"Tema já provocou divergência pública entre ministros
BRASÍLIA. O deputado federal e líder da Força Sindical Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) disse ontem, depois de participar de uma reunião no Planalto, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, concordou em corrigir a tabela de Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF), mas não estipulou o percentual. As centrais querem uma correção de 6,46%, mas, segundo o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, o governo trabalhava com a possibilidade de um reajuste de 4,5%, o centro da meta de inflação para o ano passado.
Na semana passada, depois que os sindicalistas se reuniram com Carvalho para discutir o reajuste do salário mínimo, Mantega, que havia voltado de férias após esse encontro, disse que o governo não pensava em corrigir a tabela do IR, causando divergência pública entre integrantes do governo, coisa que a presidente Dilma Rousseff detesta.
Paulinho disse que Mantega e Gilberto vão conversar com as centrais antes da reunião oficial de amanhã, no escritório da Presidência em São Paulo. De acordo com o deputado, Mantega explicou as dificuldades em fixar o mínimo em valor acima de R$545. Para o ministro da Fazenda, segundo o parlamentar, se der um reajuste acima disso, o governo teme o efeito no mercado, que passaria a ver sinais de fraqueza do Palácio do Planalto em cortar despesas e evitar gastos.
- Não faremos acordo sem aumento real - ameaçou.
O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, disse que a intenção do governo é manter a atual política de valorização do mínimo. Ele lembrou que a regra leva em conta a inflação do período mais o PIB de dois anos anteriores. Palocci não mostrou simpatia pela proposta de criar exceção para 2011. As centrais querem aumento real, apesar de o PIB de 2009 ter sido negativo. O acordo era manter a regra até 2023, com a revisão do critério de 2011 a 2015.
- O governo não quer mudar e nem as centrais querem mudar. Ninguém está pedindo a mudança do critério. Esse ano o governo cumpriu o critério - disse Palocci.
O ministro disse que o governo analisa se edita uma medida provisória mudando o valor para R$545 - hoje fixado em R$540 - ou se a mudança será no Congresso."
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