segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

“Petrobras continuará busca por recursos para investimentos” (Fonte: Valor Econômico)

“Autor(es): Juliana Ennes e Rafael Rosas, | De São Paulo


A Petrobras continuará captando recursos no mercado, apesar do confortável nível de alavancagem atual. A afirmação foi feita na sexta-feira pelo diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Almir Barbassa, durante o anúncio do resultado da companhia em 2010, que foi um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, com crescimento de 17,1% frente aos R$ 30,0 bilhões de 2009. Apenas no quarto trimestre, o lucro foi de R$ 10,60 bilhões, 38,4% superior aos R$ 7,66 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
A companhia precisa do dinheiro para concretizar o expressivo plano de investimentos de US$ 224 bilhões até 2014. Barbassa reafirmou a intenção de captar mais US$ 17 bilhões "em dinheiro novo" até 2014. O plano de investimentos da Petrobras prevê ainda a necessidade de renegociação de dívidas no valor de US$ 29 bilhões. Em 2010, os investimentos da companhia somaram R$ 76,41 bilhões, 7,99% a mais do que no ano anterior.
A Petrobras fechou 2010 com caixa de R$ 30,32 bilhões, em decorrência do processo de capitalização ocorrido em setembro. Além desse valor, R$ 25,52 bilhões estão registrados em títulos públicos federais com vencimento superior a 90 dias. Com isso, a disponibilidade de recursos chega a R$ 55,85 bilhões, contra R$ 29,03 bilhões no fim de 2009. Assim, o nível de alavancagem caiu de 31% para o "patamar confortável" de 17%, enquanto o limite máximo estabelecido pela companhia é de 35%.
Segundo o balanço da companhia, a receita de vendas em 12 meses somou R$ 213,27 bilhões, 16,7% maior que em 2009. No trimestre, a receita cresceu 14,3%, para R$ 54,49 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 60,32 bilhões no ano, com alta de 1,4%, e atingiu R$ 14,58 bilhões no trimestre, aumento de 1,9%.
A maior parte do resultado da Petrobras no ano passado foi garantida pelo setor de exploração e produção (E&P), que viu os ganhos subirem 54%, para R$ 29,69 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado pela alta de 38% no valor em dólar do barril de óleo e do aumento de 2% na produção diária de óleo e líquido de gás natural.
A estatal também ressaltou que houve redução das perdas e contingências com processos judiciais e queda dos custos exploratórios. Segundo a companhia, parte desses efeitos foi compensada por maiores custos com participações governamentais e pelas despesas com o encerramento do projeto estruturado Barracuda e Caratinga, com custo de R$ 486 milhões.
O setor de abastecimento da Petrobras registrou forte queda no lucro em 2010. O resultado do segmento passou de R$ 13,52 bilhões para R$ 3,72 bilhões, um recuo de 72%. A queda decorreu do aumento de custos de petróleo e importação de derivados e foi parcialmente compensada pelo crescimento do volume de derivados vendidos no mercado interno. Outra compensação veio do maior valor obtido pelas exportações e pelos derivados indexados aos preços internacionais, como o querosene de aviação.
"As importações de derivados refletem o crescimento na demanda do mercado interno, com destaque para o diesel, em função da recuperação da atividade econômica, e para a gasolina, devido à escassez de álcool no início de 2010", diz o balanço da Petrobras.
O custo do refino subiu 22%, já descontado o efeito cambial, em função dos maiores gastos com paradas programadas, com pessoal e com serviços de terceiros, principalmente por reparos e manutenção de equipamentos. Em nota anexada no balanço, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, lembrou que a companhia também investiu parte dos R$ 76,411 bilhões no setor de abastecimento.
A Petrobras não tem expectativa de reajustar os preços dos combustíveis em decorrência da elevação de preços do petróleo no mercado internacional, de acordo com Barbassa. Os recentes conflitos na Líbia levaram os contratos para abril em Nova York para além dos US$ 100 nesta semana. Em Londres, o petróleo tipo Brent, usado pela companhia como parâmetro, fechou sexta-feira em US$ 112,14.
O diretor da Petrobras afirmou que, se os conflitos no Oriente Médio e norte da África forem resolvidos rapidamente, os preços voltarão ao normal. A situação atual foi considerada conjuntural.
O diretor lembrou que a política de preços da Petrobras é de longo prazo e disse que, com isso, não sacrifica nem os resultados da empresa nem os consumidores ao acompanhar a volatilidade de preços do mercado internacional.
O dividendo que a Petrobras vai pagar a seus acionistas referente a 2010 será recorde. Segundo Barbassa, serão pagos R$ 11,7 bilhões, o equivalente a cerca de 35% do resultado da companhia. O valor representa um crescimento de 40,4% em relação ao ano anterior, quando foram distribuídos R$ 8,33 bilhões.”

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