Escrito por: Sindieletro-MG
Mais uma tragédia que envolve a terceirização na Cemig e a falta de uma política de saúde e segurança construída a partir das propostas dos trabalhadores, marca este início de 2011. O eletricista do consórcio Setap – que reúne empreiteiras na prestação de serviços na rede elétrica da Cemig – Thiago Matias Carvalho, 26 anos, esposo, pai de quatro filhos, foi a segunda vítima de acidente fatal este ano. Ele morreu na manhã de segunda-feira, 21 de fevereiro, durante a atividade de substituição de poste, em uma avenida marginal à BR 365, no bairro Roosevelt, em Uberlândia.
Durante a manobra para a colocação do novo poste, o equipamento quebrou e para não ser atingido pela queda o eletricista tentou correr. Mas tropeçou em cordas e caiu embaixo de um caminhão de limpeza urbana de Uberlândia. Tiago morreu na hora.
As primeiras apurações do Sindieletro apontam que podem ter ocorrido falhas para a realização do serviço com absoluta segurança para a equipe de eletricistas terceirizados. Como a avenida era marginal à rodovia BR 365, os veículos já entram na via em alta velocidade. O local onde o poste estava sendo instalado só foi isolado parcialmente, ou seja, metade da avenida ficou aberta para o trânsito. Ainda conforme as apurações preliminares do Sindieletro, o serviço deveria ser executado por uma equipe maior de trabalhadores e com o apoio de guardas de trânsito da cidade ou da Polícia Militar, para o total fechamento da via pública. Além disso, o Sindicato questiona e quer saber se foi usado os equipamentos necessários e adequados para a manobra e se a equipe recebeu treinamento suficiente.
O diretor de Saúde e Segurança do Sindieletro, Argemiro Ferro, lamenta a morte de mais um trabalhador a serviço da Cemig, lembrando que, infelizmente, em 2011 a Cemig vem mantendo não só a média de um acidente fatal a cada 45 dias, nos últimos 12 anos, como também já registra dois óbitos nos dois primeiros meses deste ano. A primeira morte de trabalhador em 2011 aconteceu em 14 de janeiro e foi a do eletricista também terceirizado, Lucas Rodrigues dos Reis, 24 anos.
“Nenhum acidente envolvendo trabalhadores da Cemig, do quadro próprio ou terceirizado, é uma fatalidade. Para nós, tantas tragédias poderiam ser evitadas se a Cemig debatesse com os trabalhadores uma política de saúde e segurança que funcione de verdade. Além disso, para evitar tantas perdas, é preciso acabar com as terceirizações das atividades-fim”, cobrou.”
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