terça-feira, 12 de abril de 2011

“Preço da gasolina gera impasse” (Fonte: Correio Braziliense)

Autor(es): Jorge Freitas
Ainda que a presidente Dilma reforce ser contra, Petrobras espera sinais do mercado internacional para tomar decisão sobre reajuste

Durante o voo para a China, a presidente Dilma Rousseff reforçou o mantra de que não quer saber de aumento no preço da gasolina. Por aqui, no entanto, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, informou que continua aguardando sinais do mercado internacional para saber se o preço do petróleo permanecerá acima dos US$ 122 o barril, patamar em que a estatal seria obrigada a reajustar os preços da gasolina que vende.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, antes da viagem, disse que somente a Petrobras deseja reajustar os preços. Lobão, Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, são contrários ao aumento por conta dos potenciais efeitos danosos que a decisão teria sobre a inflação, cujos índices se aproximam do máximo admitido, de 6,5% ao ano.

A crise de abastecimento teve início com o aumento do etanol. Quando o litro do álcool custa mais de 70% do preço do litro da gasolina, o dono do carro opta por usar somente gasolina porque o álcool deixa de compensar.

“A política da Petrobras, ao longo dos últimos anos, tem como premissa não repassar para o consumidor a volatilidade dos valores internacionais do petróleo a curto prazo. A companhia pratica ajustes quando o valor do produto no mercado internacional estaciona em determinado patamar”, afirmou ontem o presidente da estatal. “Não temos ainda condições de ter decisão de preços, porque não temos certeza se eles irão ficar nos atuais patamares”, disse.

Nas últimas duas semanas, em virtude da importação de etanol anidro para adicionar na razão de um quarto para cada litro de gasolina, o preço nas bombas subiu R$ 0,21, em média, no Brasil.

Debate
Um eventual aumento para os preços dos combustíveis deverá ser rediscutido em maio, se os valores do etanol estiverem mais baixos, por causa da entrada da safra de cana-de-açúcar, e se a gasolina se mantiver “congelada”. A opinião é de Alísio Vaz, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

Para enfrentar a crise, a Petrobras importou 1,5 milhão de barris de gasolina. A ideia é abastecer os distribuidores, que importaram 200 milhões de litros de álcool anidro para misturar na gasolina. Até o fim deste mês, se prevalecerem as promessas feitas pela União da Indústria de Cana (Única), a entrada da safra 2011/2012 da cana-de-açúcar garantirá o abastecimento dos automóveis. A Única não admite que as usinas estejam, como disse o ministro Lobão, moendo cana-de-açúcar para produzir somente açúcar, que tem preços elevados no mercado internacional, em detrimento de destilar etanol para os carros.

“O crescimento dos veículos flex foi o principal ingrediente por trás da ampliação acelerada da produção de cana-de-açúcar nos últimos anos. No entanto, a crise financeira em 2008 atingiu em cheio o setor, reduzindo o nível e a velocidade dos investimentos para ampliar a capacidade de produção, e intensificando o processo de consolidação”, afirmou o presidente Única, Marcos Jank.”

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