"A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) crê em baixa adesão a Plano de Incentivo ao Desligamento (PID) da Eletrobras, aberto na última segunda-feira (10/06). De acordo com a previsão de Fernando Pereira, secretário de Energia da entidade sindical, o número de inscritos não deverá ultrapassar a marca de 3 mil participantes, bem abaixo da estimativa inicial da estatal, que é de 5 mil adesões.
De acordo com Pereira, o atual momento do setor elétrico faz com que muitos trabalhadores repensem seus movimentos. "Existem muitas incertezas com relação ao cenário", afirmou. De acordo com o dirigente, apenas a Chesf deve registrar um número grande de adesões. "Temos registros de que lá [Chesf] cerca de 1,2 mil já aderiram, mas nas outras o número é muito baixo", afirmou.
Fontes da Eletrobras apontam para uma adesão de 1,1 mil na Chesf e de 700 pessoas em Furnas. Na holding e nas demais empresas do grupo, os números ainda não são conhecidos. "Quem tinha que aderir, já aderiu. Depois dessa primeira semana, é um ou outro que deve decidir participar", disse.
O PID é uma das medidas que integram o Plano Diretor de Negócios e Gestão 2013-2017, divulgado pela companhia no início de abril. A expectativa é reduzir custos em 20% neste ano e aumentar esse percentual para 30% a partir de 2014. O Departamento de Gestão e Governança das Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério do Planejamento, órgão responsável pelo aval ao plano, estabeleceu teto de R$2,14 bilhões para os custos do plano. A Eletrobras ainda não divulgou estimativas oficiais atualizadas, mas trabalhava, em abril, com um gasto de até R$1,4 bilhão.
Dos 27,5 mil empregados da Eletrobras, pelo menos 9,5 mil são elegíveis para o plano. Ofício do Dest mostra que o programa será implementado em duas etapas, a atual e a última em 2014, de janeiro a novembro. Nesta primeira, o trabalhador que aderir receberá 0,65 remuneração por ano trabalhado, limitado a 35 anos e R$ 600 mil ou o piso de R$100 mil. Incentivo complementar de 40% do valor depositado no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), custeio do plano de saúde por cinco anos.
Na segunda etapa, a remuneração por ano trabalhado será de 0,5 salários/ano, 40% do saldo do FGTS, sendo que a soma desses dois itens não poderá ultrapassar R$400 mil e custeio do plano de saúde por até cinco anos.
Paralisação
Os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) estão promovendo uma paralisação das atividades nas empresas do Grupo Eletrobras com duração de 24 horas na próxima segunda-feira (17).
De acordo com informativo do CNE, o movimento é um protesto pela falta de reciprocidade da diretoria da Eletrobras nos assuntos relativos à campanha nacional de data-base. A próxima reunião com os representantes da empresa acontece no dia 21 - o encontro deveria ter acontecido no último dia 5, mas foi remarcado. A categoria não descarta a realização de uma greve por tempo indeterminado.
As entidades sindicais protestam contra alguns cortes nos benefícios, entre eles a redução da gratificação de férias de 75% para 33,3% do salário, elevação nos custos da co-participação do plano de saúde para 50% (atualmente o percentual varia de 5% a 40%). "O governo Dilma quer retirar tudo o que conquistamos no governo Lula", disse."
Fonte: Jornal da Energia