"O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região marcou para esta sexta-feira (30/3) uma nova audiência que, desta vez, será conjunta e envolverá os casos de greve nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. As duas usinas estão sendo construídas em Rondônia, no rio Madeira, e estão sob responsabilidade, respectivamente, da Energia Sustentável do Brasil (ESBR) e da Santo Antônio Energia.
A iniciativa de juntar os processos de dissídio coletivo de greve foi da desembargadora Maria Cesarineide de Souza Lima em conjunto com o desembargador e relator dos processos referentes a Jirau, Carlos Augusto Gomes Lôbo, em audiência ocorrida na quinta-feira (29), onde se discutiria inicialmente o caso de Santo Antônio.
Em Jirau, os trabalhos estão parados desde o início do mês e, em Santo Antônio, desde o dia 20. A paralisação da primeira usina foi considerada ilegal pela Justiça já em 15 de março, enquanto a da planta vizinha foi declarada abusiva no dia 21. Nesta quarta (28), a 1ª Vara do Trabalho de Porto Velho emitiu liminar que determinou que o Sindicato da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) se abstenha de ameaçar ou impedir os operários de trabalharem.
Na última decisão, foi colocada uma multa diária de R$100 mil, até o limite de R$5 milhões, em caso de descumprimento – com ameaça, inclusive, de prisão do presidente da entidade, Raimundo Soares, e outros que impeçam o retorno aos trabalhos.
Em Jirau, chegou-se a falar da retomada nos trabalhos por parte dos funcionários de uma das contratadas, a Enesa. Mas, de acordo com as últimas informações, do TRT, são ainda 19 mil pessoas paradas na usina. Em Santo Antônio, são outros 15 mil. Nesta segunda planta, a obra chegou a ser reiniciada nesta quinta-feira (29), mas tumultos fizeram com que o consórcio construtor chamasse a Polícia Federal e evacuasse o canteiro “para preservar a integridade física dos demais trabalhadores e de suas instalações”. Ainda assim, o Sticcero, ao falar com o Jornal da Energia no final da tarde, acreditava que a normalidade seria retomada nesta sexta (30).
Em Jirau, a ESBR prefere não dar informações sobre a greve e diz que quem pode falar sobre o assunto é a Camargo Corrêa, responsável pela obra civil. A empresa diz somente que ainda não tem um estudo para saber qual o impacto dos dias parados sobre o cronograma da hidrelétrica, que tinha previsão de iniciar a geração de energia no segundo semestre deste ano. Essa data, porém, aponta uma antecipação frente à obrigação da concessionária, que é de começar a operação da primeira máquina em 1 de janeiro de 2013."