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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
10ª Turma: controles de frequência não precisam ser assinados pelo empregado (Fonte: TRT 2ª Reg.)
A magistrada afirmou ser “desnecessária a assinatura do empregado aposta nos controles de frequência como requisito de validade”, mesmo que o próprio reclamante tenha reconhecido como sua a assinatura em outros controles também juntados aos autos.
Note-se que o artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho não traz, de fato, e de forma expressa, a exigência de assinatura do trabalhador nos controles de frequência, exatamente como decidiu a desembargadora do Tribunal paulista.
Outras decisões podem ser encontradas no menu Bases Jurídicas / Jurisprudência.´´
Trabalhador pode optar por ajuizar ação onde prestou serviço ou onde o contrato foi celebrado (Fonte: TRT 15ª Reg.)
A 4ª Câmara do TRT deu provimento ao recurso do reclamante, declarando a competência da 1ª VT de Araraquara para instruir e julgar a ação que ele moveu contra o grupo de empresas para o qual trabalhou.
O autor tinha ajuizado em 2006 a reclamação trabalhista em Araraquara, cidade onde reside, em face da empresa de assessoria empresarial, que o contratara para prestar serviços numa indústria de papel e celulose, nas cidades de Mucuri e Camaçari, na Bahia, e em Pitumbu, na Paraíba. Outras duas empresas foram igualmente arroladas como reclamadas: uma do ramo de construção e outra do ramo também de papel e celulose, formando todas um grupo econômico.
Duas das reclamadas apresentaram exceção de incompetência, argumentando que a prestação de serviços ocorrera na cidade de Camaçari, na Bahia. O juízo de primeiro grau acolheu a exceção de incompetência, determinando a remessa dos autos para uma vara do trabalho com jurisdição sobre a cidade de Camaçari.
O trabalhador, em seu recurso, disse que reside em Araraquara (onde, segundo ele, o contrato se efetivou), e alegou que não tinha condições de se deslocar para a Bahia, para onde foi determinada a remessa dos autos.
A Câmara reconheceu que o serviço foi prestado fora de Araraquara, mais especialmente na Bahia e na Paraíba. A controvérsia restringiu-se, porém, ao local da contratação, tendo em vista que, segundo o reclamante, esta ocorreu em Araraquara, e, segundo a primeira reclamada, em Barueri, local onde se encontra a sede da empresa. A única testemunha ouvida informou que, “juntamente com o autor e os demais empregados, fizeram exames médicos admissionais na cidade de Araraquara” e que “todos foram levados para uma cidade próxima a Jundiaí, onde formalizaram o contrato e, dali, seguiram, de kombi, até o posto de trabalho, no Estado da Bahia”.
A relatora do acórdão, desembargadora Rita de Cássia Penkal Bernardino de Souza, lembrou que, “no processo do trabalho, a regra de competência em razão do lugar regula-se pelo artigo 651 da CLT, que estabelece, como regra, o local da prestação de serviços”, mas ressaltou o parágrafo 3º do mesmo artigo, que, “visando facilitar o acesso ao Judiciário, faculta ao empregado o direito de reclamar seus direitos no local da celebração do contrato ou onde exerceu suas atividades”. Segundo a decisão colegiada, “no direito do trabalho, a análise de situações como a que ora se aprecia deve fugir aos rigores da literalidade da lei, aproximando-se mais do princípio maior do acesso ao Judiciário, bem como daqueles que norteiam o processo do trabalho: o da proteção e o da condição mais benéfica ao empregado, hipossuficiente na relação laboral”. O acórdão frisou que “o próprio ordenamento jurídico prevê mecanismos para garantir a isonomia do trabalhador em relação ao empregador, na medida de suas respectivas desigualdades, não havendo falar em privilégios processuais ao obreiro”.
Por isso, e também baseada em decisão do Tribunal Superior do Trabalho, a Câmara deu preferência ao juízo da localidade “mais acessível ao trabalhador para reclamar os direitos que entende devidos”.
No entendimento colegiado, “impor ao trabalhador deslocar-se para outro Estado para exercer seu consagrado direito de ação seria o mesmo que lhe inviabilizar a garantia do acesso à Justiça, tendo em vista os notórios obstáculos com que iria deparar-se, especialmente os problemas de ordem econômico-financeira, sem falar nas questões pessoais, familiares e de trabalho, o que, sem dúvida, revelar-se-ia um verdadeiro contrassenso”.
E concluiu que “os elementos de prova constantes dos autos apontam que o recrutamento ou a contratação do autor - e de inúmeros colegas - ocorreu na cidade de Araraquara, onde todos residiam/residem, sendo o contrato apenas formalizado em Barueri”.´´
Prazo inicial para regularização de dívidas no Banco Nacional de Devedores termina dia 3 (Fonte: TST)
Desde o dia 4/1, o sítio eletrônico do TST já emitiu 589.853 certidões. O BNDT conta com 963.316 devedores, condenados em 1.617.209 processos trabalhistas. Desses, todos os que já haviam sido pré-cadastrados no dia 4 de janeiro não conseguirão obter a certidão negativa a partir da quinta-feira e, portanto, estarão impedidos de participar de licitações públicas, como determina a Lei 12.440/2011. No seu caso, a certidão emitida será a positiva de débitos. Muitos devedores, aproveitando o prazo de 30 dias, anteciparam-se e quitaram seus débitos, pagando aos trabalhadores os valores que lhes foram reconhecidos em sentenças condenatórias da Justiça do Trabalho.
A emissão da CNDT é feita a partir de consulta ao Banco Nacional de Devedores, cuja regulamentação considera obrigatória a inclusão do devedor que, devidamente cientificado, não pagar o débito ou descumprir obrigações determinadas judicialmente no prazo previsto em lei. Tanto a inclusão quanto a alteração ou exclusão de dados do BNDT são precedidas de ordem judicial expressa.
A certidão é emitida gratuita e eletronicamente em todo o território nacional por meio dos sítios eletrônicos do TST, do CSJT e dos Tribunais Regionais do Trabalho , a partir do número do CPF ou do CNPJ.´´
Cinquenta mil pessoas trabalham em condições análogas à escravidão no Brasil (Fonte: Diário de Pernambuco)
Xavier acrescentou ainda que entre as agravantes do problema estão a pobreza e a miséria. No Brasil, muitas famílias vivem nessa situação, lembrou o frei. Sem condições ideais de trabalho, as pessoas se submetem à exploração. “[Essas pessoas] tiveram apenas os direitos básicos assegurados. Na hora de pegar um serviço, pegam qualquer um. Para essas pessoas isso é melhor que nada. [Mas] acabam sendo levadas para uma situação de impunidade, ganância e miséria. Temos aí um conjunto que precisa ser atacado, se não a gente não resolve o problema”, disse Xavier.
O coordenador nacional da Frente Parlamentar Mista de Erradicação do Trabalho Escravo, o deputado Domingos Dutra (PT- MA), defendeu a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, conhecida como PEC do Trabalho Escravo, determinando que a área onde for flagrado trabalho escravo seja desapropriada para fins de reforma agrária.
A proposta está arquivada na Câmara, mas o debate pode ser retomado. “Eu acho essa medida muito importante. A nossa luta este ano é desfazer esse gancho infeliz que assegura a emenda [referindo-se ao arquivamento da proposta] e levar para o plenário da Câmara”, disse o parlamentar.
Para Jonas Moreno, procurador do Trabalho, é necessário que o Parlamento se mobilize e tenha interesse redobrado no combate ao trabalho escravo para reduzir as denúncias no país. Paralelamente, ele recomenda que o governo também amplie os quadros de funcionários, principalmente o de fiscais. “O governo precisa lançar concursos. O quadro de funcionários está defasado, da parte do MP [Ministério Público] está razoavelmente estruturado com várias procuradorias implantadas em território brasileiro. Nós recebemos muitas reclamações por parte do sindicato dos auditores sobre o quadro defasado de fiscal e também porque muitos auditores aposentaram”, disse Moreno.´´
Demitido por entregar produtos antes de serem pagos consegue reverter justa causa (Fonte: TST)
#Recife: "Trabalhadores da Arena da #Copa continuam paralisação das obras" (Fonte: JCOnline)
Os trabalhadores das obras da Arena da Copa, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR), continuam em paralisação desde a última quarta-feira (25). Os funcionários reinvidicam aumento de salário, ticket alimentação, cesta básica de R$ 120 e pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estras, Pavimentação e Obras de Terraplanagem (Sintepav-PE), os trabalhadores continuam nos canteiros de obra, mas não realizam as funções. Ainda segundo o Sindicato, os representantes da Sintepav estão impedidos de entrar no local, onde poderiam conversar com trabalhadores e com a Odebrecht, empresa responsável pela obra.
Apenas por meio de nota, a Odebrecht se pronunciou e informou que solicitará ao Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco que a paralisação seja declarada ilegal. De acordo com a empreiteira, a mobilização não se configura legítima, já que convenção coletiva protocolada no Ministério do Trabalho e Emprego está com vigência até 31 de julho de 2012.
Atualmente, 2.397 funcionários trabalham no canteiro. O pico de mão de obra acontecerá em março, com 2.500 pessoas. Ainda não há previsão de negociação entre trabalhadores e empreitera.´´
Empregador deve apresentar prova convincente de que empregado abriu mão do vale-transporte (Fonte: TRT 3 ª Reg.)
A resolução do TST, ao suprimir a OJ 215, trouxe consequências para o mundo jurídico e, principalmente, clareou a matéria. O entendimento que prevalece agora é o de que o empregador é que terá que provar que o seu empregado dispensou o vale-transporte. O tema foi até assunto de programas de televisão em o Presidente do TRT de Minas, Eduardo Augusto Lobato, fez esclarecimento a respeito das modificações da jurisprudência do TST, incluindo o cancelamento da referida OJ. Antes, porém, dessa alteração, alguns magistrados já vinham decidindo com a convicção de que a necessidade do vale-transporte era presumida e cabia ao empregador demonstrar o contrário.
O juiz do trabalho substituto Mauro Elvas Falcão Carneiro deparou-se com a matéria na 26a Vara do Trabalho de Belo Horizonte. E, no caso específico do processo, a questão do vale-transporte repercutiu até no tipo de rescisão do contrato. Isso porque o reclamante pediu a rescisão do contrato de trabalho por culpa do empregador, sob a alegação de ter a reclamada suspendido o fornecimento do benefício, o que impediu o seu comparecimento no trabalho, após o retorno do período de afastamento em razão de acidente de trabalho. A empresa, por sua vez, sustentou que o próprio empregado dispensou o vale e anexou junto com a defesa um documento assinado por ele. Nesse contexto, a empregadora assegurou que houve abandono de emprego.
De fato, observou o magistrado, a reclamada provou que o reclamante assinou documento desistindo do fornecimento do benefício. No entanto, levando em conta o princípio da proteção, não é de se acreditar que um trabalhador que mora na cidade de Vespasiano e trabalha na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais, localizada no bairro Serra Verde, em Belo Horizonte, tenha optado pelo não recebimento do vale-transporte. Além disso, o empregado recebia R$2,30 (dois reais e trinta centavos) por hora de prestação de serviços e havia acabado de se recuperar de um acidente de trabalho, que afetou um de seus membros inferiores. Não é razoável pensar que ele se deslocaria para o trabalho de veículo próprio ou a pé. "As máximas de experiência apontam que não, ainda mais na situação do reclamante, que pelo nível de renda e pela localização de sua moradia certamente teria que utilizar o sistema de transporte coletivo para chegar ao trabalho", enfatizou o magistrado.
O juiz realizou pesquisa no site Google Maps e constatou que a distância entre a moradia do empregado e o seu local de trabalho é de aproximadamente oito quilômetros, o que o fez chegar à conclusão de que ele não dispensou o benefício que viabilizaria a sua ida ao trabalho. "No caso em epígrafe, a empresa reclamada não se atentou que nesta especializa mais vale a realidade que emerge dos fatos do que aquela que advém dos documentos", destacou.
Para o julgador, não houve abandono de emprego. Pelo contrário, o empregado, detentor de estabilidade, em razão de acidente de trabalho, viu-se inviabilizado de comparecer para trabalhar, por ausência de meios de transporte, a partir de dezembro de 2009, quando terminou o benefício previdenciário. Na verdade, a empresa é que deixou de cumprir uma de suas obrigações contratuais, que é o fornecimento do vale-transporte, ao passo que o reclamante buscou a Justiça, em tempo hábil, pedindo a rescisão indireta do contrato. Assim, a reclamada foi condenada a retificar a data de saída anotada na Carteira de Trabalho, e a pagar ao trabalhador aviso prévio indenizado, multa de 40% do FGTS e outras parcelas indenizatórias e salariais. A empresa apresentou recurso ordinário, que foi julgado improcedente pelo Tribunal de Minas.´´
Oitava Turma rejeita conversão automática de regime de servidora de Alagoas (Fonte: TST)
JT concede indenização a herdeiros de trabalhador contratado por empreitada (Fonte: TRT 3ª Reg.)
Sexta Turma eleva indenização a pedreiro vítima de acidente (Fonte: TST)
Orientador de estágio é enquadrado como professor (Fonte: TRT 3ª Reg.)
Ex-jogador do Cruzeiro consegue reconhecimento de contrato único (Fonte: TST)
"Ainda incerta parceria #PDVSA e #Petrobras" (Fonte: Valor Econômico)
Valor Econômico - 30/01/2012
Apesar da carência de sinalização positiva pelo lado brasileiro, os venezuelanos da PDVSA estão otimistas quanto ao desfecho positivo das negociações com a Petrobras para a formalização da parceria, na base de 60% para a estatal brasileira e de 40% para a venezuelana, no controle da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, projeto hoje tocado exclusivamente pela Petrobras. Se não amanhã, data final do acordo de prorrogação de prazo assinado em novembro pelas duas empresas, nos próximos dias ou semanas.
A PDVSA nega-se a fazer declarações sobre o assunto, mas em Caracas é dado como certo que o negócio será fechado e também que, se não for possível anunciar o desfecho amanhã, haverá novo prazo, conforme garantem os venezuelanos. Acerto nesse sentido foi feito em dezembro, informalmente, pela presidente Dilma Rousseff e o líder venezuelano Hugo Chavez. Por esse compromisso, o prazo poderia chegar até 31 de março. Mas a Petrobras só reconhece, por enquanto, o prazo de 31 de janeiro.
A novela arrasta-se desde 2005, quando foi assinado o compromisso entre as duas empresas para construir a refinaria, em parceria igualitária, depois revista para as participações atuais. A refinaria, já com cerca de metade da obra pronta, terá capacidade para processar 220 mil barris de petróleo pesado por dia, devendo ser abastecida com 50% de óleo de cada um dos dois parceiros.
A Abreu e Lima está orçada em aproximadamente R$ 26 bilhões e prevista para operar no primeiro semestre de 2013. Para iniciar as obras sozinha, a Petrobras tomou R$ 10 bilhões emprestados no BNDES e, desde agosto passado, vem tocando o projeto com recursos próprios porque o empréstimo já foi todo gasto. Para fechar a parceria, a PDVSA precisa assumir 40% da dívida da Petrobras com o banco, cobrir sua parte no que já foi gasto de recursos próprio e fazer com a estatal brasileira um cronograma de desembolsos futuros.
Durante muito tempo, a PDVSA não conseguiu apresentar garantias aceitáveis ao BNDES para assumir sua parte na dívida. No começo de outubro, segundo a Petrobras, o banco informou que recebera garantias consideradas "aceitáveis", mas a empresa brasileira advertia que ainda não eram suficientes para elas serem aprovadas pelo banco.
Desde então, pouco mudou, embora os venezuelanos estejam certos que essa parte está praticamente resolvida, com garantias bancárias do China Development Bank (50%), do Banco Espírito Santo (25%) e do Banco do Brasil (25%). O BNDES não quis comentar.
Desde que a parceria foi aventada, ela nunca contou com a simpatia do corpo técnico da Petrobras. Primeiro, pelo temor de perder mercado de combustíveis no Norte e Nordeste do Brasil para a PDVSA. Depois, por vários fatores, inclusive o temor de que a associação não seja produtiva, como acabou não vingando a que foi feita na refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, com a espanhola Repsol (30%), desfeita em 2010.
As razões de Estado e de comércio são mais fortes. Além dos compromissos de integração regional, há a perspectiva de que os 110 mil barris de petróleo por dia que serão importados pelo Brasil reequilibrem a balança comercial entre os dois países, altamente deficitária para os venezuelanos há mais de dez anos.
O último déficit para o Brasil foi em 2000, US$ 575 milhões, com exportações de US$ 753 milhões e importações de US$ 1,33 bilhão.
Desde então foram saldos cada vez mais elevados para o Brasil, chegando em 2008 ao recorde de US$ 4,61 bilhões, com uma pauta diversificadas que inclui veículos, máquinas e medicamentos. O Brasil teria substituído a Colômbia como importante supridor externo do mercado venezuelano na medida em que se avolumavam os conflitos diplomáticos entre os dois países andinos.
No ano passado o saldo brasileiro foi de US$ 3,32 bilhões, embora as importações de produtos venezuelanos tenha crescido 79,84%, atingindo US$ 1,27 bilhão (quase a metade formada por nafta e chapas de aço). O Brasil exportou US$ 4,59 bilhões, com destaques para açúcar, carnes, partes e peças de veículos, pneus, medicamentos, motores e máquinas agrícolas."
"Atraso na Copa inclui #telecomunicações" (Fonte: Estadao)
O Estado de S. Paulo - 30/01/2012
Maior parte da infraestrutura necessária ainda não foi implementada, o que coloca em risco transmissões de áudio, vídeo e dados durante mundial
A extensa lista de requisitos na área de telecomunicações que o Brasil prometeu cumprir para ser sede da Copa de 2014 ainda está longe de ser entregue, embora o mundial de futebol já esteja perto no calendário. Faltando menos de um ano e meio para o evento teste da Copa das Confederações, a maior parte da infraestrutura necessária não foi implementada e, pior que isso, grande parcela não foi nem mesmo contratada.
Um evento global do porte de uma Copa por si só já demanda capacidades gigantescas de tráfego de dados. E o desafio é ainda maior pelo fato de o torneio ser espalhado por 12 capitais distantes entre si. Tudo isso no momento em que a internet se torna onipresente nas atividades das pessoas, as transmissões de vídeo em alta definição já são uma realidade e a TV 3D promete virar moda.
Documento do Ministério das Comunicações elaborado no ano passado detalha uma lista de necessidades que o governo - via Telebrás - deve prover no setor para atender a Copa. A constatação é de que quase nada até agora foi decidido.
Nos estádios e centros de mídias de cada cidade, por exemplo, serão necessários links ópticos duplamente redundantes - ou seja, com duas "reservas" para o caso de falhas - com velocidades de pelo menos 20 gigabits por segundo (Gbps) durante os jogos. Tudo isso interligado em poderosas antenas para a transmissão via satélite.
Além disso, tanto os estádios quanto os hotéis, as sedes dos árbitros, concentrações e centros de treinamento das equipes e, é claro, estações de imprensa terão de estar funcionando em redes apropriadas para as transmissões de dados, áudio e vídeo.
Cobrança. Nesse quesito, o governo cobra desde o fim do ano passado uma definição mais rápida por parte da Fifa dos locais aptos a receber os atletas entre uma partida e outra. Consequentemente, parte considerável do público do evento também passará por esses lugares. A lista preliminar da entidade que comanda o futebol trazia 145 localidades pré-selecionadas.
Responsável pela implantação de toda essa parafernália, a Telebrás precisará lidar com as exigências dispondo de um orçamento de R$ 200 milhões, dos quais pelo menos R$ 20 milhões estão programados para depois da Copa. A intenção do governo é desmontar parte da exagerada estrutura após o mundial, levando o que for possível para outras cidades de grande porte que não estão no evento.
Curiosamente, a parte mais adiantada pelo governo diz respeito exclusivamente aos investimentos privados, das operadoras de telecomunicações que serão as responsáveis por atender o público na Copa. O primeiro passo foi a licitação em outubro do ano passado de quatro posições orbitais para satélites, que reforçarão a capacidade de transmissão do País, sobretudo na região Norte.
Para abril, está previsto o lançamento do edital para o leilão da telefonia de quarta geração (4G), que terá de atender turistas e moradores nas cidades da Copa. Nesse caso, o orçamento não deve ser problema.
Os investimentos previstos ultrapassam os R$ 20 bilhões por ano - 100 vezes mais que a Telebrás em quatro anos. E há a prometida desoneração para a construção de redes de fibras ópticas que, segundo o governo, um dia ainda sai."
"A batalha do piso dos #professores" (Fonte: Correio Braziliense)
Correio Braziliense - 28/01/2012
Reformas pretendidas por Mercadante no Ministério da Educação passam pela unificação salarial em estados e municípios
A saída de Malvina Tuttman do comando do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (lnep) marcou o início das reformas pretendidas pelo novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em uma pasta recheada de problemas na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pelo insucesso na negociação com estados e municípios em torno do piso salarial dos professores — hoje considerado pelo setor como um dos maiores desafios do ministério para os próximos anos.
A articulação com governos estaduais em relação ao cumprimento do piso salarial de professores da rede pública de ensino é uma das prioridades de Mercadante.
O petista teve apoio amplo dos profissionais de educação em São Paulo em sua campanha pelo governo estadual, em 2010, e é visto pelo setor como um quadro de peso para a negociação. A conquista do cumprimento do piso, fixado em R$ 1.187,97 e ratificado em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), contará pontos para Mercadante, que tem ambições de voltar a disputar o governo paulista em 2014.
Mercadante ainda terá que enfrentar uma dura queda de braço com as demais pastas da Esplanada para evitar um contingenciamento de grande porte em seu ministério e garantir, dessa forma, seus planos de expansão do investimento no ensino infantil.
O crescimento dos recursos para o setor são fundamentais para destravar o programa Mais Educação, que pretende ampliar o tempo de permanência de alunos da rede pública com a oferta de jornada em tempo integral. Lançado por Fernando Haddad em 2008, ainda na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto não vingou até agora. Priorizar a alfabetização de crianças de até 8 anos, objeto do programa Alfabetização na Idade Certa, que será lançado neste semestre, também depende do crescimento do aporte para o ensino infantil. O projeto é considerado como uma das principais bandeiras de Mercadante.
Inep
A necessidade de ajustes na logística do Enem, que atinge cerca de 5 milhões de estudantes e envolve um universo em torno de 400 mil profissionais, a cada edição, foi citada diretamente por Mercadante já em seu discurso de posse. "Pretendo realizar ampla consulta com especialistas de alto nível para buscar soluções que melhorem a eficiência e reforcem o caráter republicano e democrático do Enem", afirmou o ministro, na solenidade.
Apesar dos fracassos colecionados pelo instituto na realização do exame, Mercadante enfrenta resistência interna no Inep em relação às mudanças pretendidas no órgão. Os dois nomes mais cotados para suceder Malvina — o atual secretário da Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, e a diretora de avaliação da educação superior do Inep, Cláudia Griboski — são rechaçados dentro do instituto.
A secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, também já anunciou sua saída do MEC. Os secretários de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco, e de Articulação com os Sistemas de Ensino, Carlos Abicalil, devem ser os próximos a deixar o governo, em meio às mudanças promovidas por Mercadante."
"Sobra de #energia pode encarecer contas de luz" (Fonte: Estadao)
O Estado de S. Paulo - 28/01/2012
Demanda menor do que as projeções das distribuidoras provoca excedente de 104,13 MW médios; número deve dobrar neste ano As projeções feitas pelas distribuidoras de energia elétrica ficaram bem acima da demanda registrada no ano passado (e deve se repetir em 2012). Obrigadas a ter 100% do mercado coberto por contratos de longo prazo, elas estão com sobra de eletricidade em suas carteiras - fato que pode representar prejuízo para acionistas e consumidores. Pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2011, 20 concessionárias tiveram sobra de, no mínimo, 104,13 megawatts (MW) médios. Neste ano, são 27 empresas e 230,85 MW médios. O diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), José Gabino, explica que vários fatores impactaram as projeções das concessionárias. Uma delas foi a piora da crise mundial, que afetou o consumo das indústrias - em 2011, o crescimento foi de 2,3% nessa classe de consumo. Mas há quem afirme que, em alguns casos, as distribuidoras erraram nas projeções, pois o consumo residencial e comercial continuou forte, com crescimentos de 4,6% e 6,3%, respectivamente. Outra justificativa é a migração de consumidores "especiais" (abaixo de 3 MW) para o mercado livre (ambiente onde o cliente contrata sua energia no mercado, sem a interferência da distribuidora). De acordo com novas regras, esses clientes podem deixar as distribuidoras a qualquer momento para firmar contratos com outros fornecedores, desde que compre energia alternativa (eólica, biomassa, etc.). "Este mercado tem crescido muito e traz preocupações com o futuro", diz Gabino. Bertin. Para resolver o problema pontual, a Abradee apresentou à Aneel uma proposta para suspensão temporária de contratos firmados com o Grupo Bertin, que esta enrolado com vários projetos. O acordo envolve sete usinas da empresa que estão com o cronograma atrasado, afirma o diretor da Aneel Julião Silveira Coelho. Como a energia dessas unidades está contratada, a empresa teria de ir a mercado para comprar energia e honrar os compromissos. Do outro lado, no entanto, as distribuidoras estão sobrecontratadas e não precisam da eletricidade neste momento. A suspensão dos contratos, que está sendo discutida na Aneel, resolveria os problemas dos dois lados. Coelho explica que até o nível de 103% de sobrecontratação os custos da sobra podem ser repassados para a conta de luz do consumidor. Acima desse nível, o prejuízo vai para o acionista. Uma análise feita pelo assessor da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livre (Abradee), Fernando Umbria, com base em notas técnicas da Aneel, revela que há casos de sobrecontratação de até 40%. Ele explica, entretanto, que as regras do setor permitem um ajuste de contas entre as distribuidoras. Quem está subcontratado negocia com quem tem sobra de energia, e os níveis diminuem. Ainda assim, as sobras continuaram. Nas empresas da Eletrobrás, por exemplo, a sobra de energia foi de 5,4% na Distribuição Piauí e 4% na Distribuição Alagoas. Entre as distribuidoras da Neoenergia, a Coelba teve sobra de 3%; a Celpe, 1,8%; e a Cosern, 3,6%."
Congresso: "Pauta apertada entre eleições e polêmicas" (Fonte: Correio Braziliense)
Correio Braziliense - 29/01/2012
Câmara volta aos trabalhos na quarta com uma lista de votações pendentes a ser resolvida até julho, quando as campanhas terão vez
Atritos entre o governo e dois partidos de peso da base aliada — PSB e PMDB — mais uma pauta recheada de propostas polêmicas em um curto tempo de aprovação marcarão o ano legislativo que começa na próxima quarta-feira, encurtado pelo calendário das disputas eleitorais em prefeituras de todo o país. Na Câmara, a agenda do governo reserva os meses de fevereiro e março para a discussão de dois temas que são foco de discórdia dentro da própria base aliada: a criação do Fundo de Pensão dos Servidores Públicos Federais (Funpresp) e o novo modelo de repartição dos royalties do petróleo.
De acordo com o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a aprovação do Funpresp é prioridade para o Palácio do Planalto. Tudo com o intuito de conter o crescimento do deficit da Previdência do setor público, hoje em R$ 56 bilhões. "É uma questão de responsabilidade do governo aprovar um projeto que complemente a reforma previdenciária e dê as bases de sustentação da Previdência nas próximas décadas", afirma Vaccarezza. A proposta enfrenta resistência, especialmente por parte do PT e do PDT, maiores alvos da pressão das centrais sindicais.
A questão mais explosiva, contudo, será a discussão em torno dos royalties. O texto aprovado no Senado reduz os recursos repassados à União, estados e municípios produtores e beneficia as unidades da Federação não produtoras com uma fatia significativa dos dividendos obtidos com a exploração do petróleo.
A disputa em torno do texto, que divide o Congresso entre bancadas de produtores e não produtores, começa pela definição do relator que dará parecer ao texto aprovado no Senado. O posto caberá ao PT, uma vez que o PMDB abriga as alas opostas mais radicais da discussão, a começar pelo governador do Rio de Janeiro — estado produtor —, Sérgio Cabral.
"Trata-se da disputa do ano. Boa parte da agenda da Câmara irá girar em torno dessa discussão", reconhece Vaccarezza. Entre as demais prioridades do governo, estão a Lei Geral da Copa, o Código Florestal e a definição de uma nova fórmula para o rateio, entre estados e Distrito Federal, do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
Partidos divididos
Adotado em 1990, o atual formato do FPE foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas valerá até o fim deste ano. Em 2011, o fundo representou repasses da ordem de R$ 48,07 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional. A lista de assuntos polêmicos não envolve apenas votações. Entre os partidos, o PT já começa o ano rachado devido à contenda pela liderança da bancada. Os deputados José Guimarães (CE) e Jilmar Tatto (SP) disputam o posto, hoje ocupado pelo deputado Paulo Teixeira (SP).
Mesmo dividido, o PT ainda quer encampar, na Casa, a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias sobre irregularidades nas privatizações ocorridas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Nós a serem desatados
Royalties
» A redefinição dos critérios de divisão dos royalties do
petróleo coloca em lados opostos estados não produtores contra Rio de Janeiro e Espírito Santo, os dois principais produtores do combustível no país. No centro da questão está uma arrecadação que, hoje, gira em torno de R$ 22 bilhões anuais, podendo chegar a R$ 40 bilhões até 2020.
FPE
» Até o fim do ano, o Congresso terá de definir uma nova fórmula para o rateio do Fundo de Participação dos Estados, o que faz da discussão uma contenda generalizada entre todas as unidades da Federação. Caso não seja aprovado um projeto com o novo formato para o fundo, ele será extinto em dezembro.
Funpresp
» A proposta prevê um teto de aposentadoria igual ao do INSS para o funcionalismo público, de R$ 3,6 mil. O servidor que quiser receber mais deverá contribuir para o fundo, que pagará uma aposentadoria complementar a partir de 35 anos de contribuição. Novos servidores deverão ingressar no funcionalismo público já sob o novo regime.
Lei Geral da Copa
» O texto do marco regulatório que norteará a realização da Copa do Mundo de 2014 se transformou na principal fonte de crises entre o governo e a Fifa. A presidente Dilma Rousseff cedeu na venda de bebidas alcoólicas nos estádios, mas insiste na liberação de meia-entrada para estudantes e idosos, rejeitada pela Fifa.
Código Florestal
» A Câmara terá de analisar o texto modificado pelo Senado, que permite a agricultores multados por praticar desmatamento irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs) até julho de 2008 a conversão de multas em ações de preservação ambiental, como recomposição da mata nativa. A medida é uma das mais polêmicas do projeto."
"Para pesquisadores, menor desemprego já reflete mudanças demográficas" (Fonte: Valor Econômico)
Valor Econômico - 30/01/2012
A queda da taxa de desemprego em 2011 se deveu em grande parte à força da ocupação no setor de serviços e na construção civil, mesmo num cenário de fraco crescimento da economia, mas também refletiu um fator mais estrutural - as mudanças demográficas que já afetam o mercado de trabalho brasileiro. A população em idade ativa (PIA) cresce cada vez mais devagar, moderando o ritmo de expansão da oferta de trabalho e, com isso, colaborando para reduzir a desocupação. O desemprego fechou o ano passado em 6% nas seis principais regiões metropolitanas do país, o nível mais baixo da série iniciada em 2002, segundo números do IBGE.
Assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Arbache tem chamado a atenção para a importância dos efeitos das mudanças demográficas sobre o emprego e a renda. A PIA, diz ele, é o fator mais importante para determinar a oferta de trabalho. Uma PIA que cresce menos tende a reduzir o ritmo de expansão da chamada população economicamente ativa (PEA), o grupo formado pelas pessoas empregadas e pelas que estão em busca de ocupação.
Em 2011, a PIA cresceu 1,26% nas seis principais regiões metropolitanas, taxa idêntica à do ano anterior. Em 2007, ela tinha crescido 1,73%. Segundo Arbache, a expectativa é que a população em idade ativa pare de crescer entre 2020 e 2022, passando então a encolher. Quando isso ocorrer, o impacto sobre a oferta de trabalho será muito mais intenso.
No ano passado, a PEA teve um aumento de 1,2%, inferior à alta de 2,1% registrada pelo nível de emprego. A tendência de fraco crescimento da população em idade ativa ajuda a explicar o avanço modesto da PEA, avalia o economista Sérgio Mendonça, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Arbache ressalva que, no curto prazo, a PEA "pode variar em razão de incentivos, como o aumento ou queda dos salários reais" - ou seja, não segue automaticamente os movimentos da PIA.
Para Mendonça, a força do mercado de trabalho nos últimos anos, com alta de salários e aumento da formalização, tem levado mais gente a retardar a entrada no mercado de trabalho. Numa família em que os pais têm um emprego com rendimento melhor e contam com a segurança da formalidade, a tendência é que os filhos fiquem mais tempo estudando, sem buscar emprego e, com isso, aliviam a pressão sobre a PEA, acredita ele. É uma avaliação compartilhada pelo economista Fabio Romão, da LCA Consultores, para quem uma situação favorável em termos de renda pode desestimular a busca de ocupação dos filhos para reforçar o orçamento familiar.
Arbache aponta dois outros fatores que tendem a diminuir o potencial de expansão da população economicamente ativa: a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho já é elevada e não há mais uma grande migração da zona rural para as cidades.
Para ele, os analistas têm subestimado o impacto das mudanças demográficas já em curso no país. "A taxa de fecundidade no Brasil caiu de três para dois filhos por mulher em apenas 18 anos, de 1988 a 2005, enquanto em muitos países europeus essa mudança se deu em cerca de 60 anos ou mais". Trata-se de um fenômeno importante, com efeitos significativos sobre o ritmo de expansão da população em idade ativa, afirma Arbache.
No curto prazo, diz ele, a redução do ritmo da oferta de trabalho ajuda a transmitir uma sensação de bem estar, por ajudar a reduzir o desemprego. No longo, implica em desafios difíceis, por elevar o custo do trabalho, minando a competitividade internacional do país, além de ter efeitos sobre a Previdência. Para lidar com esses problemas, avalia Arbache, será fundamental trabalhar para elevar a produtividade.
Os especialistas ressaltam também o papel essencial dos fatores conjunturais para a queda do desemprego de 6,7% em 2010 para 6% em 2011 - menos da metade dos 12,3% de 2003. O Produto Interno Bruto (PIB) deve ter crescido menos de 3% no ano passado, mas os serviços ainda tiveram um bom desempenho, o que explica o aumento expressivo da ocupação no setor. No segmento de serviços às empresas, o nível de emprego aumentou 6,4% em 2011, um alta mais forte que os já significativos 4,5% do ano anterior.
Arbache diz que o "crescente protagonismo dos serviços na economia", num momento em que a indústria patina, foi decisivo para a ocupação crescer a um ritmo ainda razoável. Mendonça observa que a construção civil também ajudou - números do IBGE mostram uma alta de 3,9% do nível de emprego no setor no ano passado. Para comparar, o crescimento na indústria de transformação foi de apenas 1,2%.
O professor Claudio Salm, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a força dos serviços e da construção derrubou o desemprego em 2011, mas ele não acredita que o mesmo pode ocorrer se a economia crescer menos de 3,5% a 4% em 2012. Ele diz que, na primeira metade de 2011, a economia ainda teve um crescimento razoável (de 3,8% em relação ao mesmo período de 2010), e que a desaceleração mais forte ocorreu apenas no segundo semestre. Neste ano, o desemprego tende a subir se o PIB tiver mais uma expansão modesta, na casa de 3%, acredita Salm.
Mendonça e Romão discordam, apostando em nova queda da desocupação em 2012. Para o primeiro, um motivo importante é que não haverá uma grande pressão da oferta de trabalho, em parte pela questão demográfica e em parte porque a condição favorável de emprego e renda tende a fazer com muitas famílias retardem a entrada dos filhos no mercado de trabalho. Romão acredita que a PEA vai crescer 1,6% em 2012, acima do 1,2% deste ano, mas ainda assim menos que o 1,8% estimado para a ocupação. A atividade econômica deve ganhar força no segundo trimestre, decolando especialmente depois de julho, contribuindo para que setores como a indústria e o comércio gerem um volume maior de empregos."