“Autor(es): agência o globo: Ramona Ordoñez |
Se a defasagem de 27% fosse recuperada, preços nos postos aumentariam de 11% a 15%, calcula especialista RIO e BRASÍLIA. A Petrobras acumula uma perda de receita da ordem de R$1,65 bilhão de janeiro a abril deste ano, por causa da defasagem entre os preços da gasolina e do óleo diesel vendidos em suas refinarias e os comercializados no mercado americano. Segundo cálculos realizados a pedido do GLOBO pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o valor da gasolina vendida pela Petrobras em suas refinarias, a R$1,05 o litro (sem impostos), está 27% menor em comparação ao preço cobrado nos Estados Unidos, que é equivalente a R$1,44. Já o preço do óleo diesel vendido pela Petrobras, R$1,14, está 9% mais baixo que o do mercado americano, que corresponde a R$1,25. Adriano Pires Rodrigues, diretor do CBIE, disse que a política nacional de preços dos combustíveis está provocando uma série de distorções no mercado: - Com essa política de preços equivocada, a gasolina é subsidiada e compete com o etanol, que não é. A Petrobras tem seu caixa prejudicado, e o balanço de pagamentos do país também é afetado com a maior importação de gasolina. Tudo para esconder a inflação debaixo do tapete. Caso a defasagem nos preços da gasolina fosse eliminada, os preços ao consumidor subiriam entre 11% e 15%, segundo estimativas do CBIE. Um técnico do setor de combustíveis calculou que o aumento nos postos chegaria a R$0,33 por litro. Com isso, a gasolina vendida no Rio, que custa, em média, R$2,98 o litro, passaria para R$3,31. Ainda de acordo com os cálculos do CBIE, somente em abril, a Petrobras acumulou uma perda em sua receita de R$ 535,9 milhões por não repassar para os preços da gasolina e do diesel a alta internacional do petróleo. Só com a importação, principalmente do mercado americano, dos 2,5 milhões de barris de gasolina, feitas em abril e este mês, estima-se um prejuízo da Petrobras de R$ 153,7 milhões. Por outro lado, a Petrobras teria acumulado uma receita de R$26,5 bilhões, entre outubro de 2009 e dezembro de 2010, por não ter repassado aos consumidores a queda das cotações internacionais do petróleo. Os preços da gasolina e do diesel não são reajustados desde maio de 2009. Lobão diz que preço do etanol está caindo nos postos O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que, a partir da próxima semana, os preços do etanol devem ser regularizados no país. - O álcool já começou a ser entregue às distribuidoras em grande escala, os custos estão caindo em todos os postos e nós esperamos a regularização rápida desses preços, com uma queda substancial, a partir da próxima semana - disse Lobão à Agência Brasil. O ministro acrescentou que "a Petrobras vai ingressar fortemente na política de produção de etanol, construindo novas refinarias e até plantando cana, se for necessário".” |
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