causalidade entre a doença e a substância. O que fazemos é acompanhar os pacientes e publicizar os dados clínicos em revistas científicas, mostrando a correlação da imagem radiológica com a função pulmonar, apresentando casos clínicos em congressos médicos sobre como os pacientes adoecem e morrem. A média e o tempo de vida são outras variáveis que discutimos sobre trabalhadores expostos.
Avançamos também na questão da vigilância. A Fiocruz desenvolveu um projeto de vigilância aos expostos ao amianto no Brasil, incluindo a vigilância ambiental. Outro fato a se destacar é o estudo que fazemos sobre a distribuição de mortalidade. Oriento teses sobre isso. Na Revista Ciência e Saúde Coletiva de janeiro deste ano, há um artigo do meu grupo de pesquisa sobre um estudo de percepção de risco quanto ao amianto na cidade de Poções, no interior da Bahia. Neste momento, oriento uma tese de doutorado sobre a elaboração de um questionário sobre o mesotelioma e pretendemos iniciar um estudo de caso-controle. Estudamos as doenças em si, e não a relação com amianto, já que essa relação já está dada. Não sou o primeiro a dizer que essas doenças têm relação com o amianto. Isso já está escrito. Apenas aprofundei conhecimento para entender o processo de adoecimento no Brasil.
IHU On-Line – Quais são os problemas de saúde decorrentes da exposição ao amianto em trabalhadores e na população em geral, que convive com materiais fabricados com esse componente?
Hermano Albuquerque de Castro – O problema principal acontece com os trabalhadores da indústria do amianto. Temos um conjunto de doenças respiratórias relacionadas a essa substância. Para os trabalhadores, a principal é a asbestose pulmonar, decorrente da inalação da fibra ao longo de anos. Há um período de latência de cerca de 20 anos para que o problema se desenvolva. Na medida em que aumenta a inalação da fibra, cresce a chance de se adoecer. O câncer de pulmão é outra enfermidade que decorre dessa exposição. E o tabagismo potencializa esse tipo de câncer. Alterações funcionais, placas pleurais são bem características da exposição ao amianto em trabalhadores. Essas placas levam uns 15 anos para aparecer, e são uma reação da pleura à fibra inalada. Esse quadro pode levar a problemas respiratórios graves.
Mesotelioma
Há, ainda, o mesotelioma, câncer da pleura relacionado de 95 a 99% à exposição do amianto. Essa substância, em termos percentuais de risco, é a que mais tem relação com o mesotelioma. Na medida em que aumenta o consumo de amianto no país, aumentam os casos e a mortalidade por mesotelioma. Já nessa doença o período de latência é de 35 a 40 anos. O mesotelioma tem sido considerado no mundo inteiro como indicador de exposição ambiental porque aparece após inalação de baixas doses. Boa parte dos estudos mostra que muitas pessoas que possuem a doença não têm uma história explícita de exposição ambiental. Outras têm história explícita de exposição ambiental porque moraram próximo a indústrias, ou têm parentes que trabalharam na indústria e levaram a fibra para dentro de casa. Não é uma exposição ocupacional, porque tais pessoas nunca chegaram a trabalhar nesse tipo de indústria. Contudo, fortuitamente foram expostas à substância.
Na Fiocruz não temos registro de nenhum caso desse tipo de exposição. No entanto, há estudos nesse sentido, inclusive no Rio Grande do Sul, feitos pela Secretaria de Saúde, no qual foi realizado um levantamento retrospectivo de pessoas que morreram de mesotelioma e cujas famílias foram questionadas se essa pessoa era trabalhadora de indústria do amianto. Metade dos familiares respondeu que essas pessoas doentes não haviam trabalhado nessa área. Ou seja, não tinham uma história ocupacional ligada diretamente à exposição do amianto. O que se atribuiu é que essas mortes estejam ligadas a uma exposição ambiental, que costumo classificar como ambiental explícita (morar muito próximo de uma indústria de amianto) e ambiental não explícita (estamos expostos ao amianto em diferentes situações em nossa vida: respiramos amianto que sai do freio dos automóveis, habitamos em casas nas quais pode haver telhas de amianto quebradas). Na maioria dos países há uma grande parcela de doentes com mesotelioma que não tiveram exposição direta ao amianto.
IHU On-Line – O amianto já foi banido de 58 países. O que explica o fato de continuar sendo usado largamente no Brasil?
Hermano Albuquerque de Castro – No Brasil, o único problema é o econômico. Uma única mina, em Minasul, mantém e quer manter seu ganho e produção. Em vez de o Estado brasileiro apostar numa reconversão econômica dessa região para proteger a vida dos milhões de cidadãos brasileiros, prefere manter uma mina que emprega 300 pessoas. Chile e Argentina já baniram o amianto dos processos produtivos de diversos produtos.
IHU On-Line – A indústria do amianto é um lobby tão poderoso quanto a indústria do tabaco e a farmacêutica, por exemplo?
Hermano Albuquerque de Castro – Não sei se é tão forte quanto esses dois, mas sei que temos projetos de lei que tramitaram no Congresso Nacional (o primeiro do Gabeira, depois do Eduardo Jorge, agora do senador Suplicy) para banir o amianto e que nunca foram para a votação e acabam presas nas comissões. O fato é que isso nunca se tornou realidade em nosso país. A indústria do tabaco, apesar do lobby poderoso, possui muitas regras de restrição ao seu uso. Contudo, no Brasil ainda não existem indenizações à sociedade pelos danos causados pelo tabaco e menos ainda para o amianto. Mas deveria haver.
IHU On-Line – Como analisa a condenação do magnata suíço Stephan Schmidheiny, 65 anos, e o barão belga Louis de Cartier de Marchienne, 92 anos, fundadores e proprietários da Eternit, na Itália, em 14 de fevereiro?
Hermano Albuquerque de Castro – Isso é exemplar. Está se fazendo justiça, que deveria ser feita em outros países também, como no Brasil, no mínimo reconhecendo as doenças e indenizando os doentes. Foi o que houve na Itália. A condenação aconteceu muito em função dos danos e óbitos causados em trabalhadores da indústria Eternit e moradores da região. Penso que foi muito justo o que foi decidido lá.
IHU On-Line – Quais são os produtos que contém amianto? Qual é a durabilidade da ação danosa desse material?
Hermano Albuquerque de Castro – 90% dos produtos que usam amianto no Brasil vão para a indústria do fibrocimento, como telhas. Essa substância também compõe freios e papelões hidráulicos. Sua ação danosa está ligada diretamente à possibilidade de inalação. Se a pessoa inalar, haverá a possibilidade de adquirir uma doença relacionada ao amianto/asbesto.
IHU On-Line – Se uma pessoa vive em uma residência com telhas de amianto, há o risco de adoecimento em função disso?
Hermano Albuquerque de Castro – Essa pergunta é fundamental. Não oriento nenhuma pessoa a tirar as telhas de amianto das suas casas. Isso porque há risco em se tirar as telhas do lugar, já que as pessoas o fazem sem nenhuma proteção. Por orientação geral, não se deve inalar fibra de amianto. Quando retirar telhas, é preciso se proteger com máscara e roupas adequadas. De resto, é fundamental fazer uma manutenção preventiva nas telhas, para verificar seu estado e evitar deterioração.
IHU On-Line – Qual é a viabilidade de abolir o uso do amianto, substituindo-o por outras substâncias?
Hermano Albuquerque de Castro – Há viabilidade, sem dúvida, o que é comprovado pela substituição desse produto em mais de 50 países. Por que seríamos diferentes? O Brasil quer ir para o primeiro mundo, então poderíamos dar o primeiro passo nessa direção. A Eternit na Europa produz telhas sem amianto. Por que aqui isso não pode ser feito também? Os automóveis produzidos no Brasil possuem amianto. Já aqueles produzidos para exportação não têm esse componente. Tecnologia existe, mas é preciso querer aplicá-la.
(Por Márcia Junges)"
Trabalhadores demitidos por greve na ditadura recebem anistia (Fonte: Observatório Social)
BB reduzirá juros a até 2% ao mês (Fonte: O Globo)
Governo monitora de perto situação financeira da Celpa. (Fonte: Valor Econômico)
CNJ poderá investigar, em parte, bens de juízes (Fonte: O Globo)
SP: Ficha Limpa para funcionalismo. (Fonte: O Globo)
Teles estão vencendo no STJ briga por ICMS (Fonte: Valor Econômico)
Fundo vai ao Senado e é alvo de ação no STF (Fonte: Correio Brasiliense)
Concurso público: Ministério Público do Trabalho quer esclarecimentos da Cagece e do Governo do Estado sobre política de terceirizações (Fonte: Sindiagua)
A audiência, presidida pelo procurador do trabalho, Antonio de Oliveira, foi convocada a partir de uma denúncia apresentada pelo Sindiagua há alguns anos, através do qual foram informadas as irregularidades na política de terceirizações da empresa.
Como encaminhamento, o procurador notificou a Cagece, a Seplag e o Governo do Estado a prestar esclarecimentos - em uma nova audiência marcada para o dia 29/02 - sobre as providências adotadas para a realização do concurso público.
O Sindiagua há vários anos vem reivindicando a realização do concurso público e defende que o mesmo seja realizado de forma a privilegiar a contratação de trabalhadores com experiência na área de saneamento, dando, assim, melhor oportunidade aos terceirizados que já atuam na companhia. A direção do sindicato vai continuar acompanhando o andamento da ação que tramita no Ministério Público do Trabalho e espera definições concretas da Cagece sobre o concurso."
MPF reitera pedido de fiscalização de desembolsos do BNDES à Norte Energia (Fonte: Jornal da Energia)
O MPF também questionou em ofício outra instância de fiscalização do mercado financeiro, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). A Superintendência tem prazo de 10 dias para informar sobre fiscalização na política de investimento dos fundos de pensão que integram o capital da Norte Energia.
Comissão de Meio Ambiente aprova proibição do amianto no Paraná (Fonte: cheida.com.br)
O projeto foi aprovado pela comissão com quatro votos favoráveis – Elton Welter (PT), Hermas Brandão Jr. (PSB), Jonas Guimarães (PMDB) e Pedro Lupion (DEM) – e um contrário – deputada Cantora Mara Lima (PSDB). Além da Comissão de Meio Ambiente, a matéria foi analisada pelas comissões de Constituição e Justiça, Indústria e Comércio e Saúde Pública, e agora segue para Plenário.
Comemoração
O presidente da Associação Paranaense de Trabalhadores Expostos ao Amianto, Hebert Fruehauf, acompanhou a reunião e comemorou. “Avançamos mais um passo importante na luta contra o amianto, que já dura anos no Paraná. Agora nossas expectativas se voltam para a votação dos demais deputados”.
Quem também festejou foi o presidente da Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtos de Fibrocimento (Abifibro), Carlos Duarte Paes. “A proibição do amianto ganha cada vez mais força no Brasil. Estamos vencendo fronteiras. Para o Paraná significa progresso, a exemplo de outros estados e países que já possuem a legislação”.
Perigo
O amianto, mineral utilizado na produção de telhas, caixas d’água, guarnições de freio, revestimento de discos de embreagem, entre outros, em todas as suas formas provoca câncer e outras doenças que levam à morte.
Diversas empresas, no Brasil e em outros países, foram condenadas pela Justiça a indenizar famílias de funcionários que morreram em virtude de doenças provocadas pela aspiração do pó de amianto. Ainda no início deste mês, em decisão considerada histórica, o Tribunal de Justiça de Turim, no norte da Itália, condenou dois ex-diretores da multinacional Eternit a 16 anos de prisão. Eles foram acusados de terem causado a morte de cerca de três mil pessoas com o uso do amianto em seus materiais de construção.
O problema não se concentra apenas nos trabalhadores. “Todas as pessoas próximas às fábricas, que utilizam as caixas d’água com amianto, pedestres que aspiram o pó invisível dos freios: todos estamos expostos a esse agente cancerígeno”, explica Cheida. Por ser indestrutível, as fibras do amianto podem ficar 10, 20 e até 30 anos nos pulmões e só então desenvolver a doença.
O amianto está proibido em 66 países. No Brasil, cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso - e 20 municípios já tomaram a medida.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Crisotila, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de amianto, com 290 mil toneladas anuais. O primeiro do ranking é a Rússia (920 mil toneladas), seguido da China (360 mil toneladas).
Uma pesquisa que confirma a ampla utilização do mineral foi feita pela Abifibro. Segundo a entidade, 78% do fibrocimento produzido no Brasil contêm amianto. Ainda segundo a Abifibro, de 73% a 75% das fabricantes brasileiras de telhas usam amianto.
Alternativas
O banimento do amianto não significa desemprego porque não há fechamento de fábricas – as indústrias do segmento fazem a adaptação do seu processo de produção, com outros materiais, a exemplo de vários países.
Já foram desenvolvidas matérias-primas substitutas. “Há empresas que trabalhavam com amianto e hoje não trabalham mais, só trocaram a fibra, não teve desemprego. Progresso é muito importante, mas é preciso entender que progresso significa qualidade de vida”, destaca Cheida.
Informação
O projeto de lei de Cheida ainda determina ampla divulgação dos efeitos nocivos do amianto e de materiais substitutos menos agressivos à saúde, além de orientações sobre como proceder com a manutenção dos produtos já instalados até a sua completa eliminação, incluindo os cuidados com os resíduos gerados e sua correta destinação final.
A proposta também institui a “Semana de Proteção Contra o Amianto”, com ações educativas, formas de prevenir, medidas e programas de substituição do amianto. O projeto ainda prevê capacitação técnica dos profissionais da saúde para diagnóstico, prevenção e tratamento da população contaminada."
"Camponeses lançam manifesto pela Reforma Agrária após encontro histórico" (Fonte: MST)
Os movimentos sociais do campo, que fizeram uma reunião no começo desta semana em Brasília, lançaram um manifesto em defesa da Reforma Agrária, do desenvolvimento rural com o fim das desigualdades, da produção e acesso a alimentos saudáveis, da agroecológica e da garantia e ampliação de direitos sociais aos trabalhadores rurais.
As entidades mais representativas do meio rural no Brasil consideraram a reunião "um momento histórico, um espaço qualificado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo".
No manifesto, foi criticado também o modelo de produção de commodities agrícolas baseado em latifúndios, na expulsão das famílias do campo e nos agrotóxicos.
"O agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais", afirmam no manifesto.
O documento é assinado pelo MST, Via Campesina, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), entre outras entidades (veja a lista no final).
Os movimentos sociais prometem "um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis".
Na tarde desta terça-feira (28/2), os movimentos apresentam o manifesto à sociedade em ato político no plenário 15 da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Abaixo, leia a versão integral do manifesto.
MANIFESTO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO CAMPO
As entidades APIB, CÁRITAS, CIMI, CPT, CONTAG, FETRAF, MAB, MCP, MMC, MPA e MST, presentes no Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, realizado em Brasília, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2012, deliberaram pela construção e realização de um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis.
Considerando:
1) O aprofundamento do capitalismo dependente no meio rural, baseado na expansão do agronegócio, produz impactos negativos na vida dos povos do campo, das florestas e das águas, impedindo o cumprimento da função socioambiental da terra e a realização da reforma agrária, promovendo a exclusão e a violência, impactando negativamente também nas cidades, agravando a dependência externa e a degradação dos recursos naturais (primarização).
2) O Brasil vive um processo de reprimarização da economia, baseada na produção e exportação de commodities agrícolas e não agrícolas (mineração), que é incapaz de financiar e promover um desenvolvimento sustentável e solidário e satisfazer as necessidades do povo brasileiro.
3) O agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais.
4) A crise atual é sistêmica e planetária e, em situações de crise, o capital busca saídas clássicas que afetam ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras com o aumento da exploração da força de trabalho (inclusive com trabalho escravo), super exploração e concentração dos bens e recursos naturais (reprimarização), flexibilização de direitos e investimento em tecnologia excludente e predatória.
5) Na atual situação de crise, o Brasil, como um país rico em terra, água, bens naturais e biodiversidade, atrai o capital especulativo e agroexportador, acirrando os impactos negativos sobre os territórios e populações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas. Externamente, o Brasil pode se tornar alavanca do projeto neocolonizador, expandindo este modelo para outros países, especialmente na América Latina e África.
6) O pensamento neodesenvolvimentista centrado na produção e no lucro, defendido pela direita e por setores de esquerda, exclui e trata como empecilho povos indígenas, quilombolas e camponeses. A opção do governo brasileiro por um projeto neodesenvolvimentista, centrado em grandes projetos e na exportação de commodities, agrava a situação de exclusão e de violência. Consequentemente não atende as pautas estruturais e não coloca a reforma agrária no centro da agenda política, gerando forte insatisfação das organizações sociais do campo, apesar de pequenos avanços em questões periféricas.
Estas são as razões centrais que levaram as organizações sociais do campo a se unirem em um processo nacional de luta articulada. Mesmo reconhecendo a diversidade política, estas compreendem a importância da construção da unidade, feita sobre as bases da sabedoria, da maturidade e do respeito às diferenças, buscando conquistas concretas para os povos do campo, das florestas e das águas.
Neste sentido nós, organizações do campo, lutaremos por um desenvolvimento com sustentabilidade e focado na soberania alimentar e territorial, a partir de quatro eixos centrais:
a) Reforma Agrária ampla e de qualidade, garantia dos direitos territoriais dos povos indígenas e quilombolas e comunidades tradicionais: terra como meio de vida e afirmação da identidade sociocultural dos povos, combate à estrangeirização das terras e estabelecimento do limite de propriedade da terra no Brasil.
b) Desenvolvimento rural com distribuição de renda e riqueza e o fim das desigualdades;
c) Produção e acesso a alimentos saudáveis e conservação ambiental, estabelecendo processos que assegurem a transição para agroecológica.
d) Garantia e ampliação de direitos sociais e culturais que permitam a qualidade de vida, inclusive a sucessão rural e permanência da juventude no campo.
Este é um momento histórico, um espaço qualificado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo por outras entidades e movimentos sociais, setores do governo, parlamentares, personalidades e sociedade em geral, uma vez que a agenda que nos une é uma agenda de interesse de todos e todas.
Brasília, 28 de fevereiro de 2012.
APIB – Associação dos Povos Indígenas do Brasil
CÁRITAS Brasileira
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
CPT – Comissão Pastoral da Terra
CONTAG – Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura
FETRAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
MCP – Movimento Camponês Popular
MMC – Movimento de Mulheres Camponesas
MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Via Campesina Brasil"
Extraido de http://www.mst.org.br/Camponeses-lancam-manifesto-pela-Reforma-Agraria-apos-encontro-historico
Eletricitários: "Furnas convoca 550 do concurso de 2009" (Fonte: Correio Braziliense)
Autor(es): » DIEGO ABREU » DENISE ROTHEMBURG
Correio Braziliense - 01/03/2012
Acordo inédito fechado pelo STF permitirá a troca de terceirizados na estatal de energia durante os próximos cinco anos
Uma inédita conciliação promovida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), resultou num acordo que permitirá a convocação de 550 candidatos aprovados no concurso de 2009 de Furnas Centrais Elétricas que ficaram de fora do número de vagas ofertadas no edital. Eles substituirão gradualmente, ao longo de cinco anos, funcionários terceirizados que, em sua maioria, exercem funções na estatal de energia desde a primeira metade da década de 1990. O acordo evita as demissões imediatas dos terceirizados, que haviam sido determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Justiça Trabalhista.
Em junho de 2011, Fux havia concedido uma liminar para a Federação Nacional dos Trabalhadores Urbanísticos, que representa os terceirizados, suspendendo as determinações de demissão. Na ocasião, a decisão foi tomada durante a análise de um mandado de segurança que apontava os riscos que as "dispensas abruptas" representavam para o país, com a possibilidade até de causar prejuízos na produção de energia elétrica.
Fux contou ao Correio que se empenhou para que o processo não seguisse para julgamento em plenário. Segundo ele, os contornos do caso demonstravam que era possível haver acordo, embora a conciliação tenha ocorrido somente depois de quatro rodadas de negociações, com a participação de representantes de Furnas, do Ministério Público do Trabalho e da Federação autora do mandado de segurança. Em um dos encontros, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, esteve no gabinete do ministro do STF acompanhado dos presidentes da Eletrobras, José Costa Carvalho, e de Furnas, Flávio Decat, para efetivar o acordo com o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Franklin Moreira.
Conforme Fux, o acerto já está efetivado, mas só será homologado em 15 dias, prazo concedido, em consenso com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para que o TCU possa apreciar os acertos firmados no âmbito do Supremo. Na última terça-feira, Fux e Adams se reuniram para selar o acordo de Furnas, ocasião em que optaram por também ouvir o TCU. Segundo o ministro do Supremo, a conciliação evitará "o risco de interrupção da atuação do setor elétrico nacional".
Em 2012
Conforme o cronograma definido, Furnas convocará todos os mais de 400 aprovados dentro do número de vagas ainda em 2012 e, a partir do ano que vem, passará a chamar 110 novos concursados a cada ano, até 2017, totalizando mais 550 candidatos. A convocação de candidatos foi suspensa durante o período em que o caso ficou sob a análise da Justiça.
De outro lado, os terceirizados serão desligados em sua totalidade dos quadros de Furnas até 2018. O presidente da Federação dos Urbanitários disse que alguns dos funcionários estão há mais de 20 anos em Furnas e terão a oportunidade de aderir a um plano de incentivo ao desligamento, no qual ficará assegurada a isonomia com os servidores efetivos. "Foi a melhor saída para essa situação. Mas ficou bem claro que não daria para simplesmente tirar os terceirizados, porque não haveria tempo de treinar o pessoal que está chegando nem seria justo do ponto de vista social", avaliou Moreira.
Em nota enviada ao Correio, Furnas também elogiou a solução encontrada. "O acordo firmado foi benéfico para Furnas na medida em que soluciona, de forma justa, essa intrincada questão que envolve interesses de terceirizados e concursados, abrindo espaço para que seja propiciado o desligamento paulatino de 1.548 funcionários da mão de obra terceirizada e, ao mesmo tempo, convocar os concursados na proporção de 110 a cada ano, por cinco anos", informou. A empresa acrescentou que ficou impedida de realizar concursos públicos durante o desenrolar do processo de privatização.
Requião tumultua votação para a ANTT
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) causou constrangimento ao governo ontem ao conseguir adiar, para a semana que vem, a votação que reconduziria o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, ao cargo. Durante uma reunião da bancada do PMDB, Requião apresentou relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), que, segundo ele, apontam graves irregularidades na gestão da agência. Com os documentos em mãos, a presidência da Casa decidiu reagendar a votação no plenário. Na presidência da ANTT, Figueiredo está à frente do maior programa de infraestrutura do governo, o trem-bala, que ligará Rio, São Paulo e Campinas e deve consumir R$ 34 bilhões em investimentos. Requião se disse impressionado com as conclusões do TCU: "Nosso objetivo é que o governo tome conhecimento das denúncias e tenha um tempo para refletir sobre o que está fazendo, ao mantê-lo na presidência da ANTT", disparou."
Governo agilizará votação do Funpresp no Senado (Fonte: O Globo)
O Globo - 01/03/2012
Base governista derruba destaques apresentados pela oposição; deputado pede anulação do texto principal aprovado
BRASÍLIA. Vencida a batalha na Câmara dos Deputados, o governo quer agilizar a votação, no Senado, do projeto que cria o Regime de Previdência Complementar do Servidor Público da União e autoriza a criação de até três fundos de pensão (Funpresp). Ontem, a Câmara concluiu a aprovação do projeto sem mudanças, como queriam o governo e o PT. Os novos fundos de pensão terão gestão paritária e liberdade de administrar diretamente seus investimentos, nos moldes do Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil).
A base governista derrubou os destaques apresentados ao texto, inclusive um do DEM, que pretendia obrigar a realização de sabatina dos indicados aos cargos de comando dos fundos.
Deputado entra com mandado de segurança
Mas a criação do Funpresp já foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem à tarde, o deputado João Dado (PDT-SP) entrou no STF com mandado de segurança, pedindo a anulação da votação de anteontem, quando o texto principal foi aprovado. Dado diz que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), descumpriu o regimento da Casa por ter posto em votação projeto com inadequação orçamentária, porque o Orçamento da União de 2012 não reservou R$ 100 milhões para a estruturação dos novos fundos.
Mas o governo já havia reconhecido a omissão no Orçamento e enviou projeto de crédito extraordinário nesse valor, para ser aprovado pelo Congresso. Dos R$ 100 milhões, R$ 50 milhões seriam para criar o Funpresp do Executivo; R$ 25 milhões para o Funpresp do Legislativo, e R$ 25 milhões para o Funpresp do Judiciário.
A expectativa do governo é que, no Senado, a discussão seja mais ágil, apesar de o tema ser polêmico. Como o projeto tem urgência constitucional, a pauta do Senado será trancada em 45 dias, mas a ideia é votar antes.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acredita que o projeto chegará ao Senado "mais arredondado", pois a discussão já ocorreu na Câmara.
O secretário de Políticas de Previdência Complementar, Jaime Mariz de Faria Junior, concorda que a discussão deverá ser mais fácil no Senado.
- O debate aqui, na Câmara, já servirá para o Senado e aprimoramento aqui facilitará a aprovação - disse Jaime."
OAB entra no Supremo questionando assessoramento jurídico do Paraná (Fonte: OAB Federal)
OAB e Anape alegam que a norma estadual (Decreto 1.198/2011, artigo 3º, parágrafo 1º, inciso II) estabelece estrutura incompatível com as atribuições constitucionais da Procuradoria-Geral do Estado do Paraná (prevista no artigo 132 da Constituição Federal e no artigo 124 da Constituição do Estado do Paraná) e contraria a decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade 4261.
Na reclamação, procuradores e advogados assinalam que, de acordo com o decreto, o assessoramento jurídico do Poder Executivo será realizado por órgão cuja estrutura é formada por cargos de provimento em comissão, usurpando-se a função atribuída pela Constituição aos procuradores estaduais, cujos cargos são providos mediante concurso público de provas e títulos. O dispositivo da norma, afirmam, "representa um retrocesso contra a ordem constitucional no que concerne ao respeito às prerrogativas dos procuradores do Estado".
Os autores anexaram à Reclamação cópias de pareceres e informações com análises jurídicas realizadas por esses ocupantes de cargos em comissão - inclusive peças que alegam ter sido elaboradas por acadêmicos de Direito, o que afrontaria também as prerrogativas dos advogados.
A Anape e a OAB observam que o Supremo reconheceu, no julgamento da ADI 4621, a inconstitucionalidade de norma semelhante do Estado de Rondônia. Em seu voto, o relator da ADI, ministro Ayres Britto, destacou que, no âmbito do Poder Executivo, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico são confiadas exclusivamente pela Constituição Federal aos procuradores de Estado, exigida ainda a participação da OAB em todas as suas fases do concurso para ingresso na carreira. "Essa exclusividade é incompatível com a natureza dos cargos em comissão", afirmou o ministro.
As duas entidades pedem a concessão de medida liminar para suspender os efeitos da norma impugnada e, no mérito, a confirmação da medida. A relatora é a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. (Com informações do site do STF)."
Extraido de http://www.oab.org.br/Noticia/23478/oab-entra-no-supremo-questionando-assessoramento-juridico-do-parana