"Governo não deixará empresa "perecer", diz presidente da EPE
RIO e BRASÍLIA Em mais uma demonstração da insatisfação dos
investidores com a adesão da Eletrobras às regras de renovação das
concessões impostas pela Medida Provisória (MP) 579,
as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da companhia caíram
ontem 6,89%, a R$ 7,30, menor cotação desde 21 de maio de 2004. Foi a
quinta queda consecutiva na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A
ação ordinária (ON, com voto) despencou 8,74%, a R$ 6,16, menor valor
desde 9 de setembro de 2003. A Eletrobras perdeu mais R$ 784,8 milhões
em valor de mercado, para R$ 8,6 bilhões. Desde a publicação da MP 579, a perda é de R$ 10,6 bilhões.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,35%, aos 56.436
pontos. O volume negociado foi de apenas R$ 3,4 bilhões, bem abaixo do
normal, devido ao feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Mas, mesmo com a alta do Ibovespa, as empresas do setor elétrico
perderam, juntas, R$ 462 milhões em valor de mercado ontem. Nos últimos
cinco pregões, foram R$ 6,9 bilhões, e desde o lançamento da MP, R$ 35
bilhões.
- O pessoal só vê o preço da energia caindo, então pune empresas
que, em tese, não deveriam ser punidas - diz Alexandre Montes, analista
da consultoria Lopes Filho.
A Cemig, porém, subiu 4,65%, a R$ 23,87,devido ao fato de três de suas usinas não aceitarem as propostas.
Sem tempo para alterações
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio
Tolmasquim, disse que o governo não deixará a Eletrobras "perecer", mas
ressaltou que agora não cabe antecipar qualquer auxílio. Nos
bastidores, o governo estuda capitalizar a empresa.
As empresas de energia não conseguirão alterar, por meio de emendas, as medidas previstas na MP 579
antes de 4 de dezembro, prazo para aceitarem ou não as novas regras.
Até lá, o relatório da MP, do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não
estará concluído. Ou seja, apesar dos questionamentos em audiências
públicas, nenhuma das propostas terá efetividade legal antes da
decisão, o que implica a renovação das concessões até 2042 sob as regras
da MP."
Extraído de http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/11/23/acoes-da-eletrobras-tem-nova-queda-de-6-89/?searchterm=579
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