quarta-feira, 25 de maio de 2011

“Já foram demitidos 1.678 em Jirau” (Fonte: O Globo)


“Autor(es): agência o globo: Cássia Almeida e Isabela Martin 

Usina em Rondônia deve dispensar 4 mil. Em Pecém, mais de 250 cortados

RIO e FORTALEZA. Depois das greves que paralisaram 80 mil trabalhadores em diversos canteiros de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o desfecho da história que começou na Usina Hidrelétrica de Jirau, numa rebelião que destruiu alojamentos e áreas de lazer, está sendo a demissão de milhares de trabalhadores. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia, Altair Donizete, a Construtora Camargo Corrêa, responsável pela construção da hidrelétrica, já demitiu 1.678 trabalhadores, a maioria de fora do estado. O corte deve chegar a quatro mil. Ontem chegou um avião com mais de 150 trabalhadores para serem demitidos.
- Acredito que foram cortados cerca de 300 trabalhadores de Porto Velho. A maioria é de outros lugares. Tem gente do Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará e até de Santa Catarina - afirmou Donizete.
A Camargo Corrêa limitou-se a afirmar, em nota, que a "discussão sobre o replanejamento da obra da Usina Hidrelétrica de Jirau vem ocorrendo em parceria com sindicato dos trabalhadores, centrais sindicais e autoridades".
As demissões tinham começado em abril. Donizete chegou a fazer homologações em São Luís, no Maranhão. Mas o Ministério Público do Trabalho (MPT) considerou o acordo de demissão entre a Camargo Corrêa e o sindicato sem valor. E as demissões fora de Porto Velho foram canceladas. Agora, os cortes acontecem na capital.
- Há operários espalhados pelos hotéis na cidade. A rescisão demora cerca de dez dias. Como grande parte tinha entre três a sete meses de trabalho, as indenizações estão entre R$1.500 e R$2 mil.
Há uma insatisfação de operários que ficaram em Jirau trabalhando, e a empresa estaria preferindo demitir esses operários e manter alguns de fora:
- Há diversos casos. Os operários que ficaram trabalhando se sentiram injustiçados, já os que voltaram para casa continuaram a receber sem trabalhar - contou uma fonte ligada aos trabalhadores.

Nova greve à vista na Usina de Pecém, em Fortaleza

No dia 7 de maio, mais um trabalhador morreu na Usina de Jirau. O carpinteiro maranhense Antonio de Meneses Rocha foi atingido por uma ferramenta chamada mão francesa, pesando 200 quilos. É a quarta morte em um ano no canteiro.
Mas outra greve pode atingir a Usina Termelétrica de Energia Pecém (UTE-Pecém), apesar do acordo fechado em março que pôs fim à paralisação de 12 dias. A concessão de cesta básica é uma das principais reivindicações dos cerca de seis mil trabalhadores da obra, que faz parte do PAC. Com a greve, os operários conseguiram acordo sobre 11 cláusulas, menos a cesta básica. Em compensação, houve demissões. Segundo o presidente do Sintepav-CE, Raimundo Nonato Gomes, o corte atingiu entre 250 e 300 operários:
- Há risco de parar novamente não só a obra do Pecém, como também as do Castelão (estádio da Copa de 2014), da Transnordestina e da Transposição do Rio São Francisco.”


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