“Autor(es): Agência o globo: Chico de Gois e Isabel Braga |
BRASÍLIA. Um dia depois de ter excluído o PDT da reunião da base de apoio com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o governo decidiu reabilitar o partido e ontem, em duas ocasiões, não apenas reafirmou que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda, permanece no cargo, como anunciou que no próximo encontro de lideranças aliadas o PDT estará presente.
No início da tarde, a própria presidente fez questão de elogiar Lupi, dizendo que ele gozava de sua "inteira confiança". Dilma havia ficado contrariada com a postura do PDT na votação do projeto de lei que fixou o salário mínimo em R$545 neste ano. Na avaliação do Palácio do Planalto, Lupi havia feito corpo mole para tentar demover seus liderados a enfrentar o governo.
Ao ser perguntada se Lupi permaneceria no cargo, Dilma respondeu:
- Sem dúvida nenhuma. Acho estranho como é que, em alguns momentos, os meus ministros ficam ou saem de acordo não comigo. Nessa história, sou a última a saber. Queria entender por que o ministro Lupi não ficaria.
Ao ser lembrada do veto do Planalto à presença do PDT na reunião de líderes ocorrida anteontem, com a presença da própria Dilma, a presidente saiu em defesa do ministro do Trabalho.
- O ministro Lupi é de minha inteira confiança. O PDT estará no Ministério do Trabalho. Agora, eventuais problemas dentro da base serão resolvidos pelo próprio partido, e não pelo governo. Vou reiterar: o ministro Lupi é da minha confiança. Inclusive hoje (ontem), antes de receber o Xanana (Xanana Gusmão, primeiro-ministro do Timor Leste), eu recebi o ministro para um despacho normal - disse.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), ligou ontem para o líder do PDT na Casa, Giovanni Queiroz (PA), convidando-o a participar da próxima reunião de líderes da base aliada, que acontecerá em 15 de março, na semana seguinte à do Carnaval. Segundo a assessoria do PDT, o líder aceitou prontamente o convite.
Giovanni Queiroz não foi convidado para o encontro de líderes da base aliada com a presidente Dilma na última quarta-feira porque foi o único dos líderes a votar a favor do salário mínimo de R$560. Vaccarezza negou que a exclusão do pedetista do encontro tenha sido uma forma de castigá-lo pela desobediência à orientação do governo, que defendeu o valor de R$545.
- Não teve castigo, não teve geladeira. Não queríamos criar situações constrangedoras para um lado e para o outro. O PDT será convidado para as reuniões do conselho político (com Dilma), onde vamos discutir políticas para o país - disse Vaccarezza.
A irritação com o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), continua. Vaccarezza comentou que Paulinho teria declarado que procuraria a oposição para discutir a correção da tabela do Imposto de Renda.
- Acho um caminho equivocado. A não ser que ele tenha laços políticos com a oposição. Aí, é legítimo - afirmou Vaccarezza.”
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