Após cerca de três meses de discussão e tentativas de acordo, o governo garantiu a aprovação, na quarta-feira (16), do valor de R$545 para o salário mínimo de 2011, além de uma política de reajustes até 2015. Mesmo com a tentativa engajada das centrais sindicais em estabelecer o valor de R$ 560, a decisão do governo prevaleceu, garantindo uma vantagem de 240 a 270 votos para a base aliada.
Queiroz destaca, de um lado, a capacidade de articulação dos líderes do governo com os partidos que compõem a bancada e, de outro, a ação do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS). A primeira parte evitou dissidências e garantiu o grau inédito de unidade.
A condução dos trabalhos por Maia não excluiu representantes dos partidos de oposição do debate, permitindo que tentassem recursos para atrasar e questionar o texto, com base em termos regimentais e detalhes legais. "O presidente estabeleceu acordos de procedimento e permitiu que a oposição defendesse seu ponto de vista, que por sua vez se comportou de maneira magistrada", definiu Queiroz.
Perspectivas
Apesar do êxito do conjunto de ações pontuais que resultou na vitória, Queiroz acredita que, nas próximas votações, o governo não terá dias tão tranquilos. Por ser uma votação classificada como de "demonstração" pelo cientista política, a presença e o empenho de lideranças da base foram os diferenciais. Nas próximas votações, o patamar de assiduidade e de coesão entre os partidos tenderão a diminuir.
Em sua análise, Queiroz acredita que a oposição poderá, eventualmente, agregar 10 ou 15 votos a mais nas próximas votações. No entanto, se o governo mantiver a economia em índices notáveis de crescimento e estiver de acordo com aquilo que foi pactuado com os partidos aliados, não serão surpreendidos com resultados distintos, como este da decisão do salário mínimo.
PDT e PMDB
Dois dos partidos da base governista foram protagonistas da votação, o PDT e o PMDB. Enquanto o primeiro, de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), teve nove dissidentes, o segundo votou 100% com o governo.
Para Queiroz, a posição de Paulinho foi estratégica, de um governista que precisava se justificar para sua base, da Força Sindical, da qual é presidente. O PMDB é explicado pelo analista a partir da ação dos líderes da bancada. É justamente da legenda do vice-presidente Michel Temer que devem sair, na visão do assessor do Diap, os dissidentes nas próximas votações."
Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez
Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário