“Autor(es): Adriano Pires e Abel Holtz |
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Consolida-se em várias partes do mundo uma nova tendência de integração não só comercial, mas, sobretudo, energética, como forma de otimizar empreendimentos de geração existentes e, com sorte, minimizar a necessidade de expansão de novas usinas que agridam o meio ambiente, para atender à crescente demanda dos países que venham a participar dessa integração. Esse movimento já existe entre Canadá e EUA, Alemanha e Áustria, Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca e desenvolve-se na União Europeia, na África Austral e no Mercosul. As experiências em funcionamento no Mercosul são as Hidrelétricas de Itaipu (Brasil e Paraguai ), Yacireta (Argentina e Paraguai) e Salto Grande (Argentina e Uruguai); e os gasodutos da Argentina com Brasil, Chile e Uruguai; e da Bolívia com Argentina, Brasil e Chile. Alguns entraves foram verificados e contratempos foram contornados politicamente ao longo do tempo - outros não, por exemplo: a Argentina suspendeu o fornecimento de gás natural para o País (UTE de Uruguaiana)e para o Chile; a Bolívia nacionalizou as instalações da Petrobrás em seu território e diminui o envio de gás natural para o Brasil e a Argentina; e o Paraguai reivindica modificações no preço da energia elétrica. O crescimento da demanda por energia elétrica poderia levar à estruturação de um "polo energético" envolvendo Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai. As matrizes energéticas de Brasil e Uruguai são predominantemente hidráulicas e complementares à da Argentina, majoritariamente térmica (cerca de 56%).O Paraguai, pequeno consumidor, é um grande exportador de energia. E o mesmo ocorre com a Bolívia, cuja maior contribuição é no suprimento de gás natural, mas tem potencial hidrelétrico inventariado de mais de 30 GW. Portanto, existem condições para uma excelente complementaridade e sinergia para haver uma forte motivação em torno da implementação de um "polo energético", vencidas as adaptações às diferenças de ciclagem existentes, sem impedimentos técnicos e com custos absorvíveis. Entre os projetos conhecidos, cabe destacar que são facilmente integrados às redes de transmissão existentes. No caso do aproveitamento de Corpus Cristi (3.000 MW) no Rio Paraná, por exemplo, situado na tríplice fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina, o empreendimento está situado nas proximidades de bacias altamente desenvolvidas e, com isso, gera benefícios ao sistema de preservação brasileiro e complementaridade térmica para a Argentina. Um outro exemplo seria Garabi (2.700 MW), no Rio Uruguai (Alto Uruguai), que, além de resolver os problemas de suprimento da Argentina, poderia operar de forma harmônica com os demais empreendimentos à montante do rio e propiciar uma grande otimização energética. A operação do SIN do Brasil é uma sofisticada técnica que foi criada e desenvolvida para atuar num sistema de geração basicamente hidráulico. Essa operação terá de ser adaptada à nova realidade da geração brasileira, utilizando diversificadas fontes primárias de energia e em diferentes regiões. E, também, deverá ser adaptada no caso da integração de diferentes países e diferentes estruturas de despacho, incluindo as eventuais trocas sazonais de energia elétrica de um país para o outro. Também devemos considerar a redução da capacidade total de armazenamento dos reservatórios das novas usinas em território brasileiro, sobretudo com as limitações ambientais já conhecidas, lembrando que a carga e a demanda crescente abrirão espaço para uma maior geração térmica complementar à base hídrica, principalmente com a oferta de gás crescente. Aí entra a capacidade de geração térmica argentina e boliviana, além da complementaridade hídrica na afluência de bacias nas diferentes regiões do Mercosul e, eventualmente, hidrelétricas planejadas no Peru.” Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
“Integração energética no Mercosul” (Fonte: O Estado de S. Paulo)
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