"O Banco do Brasil (BB) apresentou, em 2010, um resultado mais "harmônico" - nas palavras dos executivos da instituição. O BB encerrou 2010 com lucro líquido de R$ 11,70 bilhões, crescimento de 15,3% em relação a 2009. Descontados os efeitos extraordinários, o chamado lucro líquido recorrente foi de R$ 10,15 bilhões.
Embora os analistas de ações gostem de enfatizar os benefícios nos resultados do banco trazidos, em grande parte, pelo superávit do fundo de pensão dos funcionários do BB (Previ), no passado recente a diferença entre lucro contábil e recorrente já foi bem maior - em 2008, era de R$ 2,12 bilhões; em 2009, de R$ 1,64 bilhões; e em 2010 caiu para R$ 1,04 bilhão.
A utilização de recursos originários da Previ pelo BB foi aprovada, na quarta-feira, pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Mas, segundo fato relevante do BB de dezembro de 2010, a efetivação dessas medidas não trará impacto ao resultado do banco.
No quarto trimestre do ano passado, o BB apresentou lucro líquido de R$ 4,0 bilhões, queda de 3,7% em relação a igual período de 2009 - diferença explicada justamente pelo efeitos extraordinários de R$ 2,3 bilhões apurados entre outubro de dezembro de 2009.
O crescimento do crédito aliado à melhora de qualidade dos ativos garantiram ao banco não apenas um bom resultado, mas a manutenção da liderança de mercado. O BB alcançou R$ 811,17 bilhões em ativos totais, crescimento de 14,5% em relação a dezembro de 2009. A carteira de crédito foi ampliada em 19,1% e totalizou R$ 358,36 bilhões. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias encerrou 2010 em 2,3%, ante 3,3% em dezembro de 2009.
"O desempenho deve ser observado não só pelos resultados, mas também pelos indicadores" ressaltou Aldemir Bendine, presidente do BB. Apesar de as despesas administrativas terem crescido 16% entre 2009 e 2010 e as despesas de pessoal, 10%, o banco conseguiu melhorar sua eficiência operacional. O índice de eficiência (que quanto menor, melhor) caiu de 43,4% para 42,6% no mesmo período. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido anualizado atingiu 27%.
Os gastos devem continuar em ritmo crescente. O BB planeja investir neste ano R$ 1 bilhão na modernização e na expansão de sua rede de agências. Está prevista a abertura de 600 agências - sendo 250 postos de atendimento que têm um modelo mais compacto.
No esforço de diversificar suas fontes de receita, o BB tem apresentado também avanços na área de mercado de capitais. Em 2010, 44 emissões de renda fixa das quais o banco participou somaram R$ 13,8 bilhões, e 2 ofertas de ações, R$ 327 milhões. "Iniciamos o ano com R$ 85 bilhões em mandatos somente de "project finance"", conta Ivan Monteiro, vice-presidente de finanças do BB.
O saldo da modalidade em dezembro de 2010 era de R$ 30 bilhões. As receitas do BB com prestação de serviços foram de R$ 15,87 bilhões, crescimento de 17,4% em relação a 2009, desempenho que não passou despercebido por analistas como Roberto Atuch e Fabio Zagatti, do Barclays. "As receitas de serviço permaneceram sólidas, particularmente as de manutenção de conta e de cartões", afirmaram eles, em relatório."
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