terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Sem plano B para o mínimo” (Fonte: O Globo)


"Autor(es): Agencia o Globo/Chico de Gois

Ministros se reúnem com aliados para cobrar aprovação da proposta de R$545


Por ordem da presidente Dilma Rousseff e do núcleo político do Palácio do Planalto, os ministros saíram em campo desde ontem para monitorar dissidências e amarrar o apoio de seus partidos para a votação da proposta de R$545 para o salário mínimo prevista para amanhã. Na reunião de coordenação, realizada no Planalto pela manhã, o governo reafirmou a disposição de votar o projeto de lei que mantém a atual política do salário mínimo e o fixa em R$545 para este ano.

Dilma mandou avisar também que o governo não trabalha com um plano B, ou seja, um valor acima de R$545, como os R$560 que querem as centrais sindicais.

O Planalto iniciou ali um esforço concentrado, mobilizando seus ministros, para tentar convencer a base de que sua proposta é a melhor neste momento. Hoje à tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá à Comissão Geral da Câmara, em plenário, para apresentar os argumentos do Palácio. Por volta de meio-dia também hoje, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, reúnem-se com parlamentares aliados para ver a tendência de votos e tentar demover os rebeldes.

Luiz Sérgio disse que o governo não trabalha com um plano B - como a possibilidade de reajuste para R$560, desejo de alguns líderes. O ministro apelou até mesmo ao patriotismo da base para exigir fidelidade:

- Acreditamos que os aliados não faltarão, acima de tudo, ao país.

- Temos uma relação de confiança com os partidos que compõem a base. O governo confia nele - disse o ministro das Relações Institucionais, admitindo, no entanto, que a tarefa é difícil:

- Não é uma luta fácil, mas estamos confiantes de que a maioria dos partidos entende que esse projeto está dando certo.

O vice-presidente Michel Temer disse ontem à noite que o governo trabalha com índice de 4,5% para a correção da tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF), depois da votação do mínimo:

- A tabela é 4,5%. Logo que aprovar o salário mínimo, imediatamente será feita a correção em 4,5%.

Discussão do IR,
só após votação

Temer disse que não há a menor possibilidade de ir além dos R$545.

Luiz Sérgio afirmou que a correção da tabela do IR é possível, mas só será analisada depois da votação do mínimo, como já havia sido anunciado por Mantega.

O ministro evitou condicionar uma aprovação à outra, mas deixou claro que esse assunto só será discutido depois que a base aprovar o reajuste do salário mínimo nos moldes pretendidos pelo governo:

- A correção da tabela do IR é possível. Evidentemente será debatida tão logo superemos a matéria relativa ao mínimo. Cada dia com sua agonia.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, avaliou que vários partidos da base estão decidindo apoiar o projeto do Planalto.

- Da semana passada até hoje aumentou o apoio aos R$545. PT, PMDB, PR e PTB já estão bastante decididos - disse Vaccarezza, que completou:

-- O que vamos exigir é que se vote os R$545."

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