O saldo de criação de novos empregos com carteira assinada voltou a bater recorde em fevereiro e fechou o mês em 280.799 vagas, o melhor desempenho para o segundo mês do ano, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Com a contabilização das declarações de janeiro entregues pelas empresas fora do prazo, o saldo líquido de vagas com carteira assinada naquele mês foi revisado de 152.091 para 167.943. Com isso, no acumulado do primeiro bimestre deste ano, a criação de novos postos de trabalho foi de 448.742. A meta do governo para este ano é de atingir 3 milhões de novos empregos formais. O desempenho positivo da criação de empregos em fevereiro foi disseminado em todas as regiões do País, de acordo com Caged. Todas as regiões registram recorde para o mês na criação de vagas com carteira assinada. O Sudeste liderou a geração de postos de trabalho com 165.523 vagas, seguido do Sul (59.095) e do Centro-Oeste (32.225), cujo resultado foi recorde para qualquer mês do ano. A Região Norte criou 14.527 vagas e o Nordeste gerou 9.429 postos. Entre os setores da economia, o ramo de serviços foi o que obteve o melhor resultado, com saldo líquido de 134.342 novas vagas. "O setor de serviços foi influenciado pelos efeitos positivos do carnaval, principalmente nos ramos de hotelaria e restaurantes. Apesar de ter sido em março este ano, em fevereiro já começam os preparativos", afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O ministro também destacou os desempenhos da indústria de transformação e da construção civil, que geraram 60.098 e 30.701 novas vagas, respectivamente. "Indústria aproveitou o número maior de dias úteis em fevereiro para aumentar produção", avaliou Lupi. Para ele, março também deverá ter resultado positivo, possivelmente com novo recorde. Alta rotatividade. Para Lupi, o aumento das concessões do seguro-desemprego em 2010 se deve à alta rotatividade do mercado de trabalho brasileiro e pela maior oferta de emprego no País, que faz com que alguns trabalhadores optem por buscar novas vagas de trabalho. "Mês passado ocorreu recorde de admissão e desligamentos", disse o ministro. Em fevereiro, as admissões somaram 1,797 milhão, enquanto as demissões somaram 1,516 milhão. As despesas com seguro-desemprego aumentaram 4,47% em 2010, com dispêndio de R$ 20,44 bilhões, valor recorde. Já os gastos com o abono salarial demandaram R$ 8,75 bilhões, alta de 15,78% ante 2009. Segundo Lupi, as concessões de seguro-desemprego aumentaram em valor devido ao reajuste do salário mínimo, o que também teve impacto no abono salarial. Dentro do corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União, o governo pretende cortar R$ 3 bilhões no abono salarial via redução de fraudes. "Estamos tomando todas as medidas para economizar nisso. Aumentou o gasto com abono porque mais trabalhadores entraram na faixa de quem ganha até dois salários mínimos, por isso as concessões de benefícios cresceram", alegou Lupi. Segundo ele, o Ministério do Trabalho tem investido para combater fraudes nos pedidos de benefícios, mas não pode negar o pagamento aos trabalhadores. "Governo é obrigado a pagar a quem tem o direito", disse Lupi. Ele afirmou que o Ministério está testando em algumas cidades um novo sistema que confere se não existem vagas em aberto nas áreas de atuação de trabalhadores demitidos que solicitarem os benefícios, para só então liberar os valores. Além disso, a pasta tentará colocar os trabalhadores nessa situação em cursos de atualização profissional em parceria com o "Sistema S".”
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