quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cármen Lúcia: a ministra que comandará o STF pelos próximos dois anos (Fonte: RBA)

"Brasília – Aos 62 anos, a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) em 12 de setembro, é uma mineira de hábitos simples. Ela não pinta os cabelos, usa roupas discretas, faz questão de dirigir o próprio carro, um Astra, e costuma cumprimentar com aceno simpático os funcionários que encontra nos corredores do tribunal. Além de ser considerada bem preparada juridicamente para os votos que relata, é tida como uma julgadora que evita debates exacerbados e grandes discussões com os colegas durante as sessões. Mas, às vezes contraditoriamente, gosta de proferir frases de efeito e duras sobre o que pensa. Por isso, assume em meio a dúvidas sobre como, de fato, será o seu comportamento à frente da mais alta Corte do país.

Em tempos de julgamento das ações da Lava Jato, Cármen Lúcia presidirá o STF justamente no ano em que completa 10 anos no tribunal. Do tipo considerado "casada com o trabalho", estudiosa dos casos que relata e das novas jurisprudências, ela é defensora dos direitos das mulheres e tem sido cautelosa em decisões que venham a representar perdas para os trabalhadores.

Ao mesmo tempo em que tem várias características da sua personalidade elogiadas por magistrados e operadores de direito, também é vista por setores da advocacia, juristas e colegas como sinal de que os tempos serão mais duros nos próximos dois anos, no STF. Embora estes últimos admitam que, apesar da maior rigidez, possam ser dias bem mais céleres no julgamento dos processos.

Numa das suas declarações mais polêmicas, proferida em outubro passado, quando o STF autorizou a prisão do então senador Delcídio do Amaral (sem partido), Cármen Lúcia mexeu com o brio de políticos diversos, o que lhe rendeu protestos de cidadãos. A ministra afirmou, numa frase longa, entre outras palavras, que "na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança teria vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça".

Uma das manifestações mais emblemáticas foi a longa carta encaminhada a ela pelo bispo dom Orvandil Moreira Barbosa, da diocese Brasil Central, de Goiás, e professor universitário. Dom Orvandil disse que "como cidadão e como povo me sinto ofendido e agredido em minha esperança e em minha fé com essa sua fala, para mim irônica e sem nenhuma relação com o mensalão da mídia, com muitos casos dúbios e influenciados pela opinião publicada". (...) "A senhora carregou sobre a ironia sem nexo ao afirmar que 'agora o escárnio venceu o cinismo'".

Em outro trecho, ele afirmou: "A minha ofensa também vem do fato de a senhora misturar ironicamente fatos e valores sem nenhuma relação, sendo que a esperança realmente venceu o medo e sempre vencerá as vilanias da classe dominante, principalmente da rapinagem dos poderosos internacionais, que atuam por meio de jagunços nacionais. Pior, a sua referência de falso senso de oportunidade choca por estabelecer nexos irreais entre um senador atual, preso acusado de atrapalhar investigações, com toda a força da esperança de um povo". Cármen Lúcia, desta vez, nada comentou.

Argumentou posteriormente, numa entrevista para TV, que a declaração saiu depois de ter ficado estarrecida com gravações onde o então senador fazia ilações sobre a possibilidade de conseguir apoio de ministros do tribunal num provável julgamento. "Não se faz favor usando a toga", declarou, para acrescentar: "Estou há dez anos no Supremo e nunca veio ninguém falar comigo sobre algum processo, nunca recebi nenhuma proposta indecorosa. Não sei se por causa do meu jeito, mas comigo isto nunca aconteceu".

No dia em que foi confirmada pelo plenário como substituta do ministro Ricardo Lewandowski para o próximo biênio do STF, a ministra protagonizou outra polêmica, ao dizer que gostaria de ser chamada de "presidente" e não "presidenta", porque "fui estudante e sou amante da língua portuguesa", numa referência à presidenta afastada da República, Dilma Rousseff. Desagradou desde militantes e simpatizantes petistas ao ex-ministro da Educação do governo Dilma, Renato Janine Ribeiro, que citou um conterrâneo dela, Carlos Drummond de Andrade, como alguém que defendia o termo "presidenta", para alfinetá-la.

"Gosto da ministra Cármen Lucia, mas, entre o português dela e o de Carlos Drummond de Andrade, fico com o do poeta – que, na sua tradução de Choderlos de Laclos, usa 'presidenta' sem nenhum problema. Observação: eu prefiro usar presidente, mas respeito Drummond, um de nossos maiores escritores", afirmou o ex-ministro. "Acusar quem usa presidenta de ignorante é, isso sim, ignorância. Mas cada um usa a que prefira. Livre para Dilma, livre para Cármen", acrescentou. Também nada foi respondido pela magistrada.

O professor de português Pasquale Cipro Neto também criticou a postura e a entonação da magistrada. Em artigo intitulado "Data venia, Excelência, o cargo é de presidente ou presidenta", Pasquale argumenta: "O que não se pode, de jeito nenhum, é ditar regras linguísticas totalmente desprovidas de fundamento técnico, mas foi justamente isso o que mais se viu/ouviu/leu desde que Dilma manifestou a sua preferência por 'presidenta', forma que não foi inventada por ela". O colunista lembra que o termo  está registrado na edição de 1913 do dicionário de Cândido de Figueiredo, como "neologismo".

Tempos quentes
"Teremos tempos quentes pela frente", disse o advogado Ruben Antonio Furtado, com escritório em Brasília. Em tom diplomático, ele evitou afirmar se os tempos "quentes" serão quanto à administração ou aos julgamentos do tribunal, mas ressaltou achar que o tom rigoroso da ministra terá prós e contras, embora a certeza de que "desta vez, haverá uma magistrada preparada no comando da casa".

A forma irônica de falar do advogado é uma comparação implícita entre o estilo de Cármen Lúcia e o do ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, que ao contrário dela e do atual presidente, Ricardo Lewandowski, era considerado em reservado nos gabinetes do tribunal um magistrado que teve boas notas nos concursos em que foi aprovado mas, por outro lado, tinha parco preparo jurídico e muitos processos acumulados atrás de si.

Como pontos favoráveis da magistrada, Furtado cita seu preparo intelectual e também desabafos célebres, conhecidos entre os servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos tempos em que a ministra presidiu o órgão em 2012 que delineiam bem o seu perfil. "Ninguém aguenta essa mulher", esperneou um analista judiciário que pediu transferência para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), na época. A frase "ninguém aguenta" não dizia respeito a cenas de grosseria nem a falta de educação por parte de Cármen Lúcia. Mas sim, à alta carga de trabalho imposta por ela. O que terminou sendo revertido em fator positivo para a sua gestão.

No gabinete da ministra são conhecidos os plantões que costuma marcar com toda a equipe quando acha que está com processos de sua relatoria atrasados. Também ficou notória a história de um servidor que, durante um destes plantões convocados para o TSE, chegou de bermuda e com sinais de que havia ingerido bebida alcoólica. Foi sumariamente demitido dias depois, mesmo exercendo um cargo de confiança. Por ser tido como servidor exemplar, que tinha assessorado vários antecessores da presidência do tribunal e não tinha a obrigação de trabalhar naquele plantão, outros ministros pediram para que tivesse suspensão mais branda. Não adiantou. Cármen Lúcia não admitiu mais tê-lo como subordinado.

"Todos que trabalham com Cármen Lúcia gostam, sabem que ela estimula os seus servidores a fazer concurso e a melhorar na carreira, mas por outro lado é preciso saber entrar no ritmo dela", contou Fernanda Soares, uma técnica legislativa que ficou lotada no gabinete da magistrada, num dos primeiros anos após a ministra tomar posse, e diz admirar seu estilo.

No início deste ano, o pai da ministra, Florival Antunes Rocha, 98 anos, desistiu de uma ação sobre expurgos dos planos econômicos para que a filha pudesse participar do julgamento sobre o tema, que está parado há mais de dois anos no STF. Florival tinha poupança na época da inflação, quando perdeu dinheiro com esses planos. Mas como o caso entrou no rol do instrumento de repercussão geral – segundo o qual a decisão do Supremo a respeito passará a valer para todas as outras nos tribunais do país – a demora para entrar na pauta do tribunal estava atrapalhando a vida de milhões de brasileiros.

A atitude da ministra rendeu-lhe elogios de entidades de defesa dos consumidores e impetrantes das ações sobre o caso, que é considerado, de longe, o maior nas mãos do STF, com potencial de perdas de até R$ 150 bilhões para os bancos e repercussão sobre mais de 800 mil processos em andamento no país.

O imbróglio todo se dava porque também tinham se declarado impedidos do julgamento os ministros Edson Fachin, Luiz Barroso e Luiz Fux. E com Cármen Lúcia também impedida, por causa do pai, não havia quórum suficiente no tribunal.

Corporativismo e foco
Posições de Cármen Lúcia sobre direitos e conquistas das mulheres têm sido elogiadas. Ela defende, por exemplo, que as presas sejam retiradas poucas semanas antes de dar à luz de penitenciárias e delegacias para que nenhuma criança filha de presidiária nasça na aprisionada. Também é favorável a leis mais rígidas sobre o estupro e costuma fazer visitas aos presídios para ver a quantas anda o acompanhamento da execução criminal no país.

A magistrada é considerada uma das poucas ministras sem postura corporativista, embora já tenha atuado para defender direitos do Judiciário e de atuar como uma leoa quando seu interesse é em algum anseio relacionado à carreira. Teria sido assim, conforme a versão de alguns políticos e magistrados de Minas Gerais, quando decidiu se articular para conseguir uma vaga no STF.

Uma advogada aposentada, ex-mulher do dono de um conhecido escritório de direito tributário com sedes em São Paulo e Brasília, contou que Cármen começou a campanha para ser ministra do STF décadas antes e construiu toda uma trajetória política para isso, desde o governo de Itamar Franco em Minas Gerais – período em que foi procuradora no Estado. "Ela sabia que poderia existir uma oportunidade e começou a se esforçar para ser convidada para eventos jurídicos, participar de todos os jantares de membros da Corte e encontrar os mais diversos motivos para vir a Brasília e conversar com ministros. Tornou-se íntima de muitos deles e não escondia que estava no páreo para alguma indicação", ressaltou.

Em sua defesa, o jurista Dalmo Dallari, assim que soube da decisão da Corte de tê-la como a nova presidente, se manifestou. "Ela é brilhante. É uma juíza independente, de honestidade absoluta e com enorme sensibilidade constitucional."

Em relação às suas decisões no Supremo, foi a única integrante do colegiado, ao lado do ministro Joaquim Barbosa, em 2011, que votou a favor da constitucionalidade total da Lei da Ficha Limpa. Foi uma das primeiras a criticar a prática do caixa 2 e a dizer que se trata de um crime, no colegiado, durante uma sessão. Além disso, é da opinião que não cabe ao Judiciário controlar o poder do Estado de intervir na economia, frase que já repetiu diversas vezes.

Quando questionada sobre o fato de ser correto o magistrado ter ou não opinião política, ela tem sido dúbia. Diz que não acha correto, mas que considera possível ao julgador ter, sim, uma "visão de mundo" e que a seu ver, o que muitos entendem como posição política muitas vezes é, no seu entendimento, a expressão de sua "visão do mundo".

Cármen Lúcia teve votos considerados contraditórios entre ativistas do direito humano à justiça. Por exemplo, votou favorável à prisão de réus já nas condenações em segunda instância e sem que a sentença tenha sido considerada transitada em julgado (tema que ainda é objeto de julgamento final no STF) – o que para muitos afronta o direito de defesa, vai prejudicar os mais pobres e agravar a situação de casas de detenção. Por outro lado, votou pela autorização do aborto em caso de fetos anencéfalos, das pesquisas com células tronco, da união estável entre homossexuais e da adoção de crianças por homossexuais, entre outros casos.

"Minha grande briga sempre foi para que as pessoas tenham respeitados seus direitos, até por eu vir das Gerais, uma região onde as pessoas precisaram brigar demais para conseguir sobreviver", já afirmou.

Outra característica de sua atuação enquanto magistrada é a que teria desenvolvido ao refletir sobre a tese, levantada por um dos decanos da Corte, Marco Aurélio de Mello, de que não adianta se exasperar durante os votos nas sessões porque "ninguém convence ninguém nos debates durante as sessões".

Relatora da ação polêmica sobre o direito à publicação de biografias mesmo quando não autorizadas pelos biografados, ela considerou – e foi acatada pelos pares – que apesar do argumento do Código Civil de que "a vida privada da pessoa natural é inviolável", a exigência de autorização prévia para a publicação de qualquer obra se configura em censura. E lembrou que a Constituição garante "o direito ao acesso à informação e à liberdade de expressão". Chamou a atenção, no julgamento, por incluir no voto mais um dos seus trocadilhos, ao escrever e repetir publicamente: "Cala a boca já morreu".

Fica presente o temor de que o STF passe a ser comandado por uma ministra que nem sempre relativiza os dois lados (no caso dos embates que envolvam políticos), demonstra ser pouco paciente com os subordinados que saiam dos trilhos e mais rigorosa do que o normal na aplicação da lei. Se isto será bom ou não para o país, falta pouco tempo para os brasileiros saberem.

Frases
"O direito é um agente de libertação permanente"

"Não há nada que ligue o ministro do Supremo a quem o indicou para o cargo porque a toga não é desse ministro, é do Brasil. O STF não se acovarda e a prova disso está nas decisões do colegiado"

"O juiz tem suas visões de mundo. Não são opções políticas, costumo dizer que são visões de mundo"

"A função do juiz é dificílima. A sensação de lidar com a injustiça é um sofrimento"

"Quem ganha, festeja; quem perde, reclama"

"Não basta aplicar o Direito: é indispensável ouvir a sociedade para entender a razão dos descontentamentos"

"Houve um tempo em que a esperança venceu o medo (...) Depois o escárnio venceu o cinismo (...) Agora não se pode deixar que o cinismo e a impunidade vençam a Justiça"

"Defendo que seja debatida a questão de um mandato para os ministros do Supremo. Sou favorável a isso e acho que o tema precisa ser muito bem discutido"

"O Brasil tem muitas humanidades. Temos a pessoa que precisa andar dez dias para chegar a um posto de saúde e a pessoa que vai diariamente para o trabalho de helicóptero"

"Não demonizo a política, acho importantíssima a política. É a política ou a guerra. Sou de uma geração que lutou para eleger desde os presidentes dos diretórios acadêmicos das faculdades até os prefeitos, governadores e presidentes"

"Desacreditar as instituições não conduz a melhoria para a sociedade. Tem de se julgar cada caso, dando o devido direito de defesa para se decidir da melhor forma"..."

Fonte: RBA

Temer é recebido com vaias, gritos de 'fora' para desfile na Esplanada (Fonte: RBA)

"Brasília – O presidente Michel Temer foi recebido sob protestos e gritos de "golpista" por pessoas que foram assistir ao desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios.
Ao chegar ao local reservado às autoridades para o início do desfile, Temer foi aplaudido pelo público que acompanha o evento das arquibancadas, próximas à tribuna presidencial.

Logo depois, porém, dezenas de pessoas vaiaram e começaram a gritar "Fora, Temer" por diversas vezes, fazendo com que o cerimonial do desfile fosse momentaneamente interrompido. Os manifestantes estavam sentados em uma arquibancada localizada na diagonal da tribuna reservada ao presidente, praticamente na frente de outro espaço onde estão posicionados diplomatas e demais autoridades.

Durante cerca de um minuto, os gritos e as vaias interromperam o protocolo do evento. Um dos manifestantes abriu uma pequena faixa com os dizeres: "Não aceitamos governo ilegítimo". Em menor número, um grupo de pessoas na mesma arquibancada se opôs ao protesto, levantando pequenas bandeiras do Brasil e dizendo: "A nossa bandeira jamais será vermelha".

Após a execução do Hino Nacional, os protestos continuaram, de forma mais espaçada.

O presidente desceu do carro ao lado da primeira dama, Marcela Temer, e se posicionou na tribuna onde estavam os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Esse é o primeiro evento público de Michel Temer desde que assumiu a presidência da República.

No momento em que Temer deu autorização ao Comandante Militar do Planalto, general de Divisão César Leme Justo, para o início oficial do evento, não foram ouvidos mais protestos. Quando o desfile já estava ocorrendo, inclusive com a condução do Fogo Simbólico pelo atleta Arthur Nory, os presentes aplaudiram as apresentações.

Além de autoridades militares, acompanham o desfile ao lado de Temer os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Justiça, Alexandre de Moraes, dentre outros.

O presidente Michel Temer foi recebido sob protestos e gritos de "golpista" por pessoas que foram assistir ao desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios.

Ao chegar ao local reservado às autoridades para o início do desfile, Temer foi aplaudido pelo público que acompanha o evento das arquibancadas, próximas à tribuna presidencial.

Logo depois, porém, dezenas de pessoas vaiaram e começaram a gritar "Fora, Temer" por diversas vezes, fazendo com que o cerimonial do desfile fosse momentaneamente interrompido. Os manifestantes estavam sentados em uma arquibancada localizada na diagonal da tribuna reservada ao presidente, praticamente na frente de outro espaço onde estão posicionados diplomatas e demais autoridades.

Durante cerca de um minuto, os gritos e as vaias interromperam o protocolo do evento. Um dos manifestantes abriu uma pequena faixa com os dizeres: "Não aceitamos governo ilegítimo". Em menor número, um grupo de pessoas na mesma arquibancada se opôs ao protesto, levantando pequenas bandeiras do Brasil e dizendo: "A nossa bandeira jamais será vermelha".

Após a execução do Hino Nacional, os protestos continuaram, de forma mais espaçada.

O presidente desceu do carro ao lado da primeira dama, Marcela Temer, e se posicionou na tribuna onde estavam os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Esse é o primeiro evento público de Michel Temer desde que assumiu a presidência da República.

No momento em que Temer deu autorização ao Comandante Militar do Planalto, general de Divisão César Leme Justo, para o início oficial do evento, não foram ouvidos mais protestos. Quando o desfile já estava ocorrendo, inclusive com a condução do Fogo Simbólico pelo atleta Arthur Nory, os presentes aplaudiram as apresentações.

Além de autoridades militares, acompanham o desfile ao lado de Temer os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Justiça, Alexandre de Moraes, dentre outros..."

Fonte: RBA

Em Brasília, protesto contra o governo Temer pede novas eleições (Fonte: RBA)

"Brasília – Manifestantes fazem ato contra o governo de Michel Temer na Esplanada dos Ministérios, do lado oposto ao desfile que marca o Dia da Independência.

A concentração foi marcada para as 8h30, pouco antes do início das celebrações de 7 de setembro, agendadas para as 9h. Os manifestantes reuniram-se no Museu Nacional, fizeram cartazes e começaram a gritar palavras de ordem por volta das 9h. A expectativa da organização é que 5 mil pessoas participem do ato. Após o desfile, os manifestantes seguirão em caminhada até o Congresso Nacional.

A movimentação era tranquila no início da manhã. Um grupo estendia quatro faixas com os dizeres: "Fora Temer, eleições já", deixando-as visível para quem descia o Eixo Monumental em direção ao Congresso Nacional. Mais tarde, outros movimentos também estenderam suas faixas de protesto. Ao todo, mais de 90 entidades se posicionam contra o governo Temer e questionam a legitimidade da tomada de poder, que classificam como golpe.

Mas antes do início do desfile, seguranças confiscaram uma bandeira de um grupo de estudantes e os ameaçaram expulsa-los da arquibancada caso fizessem alguma manifestação crítica ao governo golpista de Michel Temer.  A bandeira confiscada era do Brasil e tinha a palavra golpe escrita.

"O ato faz parte de uma série de ações contra o governo. Não concordamos com as propostas para diversas áreas, como educação, comunicação", diz Breno Lobo, integrante do movimento Juntos - Juventude em Luta.

Militantes também estenderam uma faixa verde e amarela de 150 metros já usada no 7 de Setembro do ano passado. O "Não vai ter golpe" de 2015 virou "Fora Temer", escrito em vermelho.

O protesto foi convocado pelas redes sociais, recebeu mais de 4 mil confirmações e 4,6 mil manifestaram interesse no ato pelo Facebook, em Brasília. Ações semelhantes foram convocadas em outras cidades do país. A manifestação "Fora Temer", une-se, este ano, ao Grito dos Excluídos, protesto tradicional de 7 de Setembro, que reúne movimentos sociais em busca de visibilidade e melhores condições de vida.

"Neste ano, o nosso lema é Fora Temer, nenhum direito a menos. Vamos deixar claro que não sairemos das ruas", diz Wilma dos Reis, uma das organizadoras do ato. Em frente a um cartaz do coletivo #Mulherespelademocracia, ela diz que os direitos das mulheres estão ameaçados por diversas medidas do atual governo. "É um governo de homens, héteros e brancos, onde a mulher é vista apenas como decorativa nos altos cargos".

Os manifestantes também lembraram que, na próxima segunda-feira (12), vai à votação a cassação do mandato do deputado federal afastado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Eles pediram novas mobilizações nesse dia para evitar que Cunha retorne à Câmara. Ele é acusado de mentir, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, sobre a existência de contas em seu nome na Suíça que guardariam montantes oriundos de desvios do esquema de corrupção na estatal..."

Fonte: RBA

Grito dos Excluídos leva milhares à Paulista e reafirma luta contra o golpe (Fonte: Democracia)

"São Paulo - "Como podemos comemorar a independência da pátria se sofremos um golpe?", questiona Maria dos Remédios, que saiu cedo de casa, em São Mateus, zona leste da capital paulista, para reivindicar a saída de Michel Temer da presidência da República, novas eleições e a manutenção de todos os direitos civis e trabalhistas. Com ela, cerca de 15 mil pessoas protestaram na Avenida Paulista, na manhã de hoje (7), durante o 22° Grito dos Excluídos. A estimativa é dos organizadores.

Enrolada em uma bandeira do Brasil preta, representando o luto, com uma faixa vermelha, representando a luta, feita por ela mesma, Maria garante não ter medo da repressão. "Trouxe uma flor para dar aos policiais, caso eles venham pra cima da população", afirmou. Ela se disse desacreditada da política partidária: "hoje é preciso fazê-la nas ruas".

A musicista Marina Salomão também garantiu que não sairá das ruas até que o golpe seja derrotado. "Não quero a volta dos anos 70", disse ela, que tem na família um parente desaparecido durante o período da ditadura civil-militar. "Estamos sofrendo cassação de direitos que há tempos não se via. Isso é muito grave. Não podemos sair das ruas", afirmou.

Muitos jovens também compareceram ao protesto. Saídos do bairro dos Pimentas, em Guarulhos, um grupo formado nas aulas de um curso pré vestibular popular teme que o novo governo liquide os avanços em educação conquistados nos últimos anos. "Sofremos muito com a desigualdade. Isso é muito forte na educação. Todo o acesso à universidade que ocorreu nos últimos anos pode ser liquidado pelo golpe", explicou a estudante Daiana Domingues.

A marcha saiu da praça Oswaldo Cruz, onde se inicia a Avenida Paulista, por volta de 10h30. Sem portar os equipamentos repressivos dos últimos protestos, poucos policiais acompanharam os manifestantes, que caminharam pela Paulista, tomaram a Avenida Brigadeiro Luis Antônio e rumaram ao Parque do Ibirapuera. Na descida, juntaram-se à marcha o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-senador Eduardo Suplicy.

"Aqui é o Grito dos Excluídos que tem muitas bandeiras e é um evento que acontece todos os anos no 7 de setembro em São Paulo. É quando os movimentos sociais se reúnem e apresentam para a sociedade sua agenda de reivindicações. Acho justo e democrático", disse Haddad.

O prefeito, candidato à reeleição, rebateu críticas por ter autorizado a marcha e a intolerância vista na repressão policial contra as recentes manifestações populares na cidade, contra o golpe e Michel Temer. "A não ser por aqueles que querem reprimir manifestações pacíficas, não entendo por que não liberar a cidade para manifestações que têm como único intuito melhorar o Brasil", disse, ao O Globo.

No trajeto, próximo ao Parque do Ibirapuera, a manifestação passou em frente à sede do PMDB, que estava resguardada por forças policiais. Os manifestantes afirmaram que o partido é "golpista" e "traidor da nação brasileira". O ato seguiu pacifico até o obelisco do Parque, que também contava com forte presença policial.

O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) Raimundo Bonfim, ressaltou que o ato pretende exigir eleições diretas, a saída de Temer da presidência da República e a manutenção dos direitos civis e trabalhistas, rechaçando, principalmente, as reformas da Previdência e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

"Temer assumiu falando em pacificação. Mas o que tem ocorrido é uma grande resistência nas ruas. Tem protesto todos os dias e nem a aposta na violência policial tem intimidado a população. Isso porque os excluídos sabem que não terão vez nesse governo. Os golpistas só querem ampliar o número de excluídos do país", afirmou Raimundo.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, destacou a capacidade de resistir e lutar, além da esperança do povo trabalhador, forças desconhecidas pelos golpistas. "Eles não nos conhecem. Acharam que podiam dar um golpe e ficar por isso mesmo. Eles têm poder: polícia, imprensa, empresários e um Congresso corrupto. Mas não têm o povo trabalhador do lado deles", afirmou.

Freitas disse ainda que está sendo articulada uma mobilização na próxima Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro, nos Estados Unidos para denunciar os ataques à democracia patrocinados pelos setores conservadores do país. "Eles não querem ser chamados de golpistas. Quer ser presidente? Vença eleições. Nós vamos dizer ao mundo inteiro que é golpe", concluiu..."

Fonte: RBA

Com vaias para 'presidente em exercício', Rio abre Jogos Paralímpicos (Fonte: RBA)

"Rio de Janeiro – Assim como na abertura da Olimpíada Rio 2016, no mês passado, a cerimônia de abertura da Paralimpíada, realizada hoje (7), no mesmo estádio do Maracanã, foi marcada por vaias e gritos de "Fora, Temer", momentos antes de o presidente chegar à tribuna, acompanhado pela mulher, Marcela.

Temer foi uma das últimas autoridades a ocupar o espaço reservado no Maracanã. Ele chegou com as luzes do estádio apagadas e sem ter seu nome anunciado pelo serviço de som. Segundo a Folha de S.Paulo, nas arquibancadas havia pelo menos uma faixa com a expressão "Fora, Temer", próxima à tribuna de imprensa.

O programa da cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos entregue aos jornalistas que trabalharam no evento continha uma pequena gafe, ao indicar que a abertura oficial dos Jogos seria anunciada pelo "Exmo. Senhor Presidente da República em exercício, Michel Temer".

Segundo o diretor de Comunicação do Comitê Rio 2016, Mário Andrada, o material já estava impresso há cerca de um mês, quando na época ainda não havia definição de quando terminaria o processo de impeachment.

Temer voltou a ser vaiado no momento em que, cumprindo o protocolo, anunciou os Jogos oficialmente abertos. Diferentemente do ocorrido na cerimônia das Olimpíadas, as vaias foram abafadas em seguida, com a entrada de música em alto volume e queima de fogos.

Assim que foi anunciado por Philip Craven, o presidente do  Comitê Paralímpico Internacional, Michel Temer começou a ser ruidosamente vaiado. "Considero abertos os Jogos Paralímpicos Rio-2016", disse.

Emoção e luzes
Foi mais uma bela festa no Maracanã. Com intensa participação do público, os Jogos Paralímpicos Rio 2016 foram abertos. Teve dança, muita música brasileira e momentos emocionantes. O espetáculo, dirigido por Vik Muniz, Marcelo Rubens Paixa e Fred Gelli, alternou momentos de muita intensidade com calmaria.

Assim como nas cerimônias dos Jogos Olímpicos, a organização usou muitos recursos de projeção de luz para simular cenários e interagir com os figurantes. No final, o nadador Clodoaldo Silva acendeu a pira paralímpica e deu início aos jogos.

No início da festa o cadeirante norte-americano Aaron “Wheelz” desceu uma megarrampa erguida no Maracanã. Não houve qualquer pausa para aumentar a tensão. Tão logo os holofotes miraram em “Wheelz”, ele desceu a rampa e passou por dentro de um círculo. O círculo disparou fogos de artifício enquanto o atleta dava uma pirueta no ar com sua cadeira. Foi o início da cerimônia, que levou o público à loucura no Maracanã.

O Hino Nacional foi executado pelo renomado pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins. Mundialmente reconhecido por sua habilidade, o maestro e pianista tem as mãos parcialmente atrofiadas por uma série de problemas físicos. Enquanto tocava o hino ao piano, figurantes com guarda-sóis fizeram desabrochar a bandeira brasileira no campo do Maracanã. Mais um momento de muitos aplausos no estádio praticamente lotado.

A própria organização da cerimônia admite que a entrada das delegações é um dos momentos mais difíceis, pelo desafio de manter o público interessado. Para minimizar o desafio, os idealizadores pensaram em uma interação dos atletas com a cerimônia. Entrando depois de apenas meia hora de espetáculo, cada uma das delegações trouxe uma peça de quebra-cabeça.

A delegação brasileira entrou por última, às 20h30 e o público celebrou como se fosse uma final de Copa do Mundo. Para a entrada da delegação anfitriã, última a entrar no estádio, foi executada uma música diferente de todas as outras. O Homem Falou, de Gonzaguinha. O público pulou e celebrou os atletas brasileiros ao som do refrão “a festa vai apenas começar”. Os 286 atletas e comissão técnica do Brasil revigoraram o ânimo do público.

Juntas, as peças de quebra-cabeça, que traziam os rostos dos atletas estampados, formaram um coração no meio do campo. Com ajuda de projeções de luz, o coração parecia pulsar diante dos olhos de todos. Um festival de fogos iluminou os céus do Rio de Janeiro, em mais um momento de arrepiar.

Nuzman exalta povo brasileiro
Em seu discurso, o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, falou em construção de um mundo novo, onde não haja diferenças entre as pessoas. “Celebramos um novo desafio, construir um mundo novo. Mais justo e fraterno, onde todos possam caminhar, lado a lado sem obstáculos. É uma lição difícil, que nos faz mais fortes. Quando todos duvidam, nós brasileiros crescemos. Somos o país das realizações impossíveis. Estamos juntos pela igualdade entre as pessoas. Gente que mesmo parecendo diferente tem o mesmo coração”, disse.

Quando agradeceu aos governos federal, estadual e municipal, o público vaiou. Foram ouvidas vaias, aplausos, gritos de Brasil, “Fora Temer” e assobios. O presidente do comitê ficou em silêncio por instantes enquanto a arquibancada mostrava diferentes tipos de reação. Ele olhava para o público e apenas esperou. Depois, retomou sua fala dizendo que terminava o discurso de coração aberto para os atletas e foi muito aplaudido.

O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Phillip Craven, exaltou os atletas paralímpicos. “Eles vão te surpreender. Mais que tudo, vão mudar vocês. Vocês verão obstáculos como oportunidades e no Rio terão a oportunidade de fazer um mundo mais justo. Seus valores deixam claro o que vocês apoiam e quem vocês são. Com seu desempenho, contem sua história, como a esperança sempre vence o medo. Somos parte de um só mundo”.

Balé paralímpico
Ao som de Sergio Mendes tocando Edu Lobo, a atleta e bailarina norte-americana do snowboard, Amy Purdy, encantou o público com uma coreografia que incluiu samba e ritmos mais lentos. Amy dançava com graça e leveza usando próteses nas duas pernas. Seu parceiro era um robô fabricado por uma empresa alemã. A máquina conseguiu acompanhar a atleta nos passos mais lentos, mas quando o gingado tomou conta da coreografia, o robô não a acompanhou e a atleta saiu muito aplaudida.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi o revezamento da tocha e acendimento da pira. A ex-atleta brasileira Márcia Malsar levou a tocha por parte do campo do Maracanã. Ela fez parte da delegação brasileira que ajudou a impulsionar o esporte paraolímpico com a boa campanha nos Jogos de Nova York/Stoke Mandeville-1984.

Márcia, que tem paralisia cerebral, caminhava com muita dificuldade, mesmo com auxílio de uma bengala. Chovia bastante na hora. No meio do trajeto, Márcia caiu no chão. No mesmo instante em que era ajudada a se levantar, o público ficou de pé e começou a aplaudir a ex-atleta.

A para-atleta pegou a tocha do chão e se levantou devagar, muito aplaudida. Cada passo restante era acompanhado pelas palmas do público até que ela entregasse a tocha para a ex-velocista Ádria Santos.

A pira paralímpica
O escolhido para fechar o revezamento foi o nadador brasileiro Clodoaldo Silva. Com a tocha em mãos, o nadador se aproximou da escadaria que dava acesso à pira e olhou para o público, como se perguntasse como subiria com sua cadeira de rodas. Então, a escadaria se abriu e transformou-se em uma rampa e Clodoaldo pode chegar à pira, igual à utilizada nos Jogos Olímpicos.

O nadador brasileiro, que faz sua última Paralimpíada no Rio de Janeiro, tem treze medalhas em quatro edições dos jogos. Perto das 22h, Clodoaldo acendeu a pira, sob aplausos de um público muito participativo durante grande parte do evento. A cerimônia terminou com as músicas E Vamos à Luta, de Gonzaguinha e É Preciso Saber Viver, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos..."

Fonte: RBA

Após recorde no primeiro dia de greve dos bancários, Fenaban admite negociar reajuste (Fonte: RBA)

"O primeiro dia de greve dos trabalhadores bancários em todo o Brasil – na terça-feira (6), foi considerado pelos dirigentes sindicais o de maior adesão da história de luta da categoria. No final do dia, a Fenaban, que representa o setor patronal, chamou a categoria para nova rodada de negociações amanhã (9), às 11h, em São Paulo. A greve entra em seu terceiro dia hoje.

Segundo a Contraf-CUT, entidade que reúne os sindicatos de bancários do país, foram 7.359 agências, centros administrativos, centrais de atendimento e serviços de atendimento ao cliente (sac) paralisados. Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, disse que desde as primeiras horas da greve, as notícias que chegaram sobre o movimento foram animadoras. "Isso com toda certeza vai impactar na Fenaban e com toda a certeza vai ajudar no convencimento rumo a uma proposta decente, que valorize os bancários e bancárias", afirmou, em nota publicada no site da entidade.

Para Roberto, a conjuntura política e o cenário econômico difíceis valorizam a intensidade com que a categoria mostrou apoio às reivindicações. "Quando percebemos que, num ano difícil, num cenário duro de instabilidade política, de crise, de negociação muito dura com a Fenaban, os bancários aderiram, tivemos certeza de que isso ia estimular a Fenaban a retomar o contato conosco para fazer a negociação."..."

Fonte: RBA