"Começa a se reconstruir a dignidade do povo brasileiro, que hoje pode recusar uma relação de trabalho serviçal, ou optar por um emprego que garanta o conjunto dos direitos conquistados a duras penas pela luta da classe trabalhadora.
No último domingo, 10 de maio, me surpreendi mais uma vez com a matéria veiculada pela Folha de São Paulo com o seguinte título “Empresas ‘importam’ babás e domésticas das Filipinas”.
A infeliz reportagem trata com naturalidade a criação de “agências” de emprego que buscam trabalhadoras nas Filipinas e em Singapura para execução de tarefas domésticas e de cuidado das crianças por famílias da alta classe média paulistana.
Dentre os motivos alegados pelos contratadores, destaco a seguinte opinião de uma empresária que utiliza os serviços da empresa Global Talente: “A língua é o de meanos: passaram mais de dez babás por aqui e nenhuma dava certo, por que ficavam de má vontade. [...] A Liza (doméstica Filipina) está sempre bem humorada e eu preciso até pedir para ela parar de trabalhar; o povo filipino gosta de servir..."
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