sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Desejamos a todos um Feliz Ano Novo, com muita paz, justiça, fraternidade, amor e solidariedade #valeuLula #BemvindaDilma

 

Comovente homenagem à Presidente Dilma e às mulheres torturadas durante o regime militar. #BemvindaDilma

O criativo e sensível colunista José José Carlos Fernandes, da Gazeta do Povo, publicou em 05.11 comovente homenagem à Presidente eleita e às mulheres torturadas durante o regime militar.

O artigo está disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/conteudo.phtml?id=1064703, e transcrevo-o abaixo.  

 

“I love you baby

Dilma é uma Ninotchka e tende a despertar pouco afeto. Mas sua dureza amolece quando a imaginamos, guria ainda, com nome falso, de aparelho em aparelho dos movimentos revolucionários. Ou sob 22 impiedosos dias de tortura

Publicado em 05/11/2010 | jcfernandes@gazetadopovo.com.br

Não lembro ao certo quando entendi o que era uma guerrilheira – mas a primeira imagem que me vem à mente é a de Eva Wilma, na novela Roda de Fogo, de 1986, escorregando pela parede ao reencontrar seu torturador, vivido por Cláudio Curi, o enojante Jacinto. A cena é um clássico e deve ter sido a primeira exposição, num produto de massa, dessa figura a qual poucos tributos prestamos e que, se bobear, até chamamos de bandidas.

As guerrilheiras, aliás, custaram a dizer seus nomes, por motivos que só vim a entender anos depois, ao ler Mulheres que foram à luta armada, de Luiz Maklouf Carvalho. Aquelas que desceram aos infernos da ditadura não experimentaram apenas os kilowatts de potência da tortura, mas também o estupro – jovens, estudadas e bem-nascidas, pagavam um extra a seus algozes. Naturalmente, precisaram de muito tempo para conseguir tocar no assunto.

Poucas notícias frescas que recebemos sobre o que aconteceu veio de forma velada, em 1989, no docudrama Que bom te ver viva, da ex-guerrilheira Lúcia Murat, estrelado por uma verborrágica Irene Ravache. Ela não conta tudo – pois não consegue –, mas dá a entender. Nossas guerrilheiras, em suma, não tiveram as glórias de Célia Sanchez – a companheira de Fidel Castro – e pagaram muito caro por suas escolhas. Não raro, as memórias do chumbo as fazem descer pelas paredes, quando não a se atirarem debaixo de trens. Pois é.

No final da década de 1990, estreou com alarde o longa-metragem O que é isso companheiro?, baseado em obra homônima de Fernando Gabeira. O livro trata do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, no Rio de Janeiro, em 1969. Gabeira, sabe-se, arquivou seu passado de guerrilha, entendendo-o como um episódio chauvinista e reacionário que só lhe serviu para puxar nove anos de cana no exílio. Preferiu o desbunde nas Dunas da Gal, em Ipanema, esse sim revolucionário, como expressou em outro livro, O crepúsculo do macho.

Gosto dos dois textos. Mas confesso que me senti desconfortável em ver os humoristas Pedro Cardoso, Luiz Fernando Gui­­­marães e Fernanda Torres encabeçando a versão em filme. Fiquei arara – os paladinos da minha infância tinham virado paspalhos ingênuos do TV Pirata. Vera Sílvia, a guerrilheira a quem Fernanda representava, se converte em uma bolchevique tapada que tomava um inocente beijo do rosto por um atentado pequeno burguês.

Por aquela época, andava pelo Brasil o escritor chileno António Skármeta, autor da obra que inspirou O carteiro e o poeta. Branquelo, gorducho e suarento, ele estrebuchou numa coletiva, perguntando como podíamos fazer troça dos jovens que deram a vida pela democracia. Até hoje não sei se essa amnésia tropical é pouco-caso ou estratégia de sobrevivência diante de nossa extensa folha corrida de censuras e ultraje de direitos.

Procuro em antropólogos e sociólogos a resposta. Enquanto não encontro, permaneço a postos com minha paixão adolescente pelas revolucionárias. Nutro saudade do que não vivi e confesso que gostaria de ter estado lá, com elas. Por isso, resisto em meu aparelho de faz de conta.

À Vera Sílvia de Fernanda Tor­­res prefiro a Heloísa de Cláudia Abreu na minissérie Anos Re­­­beldes, por quem choro a cada vez que escuto Can’t take my eyes of you (“I love you ba­­by”). Con­­tinuo achando o encontro entre Carlos Lamarca e Iara Yavelberg o nosso romance mais arretado. Turrão, tomo por heresia Ivete Sangalo cantando as guerrilheiras de “Soy loco por ti América”. Peço a Deus para não esquecer os feitos de gente como Maria Regina de Figuei­­­redo e da nossa Teresa Urban. E, juro, se um dia encontrar Eva Wilma, direi que a torturada Maura Garcez é muito melhor que suas Mulheres de areia.

Quanto a Dilma – uma vez Estela, Wanda, Maria Lúcia, Marina ou Luíza, seus nomes de guerra no Polop, Colina ou VAR Palmares – entendo que a guerrilha é de longe o seu melhor. Imagino-a como um personagem de Os Carbonários, de Sirkis, um daqueles livros que amei. Relaxo. Depois cantarolo “I love you baby” e só me resta dizer “que bom te ver viva”.”

Bela e tocante iniciativa: "Presidente eleita convidou 11 ex-companheiras de cela para a posse", com lugar de honra

Considero bela e corajosa a iniciativa da Presidente eleita Dilma Rousseff, descrita abaixo em matéria publicada ontem no “O Globo”. O simbolismo contido no convite traz muitas esperanças para o Ano Novo que logo começará.

 

Maximiliano Nagl Garcez

Advocacia Garcez

 

“Lugar de honra para amigas de cárcere

Autor(es): Evandro Éboli

O Globo - 30/12/2010

 


Presidente eleita convidou 11 ex-companheiras de cela para a posse

BRASÍLIA. Um grupo de 11 antigas militantes de esquerda e ex-companheiras de cela de Dilma Rousseff na ditadura militar está entre os convidados especiais da presidente eleita e acompanhará sua posse no sábado, no Palácio do Planalto. Juntas com Dilma, elas estiveram presas na década de 70 na Torre das Donzelas, como era chamado o conjunto de celas femininas no alto do Presídio Tiradentes, em São Paulo. Para o local eram levados os presos políticos, depois de passarem por órgãos da repressão como o Dops e o DOI-Codi.

Entre as convidadas, que também estarão no coquetel no Itamaraty, está a economista Maria Lúcia Urban, que, na época, chegou grávida ao presídio e recebeu todos os cuidados de Dilma.

- A Maria Lúcia e a Dilma tinham uma relação muito forte, que se manteve - disse a socióloga Lenira Machado, outra integrante do grupo e responsável pelo convite da posse às outras colegas do Tiradentes.

Maria Lúcia hoje é diretora do Centro de Formação Estatística do Paraná. Lenira trabalha com projetos e programas do Ministério do Turismo.

Dilma ficou presa, foi condenada e passou três anos na cadeia. Antes de seguir para o Tiradentes, foi torturada durante 22 dias seguidos. A chegada da companheira à Presidência da República é motivo de orgulho para as colegas de militância política, ainda que atuassem em grupos de esquerda distintos e com pensamentos diferentes sobre como enfrentar o regime militar.

- Éramos de diferentes organizações, mas ocupávamos o mesmo espaço. Se não fosse a cadeia, jamais teríamos nos encontrado. Essa coisa nos unia - disse Rita Sipahi, que atuou na Ação Popular.

Dilma era da Var-Palmares. Rita é advogada e integra a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Os grupos de esquerda divergiam em especial sobre a adesão ou não à luta armada. Lenira e Dilma tinham uma posição idêntica e defendiam o confronto com os militares.

- Eu e ela concordávamos com a luta armada, embasada na formação de quadros. Não para ser uma simples aventura - disse Lenira, que foi torturada no DOI-Codi e, em 2008, reconheceu seu torturador e o denunciou publicamente.

Ela comemora a eleição de Dilma.

- Não tenho postura feminista, mas é uma vitória ter uma mulher presidente. E nem em sonho imaginava que alguém da luta armada chegaria um dia a esse posto - disse Lenira.

A jornalista Rose Nogueira, que também estará na festa da posse, ficou alguns meses no presídio e tem muitas lembranças de Dilma. Ela se recorda do apego da petista aos livros. De todos os tipos, de teorias da economia aos clássicos da literatura universal. Nos trabalhos manuais na cela, Dilma tinha predileção, segundo Rose, pelo crochê. Fazia bordados em pano.

- Naquela época, Dilma já tinha uma presença forte. Era naturalmente uma líder e muito solidária. Quando a vi num cargo importante no governo Lula, não tinha dúvida que chegaria a presidente do Brasil - disse Rose, que lembrou ainda do gosto de Dilma pela música.

- Ela gostava de cantar "Chico mineiro" - contou Rose, citando uma música caipira que fez sucesso com a dupla Tonico e Tinoco.

As outras colegas de cela que estarão na posse são: a arquiteta Maristela Scofield; a uruguaia Maria Cristina de Castro, que trabalha no Ministério das Minas e Energia; a psicóloga Lúcia Maria Salvia Coelho; a arquiteta Ivone Macedo; Francisca Eugênia Soares e as irmãs Iara de Seixas Benichio e Ieda de Seixas, de uma família que atuou na oposição aos militares. “

 

Tinan Foun Diak! Já é 2011 em #Timor-Leste! Feliz Ano Novo, com saudades, aos amigos da bela e jovem nação

Desde as 13h de hoje, horário de Brasília, já é 2011 em Timor-Leste! Feliz Ano Novo aos amigos timorenses e estrangeiros que vivem naquela jovem, corajosa e bela nação, da qual guardo lindas lembranças e muitas saudades.

Tinan Foun Diak!

Com carinho,

 

Maximiliano Nagl Garcez

Advocacia Garcez

 

#Cargill é acusada de utilizar trabalho infantil na produção de óleo de palma. Participe do abaixo-assinado de protesto

Segundo o site www.change.org, a multinacional Cargill se beneficia de trabalho infantil e forçado. De acordo com tal denúncia, tais modalidades de trabalho degradante são infelizmente utilizadas na produção de óleo de palma (comum em alimentos e cosméticos) no Sudeste Asiático. Participe do abaixo-assinado de protesto, disponível em http://humantrafficking.change.org/petitions/view/tell_cargill_to_stop_forced_and_child_labor_in_palm_oil

Segue abaixo a íntegra da matéria, em inglês.

 

Maximiliano Nagl Garcez

Advocacia Garcez

 

“Tell Cargill to Stop Forced and Child Labor in Palm Oil

http://change-production.s3.amazonaws.com/photos/8/py/rw/jfpyrwbTuzMASYN-250.jpg?1293038980
Targeting: Greg Page (Cargill CEO)
Started by: Tim Newman
There's an ingredient in much of the food you eat and products you use that you may never notice but could be produced by forced or child labor. Palm oil is ubiquitous in our food and cosmetics and its production is rapidly expanding around the world as a biofuel. Last week, the US Department of Labor released a new report revealing that palm oil from Indonesia may be tainted by child labor and palm oil from Malaysia may be produced by forced labor.
Workers in Southeast Asia are often lured to work on palm oil plantations with promises of a better life, but often find unsafe conditions, long hours, low or no pay and many are even held in work camps under tight security. 
Forced and child labor in palm oil production is unacceptable, but US corporations like Cargill purchase much of Malaysia and Indonesia's palm oil which makes them very influential over conditions on these plantations.
While over 45 companies have signed on to the Rainforest Action Network's pledge to source responsible palm oil (or eliminate its use altogether), Cargill lags behind in ensuring that it is not sourcing products produced by forced or child labor. The company has made some progress recently on its own plantations in preparation for an audit, but Cargill still lacks appropriate labor rights safeguards for the palm oil it trades, refines and sells from various plantations throughout Indonesia and Malaysia.
Photo credit: Rainforest Action Network