quarta-feira, 6 de abril de 2011

Murilo Ferreira: “O mineiro volta à Vale” (Fonte: Valor Econômico)


“Autor(es): Vera Saavedra Durão | Do Rio


Murilo Ferreira, o próximo diretor-presidente da Vale, não é um estranho no ninho da segunda maior mineradora do mundo. Os seus quase 11 anos na companhia permitiram que passasse por diversas áreas, como alumínio, metais não ferrosos, siderurgia, energia, novos negócios e fusões e aquisições.
Mineiro de Uberaba, filho de pai médico e mãe dentista, foi o homem que liderou a equipe que fechou o maior negócio no processo de internacionalização da Vale, a aquisição da canadense Inco, em 2006, por US$ 18 bilhões.
No decorrer da sua carreira teve papel preponderante em diversas decisões importantes da companhia. Quando foi diretor-executivo de participações, em 2005, tinha sob sua batuta as áreas de siderurgia, carvão, energia, novos negócios e fusões e aquisições. Na ocasião, foi ele quem costurou a operação que colocou a Vale dentro do bloco de controle da Usiminas. Essa participação foi vendida mais tarde, mas com valor de bloco de controle.
Pessoas próximas do sucessor de Roger Agnelli, que terá seu nome submetido ao novo conselho da Vale a ser escolhido pela assembleia geral em 19 de abril, o descrevem como uma pessoa tranquila, que gosta de trabalhar em equipe. E apontam como sua maior qualidade o fato de ser uma pessoa que tem o brilhantismo de fazer as coisas, mas a humildade para admitir que não as fez sozinho. Ele, enfatizam, é uma pessoa que não quer ser estrela, mas trabalhar com um conjunto que inclui o executivo, o gerente e o maquinista.
As fontes ouvidas pelo Valor dizem que Ferreira tem um perfil mais voltado para o dia a dia do negócio. Ele conhece a empresa e gosta de participar de gestão dos negócios, não sendo muito atraído pelo lado de operador de mercado como grande parte dos executivos. Recentemente, deixou a sociedade numa butique financeira, o Studio Investimentos, que criou com Gabriel Stoliar, seu colega na Vale, por confessar aos amigos que aquela "não era sua praia".
O Valor apurou que antes de ser o escolhido para a presidência da Vale, Ferreira tinha recebido convites para trabalhar numa holding de negócios em São Paulo e chegou a ser selecionado por headhunter, num processo de escolha via Nova York, para dirigir uma mineradora asiática. Mas preferiu optar pela Vale, companhia que conhece bem.
Ferreira, segundo fontes, chegou a ter algumas divergências com Roger Agnelli, principalmente quando a empresa discutiu a aquisição da mineradora suiça Xstrata, no fim de 2007 e início de 2008.
Ferreira, que estava envolvido em fusões e aquisições, se posicionou contra o negócio, que posteriormente ia se mostrar um desastre, se tivesse acontecido. Avaliada em US$ 90 bilhões, à época, a Vale teria se endividado em US$ 50 bilhões.
Com a crise do mercado financeiro, no fim de 2008, o valor da Xstrata encolheu para menos de US$ 14 bilhões.”


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