sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Centrais aumentam pressão contra correção da tabela do IR por MP” (Fonte: O Globo)

“Autor(es): A gência O globo

Sindicalistas querem repor perdas da inflação medida ano passado: 6,47%


Leila Suwwan

SÃO PAULO. Apesar da derrota na votação do mínimo no Congresso, as centrais sindicais afirmam que vão aumentar a mobilização para combater a decisão do governo de realizar, por medida provisória, a correção da tabela do Imposto Renda em 4,5%, índice que corresponde ao núcleo da meta inflacionária do governo. Os sindicalistas querem repor as perdas da inflação medida ano passado, de 6,47%, e reclamam da dificuldade de negociação com a equipe da presidente Dilma Rousseff, com quem teriam uma reunião na próxima semana.

- Não dá para ser assim, por medida provisória, sem negociação com as centrais - disse Artur Henrique, presidente da CUT, antiga aliada do PT. - Não aceitamos essa afirmação de que a correção da tabela estava vinculada ao valor de R$545 do mínimo; são duas questões diferentes. Vamos continuar brigando pelos 6,47%. Até porque essa medida provisória tem que ser votada.

Sindicalistas esperam apoio popular contra decreto

De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, que também faz parte da aliança que elegeu Dilma, a proposta da centrais sindicais contará com maior apoio da sociedade, já que afeta também a classe média.

- Vamos fazer uma emenda em nome das centrais e vamos para a briga de novo. Vai ser diferente. Uma coisa é bater em pobre, que foi o caso do salário mínimo. Agora, o governo vai ter que bater na classe média. Vamos ter mais apoio, de várias categorias e setores. A emenda pedirá os 6,47% da inflação de 2010 e vinculará a correção dos próximos quatro anos à inflação medida no período anterior - disse Paulinho. - Agora, a relação fica difícil. Governo que não conversa com ninguém vai criando dificuldade para o futuro.

Artur Henrique afirmou que o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral, se comprometeu a, depois da votação do mínimo, chamar as centrais para dar continuidade às negociações nos dois pontos que faltavam da pauta sindical: a correção da tabela de IR e a valorização das aposentadorias maiores que o salário mínimo. Na última terça-feira, chegaram a falar por telefone e agendar encontro para a próxima semana.”

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