“Autor(es): Ana Paula Ragazzi e Josette Goulart | De São Paulo |
Depois de tentativas frustradas, será anunciada amanhã a criação de uma bolsa para contratos de energia no Brasil. A nova bolsa é fruto de uma parceria entre os empresários Eike Batista; Josué Gomes da Silva, da Coteminas; Roberto Teixeira da Costa e Marcelo Parodi, da Compass Comercializadora de Energia. Junta-se a eles, ainda, na criação da BRIX, a IntercontinentalExchange (ICE). As tentativas foram tantas, e todas frustradas, que parecia improvável que uma bolsa de valores para a comercialização de contratos de energia fosse lançada no Brasil tão cedo. Mas nada tão improvável poderia resistir a uma parceria inusitada entre os empresários Eike Batista, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, Roberto Teixeira da Costa e Marcelo Parodi, da Compass Comercializadora de Energia. Todos eles, junto com a Intercontinental Exchange (ICE), anunciam amanhã a criação da BRIX, a bolsa brasileira de energia e futuros. As empresas tentaram tratar do assunto com toda confidencialidade e criaram um suspense ao dizer tão somente, em seu convite para imprensa, que iriam anunciar um novo negócio que traria contribuição para o setor de infraestrutura no Brasil. Mas os pedidos de registros de marcas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), nas classes de serviços financeiros, não deixam dúvidas. Dois nomes foram registrados pela Compass, já em setembro do ano passado. Um deles é BRIX Energia e Futuros e o outro BRIX Brasil Intercontinental Exchange. Será sobre a plataforma eletrônica da bolsa global ICE que nascerá a bolsa brasileira de energia. A ICE opera com commodities e nos mercados de derivativos de energia. Já está presente no Brasil desde 2009, com a instalação de telas de acesso a seu sistema de negociação via unidade americana. No início do ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a instalação de telas da ICE Futures Europa no Brasil. Inicialmente, a ideia é negociar apenas contratos bilaterais e de curto prazo, os Brixs Spot. Isso imediatamente traria ao mercado de energia um patamar médio de ágio dos preços da energia em relação à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Se comparado ao mercado financeiro, seria uma espécie de balcão organizado dos diversos leilões que já acontecem e envolvem geradores, comercializadores e consumidores livres de energia. Esses pequenos leilões servem para suprir consumidores que estão sem lastro na CCEE, que faz a liquidação financeira do consumo de energia do país. Na segunda fase do projeto da BRIX ainda haveria contratos bilaterais, mas de mais longo prazo. A terceira fase partiria para a negociação multilateral em si, como acontecem em contratos de mercados futuros tradicionais. Com o desenvolvimento de mercado, o objetivo ainda é criar uma clearing, que serviria para garantir os negócios. O nascimento e todo o planejamento que circunda a bolsa de energia e futuros é parecido com o caminho que foi percorrido pela BM&F com seus contratos de juros, dólar e commodities em geral. A própria BM&F chegou a ser procurada por agentes do setor elétrico para tentar criar um contrato de energia futuro, mas as negociações não evoluíram. A Brix ocupará um espaço não aproveitado pela bolsa brasileira. A CPFL, uma das maiores comercializadoras do país, já tentou reunir grandes geradores e consumidores e não teve sucesso. A bolsa de futuros de Eike, que tem em seu "portfólio X" uma empresa de energia, tem um grande desafio pela frente para tornar o negócio viável. A começar pela resistência das comercializadoras de energia que fazem a intermediação de negócios entre consumidores livres e geradores. Hoje esse mercado não tem liquidez nem transparência. Pouco se sabe sobre os valores dos contratos de energia fechados bilateralmente. Alguns chegam a dizer que se faz uma verdadeira "lavagem de energia" em alguns casos, principalmente em estatais. A bolsa traria mais transparência e também referência de preço. Os preços do mercado livre estão muito ligados ao chamado Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), usado pela CCEE ao fazer a liquidação financeira do consumo de energia. Mas esse PLD tem grande oscilação. Chegou a cotar o MWh em R$ 200, no segundo semestre do ano passado, em função da escassez das chuvas. Nesta semana, o MWh está a R$ 12,98. O PLD também está muito atrelado a decisões de governo, como a de retirar ou não térmicas ou hidrelétricas atrasadas do planejamento.” Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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segunda-feira, 11 de abril de 2011
“Eike lança BRIX, a bolsa de energia” (Fonte: Valor Econômico)
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