sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Melhora na renda mensal” (Fonte: Correio Braziliense)

Disputa do mercado por profissionais qualificados fez com que o ganho do empregado na hora da admissão subisse 4,78% em 2010
Como o apagão de mão de obra já é sentido por diversos setores da economia brasileira e encontrar profissionais qualificados tornou-se tarefa das mais difíceis no país, quem tem boa formação e experiência está sendo alvo de disputa — e recebendo um salário melhor. Em 2010, o ganho mensal médio na hora da admissão teve um crescimento de 4,78%, comparado ao ano anterior — foi de R$ 795,81 para R$ 833,86 —, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, atribuiu o aumento da renda ao maior nível de escolaridade. “O mercado necessita de profissionais capacitados e o empregado já tem condições de negociar o salário”, comentou. Com isso, os setores médico e odontológico cresceram. “O brasileiro tem mais dinheiro para cuidar da saúde”, completou. Entre 2003 e 2010, a variação chegou a 29,03%.

No entanto, a diferença entre os salários de homens e mulheres aumentou de R$ 70,10, em 2009, para R$ 113,30, no ano passado. “Ainda há essa distinção. Algumas empresas contratam mais mulheres, já que o salário de um homem equivale, em alguns casos, a dois postos femininos”, alertou Lupi.

O resultado foi uma elevação generalizada em todas os estados brasileiros. O Norte e o Nordeste estão no topo do crescimento, com destaque para Rondônia, onde, entre 2003 e 2010, os rendimentos mensais cresceram 62,19%; Piauí (46,60%) e Alagoas (45%). Por outro lado, o Distrito Federal teve o menor ganho real, contabilizado em 13,64%.

Postos formais
Em janeiro deste ano, o Brasil gerou 152.091 empregos formais. Foi o segundo melhor saldo para o mês desde 1993, perdendo apenas para 2010, quando 181.419 postos de trabalho foram criados, aponta o Caged. No período, foi admitido 1,65 milhão e demitido 1,49 milhão de trabalhadores.

A construção civil elevou suas oportunidades de emprego em 1,31% com a criação de 33.358 postos de trabalho e continua sendo a aposta de 2011. “A partir de março, isso vai aumentar, já que as obras do governo, por exemplo, só são iniciadas depois disso, por conta de licitações”, explicou o ministro. A indústria da transformação ficou com o segundo maior crescimento, com 0,67% ou 53.207 vagas formais criadas.

O setor de serviços cresceu 0,51% no período — correspondentes a 73.231 vagas — e ficou em terceiro lugar no ranking de segmentos que impulsionaram a economia. Geraldo Palmeira, 25 anos, é analista de tecnologia da informação (TI) e confirma a boa fase do setor. “Eu já recebi três propostas de emprego e uma promoção. Nunca tive dificuldades em me inserir nesta área”, comemorou.

Geraldo observou, ainda, que, com o mercado aquecido, faltam profissionais. “Eu sou engenheiro mecatrônico, mas vi uma ótima oportunidade em TI. As empresas estão pegando pessoas ainda na faculdade para treinamento.” Seu colega de profissão Luiz Felipe Micceli, 26 anos, é um exemplo disso. Ele foi empregado no segmento antes de concluir o curso superior, em 2009. “Eu estava no 4º semestre e consegui a vaga. É um mercado promissor”, revelou.

Em contrapartida, o comércio teve 0,23% de retração, com 18.130 demissões, e a administração pública encolheu 0,12%, cortando 1,042 postos de trabalho. “O comércio caiu porque no fim do ano há contratos temporários, que são desfeitos quando passadas as festas. Já a administração pública por conta de aposentadorias e (redução nos) concursos públicos”, destacou Lupi.

Pesquisa mensal
A taxa de desemprego em janeiro deste ano ficou em 6,1%, superando a de dezembro de 2010, que atingiu 5,3%. Embora tenha sido registrada diferença de 0,8 ponto percentual, essa foi a menor taxa para um mês de janeiro desde 2003 — na comparação com o mesmo período de 2010 houve queda de 1,1%. Em janeiro do ano passado, a taxa de desocupação foi de 7,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).




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