segunda-feira, 11 de abril de 2011

“Energia eólica passa por momento de expansão no País” (Fonte: O Estado de S. Paulo)


“Autor(es): Wellington Bahnemann

Ao pagar quase R$ 1,5 bilhão pelos ativos da Siif Énergies, a CPFL comprova que a indústria de energia eólica passa por um novo momento no Brasil, marcado por forte expansão dos investimentos em novas usinas e fábricas de equipamentos. Isso se deve a um somatório de fatores que tornou viável explorar o potencial eólico brasileiro, estimado pelo governo em 143 mil MW - esse volume pode ser com o dobro com as tecnologias do setor.
De fato, o que se observa é que o Brasil soube aproveitar a janela de oportunidade criada pela crise econômica global de 2008. A desaceleração econômica dos países desenvolvidos reduziu os investimentos energia eólica, levando a uma grande sobreoferta na indústria de equipamentos. Em paralelo, o governo federal realizou, ao final de 2009, o primeiro leilão de energia exclusivo para o segmento, o que permitiu aos investidores implantar os projetos na época em que os equipamentos estavam mais baratos.
O sucesso desse leilão, que contratou 71 usinas com 1,805 mil MW de capacidade, mostrou ao governo a viabilidade da energia eólica, que sofria com o estigma de ser uma fonte de alto custo. Isso motivou o governo a realizar um novo leilão para fontes alternativas, em agosto de 2010, que contratou outros 70 projetos eólicos com potência de 2,047 mil MW.
Além da conjuntura econômica, a condição do vento no Brasil é outro importante fator para esse avanço. Por conta do favorável regime de vento, os projetos eólicos no País possuem o chamado "fator de capacidade" na faixa de 40%. Isso significa que uma usina eólica aqui gera 40% de sua capacidade instalada. Na Europa e em outras regiões, o fator de capacidade gira em torno de 20%. Ou seja, os projetos brasileiros são capazes de produzir mais energia que os de outros países. O advento de novas tecnologias, como torres mais altas, está permitindo um aproveitamento ainda maior desse potencial.
A combinação desses fatores reflete na forte redução do custo da geração eólica no País. O valor atualizado do preço dessa energia no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), lançado em 2004, é superior a R$ 250/MWh. No leilão de 2009, o preço médio já foi de R$ 148,39/MWh. Nova queda foi vista em 2010 - R$ 130,86/MWh. Isso demonstra que a energia eólica veio para ficar, ainda mais porque apenas 928,9 MW em projetos da fonte estão em operação no momento.”


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