segunda-feira, 11 de abril de 2011

“Sem reajustar gasolina, Petrobras perde R$1,1 bi” (Fonte: O Globo)


“Autor(es): agência o globo: Ramona Ordoñez

SOB PRESSÃO: Combustível está 23% mais barato aqui do que nos Estados Unidos. Diesel custa 11% menos no Brasil


Barril do petróleo tem nova alta e fecha cotado a US$122,67. FMI alerta para risco de freio na economia global


RIO e WASHINGTON. A gasolina vendida pela Petrobras em suas refinarias está 23% mais barata do que a vendida no mercado americano, enquanto o óleo diesel está custando em torno de 11% menos. Os cálculos foram feitos pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Segundo esse levantamento, o litro da gasolina no Brasil custa R$1,0509 sem impostos nas refinarias, contra R$1,3624 nos Estados Unidos. Já o diesel está sendo vendido pela estatal a um preço médio de R$1,1393 o litro, contra R$1,2285 no mercado americano.

Adriano Pires, do CBIE, estimou que, de janeiro a março, a Petrobras acumula uma perda de receita de R$1,1 bilhão por não ter repassado para os preços internos da gasolina e do diesel as altas do petróleo no mercado internacional, provocadas por conflitos no Oriente Médio e no Norte da África. Na última quarta-feira, o presidente da Petrobras disse que, se os preços do petróleo continuarem no patamar de US 120 o barril, a companhia terá que reajustar seus preços. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, disse que não haverá reajuste.

O barril do petróleo do tipo leve americano - que sobe pela terceira semana seguida - foi negociado ontem em Nova York a US$110,27, o maior nível em dois anos e meio. A alta de 1,44% deve-se ao temor de diminuição na oferta por causa dos conflitos em países exportadores. Em Londres, o Brent subiu 0,3%, para US$122,67. Este é o maior preço desde 1º de agosto de 2008.

A Petrobras, porém, está sem alterar os preços da gasolina e do diesel desde maio de 2009. Pires destacou que, com isso, até dezembro do ano passado, a empresa viu sua receita aumentar ao não repassar para o mercado interno os preços do petróleo que, naquele momento, estavam em queda. De outubro de 2008 a dezembro de 2010, a Petrobras auferiu um aumento em sua receita de R$26,5 bilhões.


- Essas perdas e ganhos mostram a falta de regulação no setor de combustíveis no país. Não adianta taxar o açúcar ou colocar a ANP (Agência Nacional do Petróleo) para fiscalizar enquanto não se tiver no país uma política integrada para os combustíveis - alertou Adriano Rodrigues.


Gás de botijão custa 40% menos do no exterior Pelos cálculos do CBIE, a situação do GLP, vendido em botijões, é mais crítica. Sem reajuste desde dezembro de 2002, atualmente, o GLP custa 40% menos que no mercado internacional.


Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou ontem para o impacto de um aumento "gradual e moderado" da escassez de petróleo na economia global. "Um choque negativo persistente na oferta de petróleo implicaria uma escalada dos fluxos internacionais de capital e uma ampliação dos desequilíbrios em conta corrente", aponta o relatório Perspectivas da Economia Mundial, divulgado parcialmente ontem. O Fundo culpa o crescimento de mercados emergentes, como a China, terceiro maior consumidor de petróleo no mundo. O relatório diz que esse cenário pode frear o crescimento econômico global.

Mas, segundo Thomas Helbling, um dos economistas do Fundo responsáveis pelo estudo, para o Brasil, um dos "novos produtores de petróleo", as oportunidades são enormes. O desafio, diz, é de natureza tecnológica, já que boa parte do petróleo a ser explorado se encontra em águas profundas.”


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