“Autor(es): Edson Luiz |
O líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, 54 anos, e sua mulher, Maria do Espírito Santo, 51, foram assassinados ontem pela manhã, quando se deslocavam do Projeto Praialta-Piranheira para a cidade de Nova Ipixuna, no interior do Pará. Eles já vinham sendo ameaçados por madeireiros há três anos, depois de terem denunciado a tentativa de invasão da área. José Cláudio e Maria foram emboscados quando atravessavam um riacho e foram mortos a tiros de espingarda. Ontem, a presidente Dilma Rousseff determinou a entrada da Polícia Federal no caso e, à tarde, agentes de Marabá se dirigiram ao local do crime. Segundo o delegado da Polícia Civil paraense Marcos Augusto Cruz, não havia testemunhas, pois a emboscada ocorreu em uma área de mata fechada. Ele também não soube precisar o número de tiros disparados contra o casal. “Sabemos apenas que foi usada uma espingarda comum, porque encontramos chumbinhos no local”, afirmou Cruz. “Somente depois do exame da perícia teremos mais detalhes”, acrescentou. O delegado disse ainda que investigará as ameaças recebidas por José Cláudio e a mulher desde 2008. O caso chegou a ser reportado ao Ministério Público Federal e a autoridades locais. O casal, porém, não vivia sob proteção policial. Dilma Rousseff soube da morte de José Cláudio pela manhã, por meio do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ela estava reunida com ex-ministros do Meio Ambiente para tratar do Código Florestal. Mesmo com a determinação para que a PF atue na investigação, a corporação precisa da autorização do governo do Pará, como ocorreu em fevereiro de 2005, quando a irmã Dorothy Stang foi assassinada. “O Brasil não pode retroceder quanto à proteção às riquezas naturais e à defesa dos direitos humanos”, afirmou a ex-ministra Marina Silva, que comparou o trabalho do líder extrativista ao da religiosa. Liderança O Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), do qual José Cláudio fazia parte, informou que ele morava em Nova Ipixuna havia pelo menos 24 anos e se dedicava ao cultivo de planats como pupunha, castanha, cupuaçu e açaí, entre outros. “Era uma grande liderança”, afirmou Atanagildo Matos, diretor do CNS. “Ele morreu por defender a floresta, e isso os grandes não aceitavam”, acrescentou Clara Santos, sobrinha do casal, que também não tem ideia de quem pode ter assassinado seus tios na emboscada. José Cláudio figurava na lista das 30 pessoas ameaçadas de morte no Pará, conforme levantamento feito pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). O estado, segundo a CPT, é recordista no número de assassinatos no campo. Em 2009, foram oito, contra 18 no ano passado. Além disso, em 2010, foram registrados 207 conflitos fundiários, o maior volume em todo o país.” Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
Páginas
- Início
- Quem somos
- Atuação da Advocacia Garcez
- Eventos
- Direitos Humanos
- Água e Saneamento Básico
- Telecomunicações
- Movimento Sindical
- Comerciários
- Eletricitários
- Bancários
- Terceirização
- Trabalho Infantil
- Trabalho Escravo
- Saúde do Trabalhador
- Segurança do Trabalho
- Jurisprudência
- Mercado de Trabalho
- Corporações
- Processo Legislativo
- Contato
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Líder extrativista: “Execução no Pará” (Fonte: Correio Braziliense)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário