“O ritmo de crescimento dos salários dos novos contratados evidencia a força do mercado de trabalho. Nos 12 meses acumulados até janeiro, o valor do rendimento inicial aumentou 10,7% no comércio e 6,6% na indústria, já descontada a inflação. Na média de todos os setores, a expansão é de 4,9%, também em termos reais. Os cálculos são da MB Associados, a partir das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados de janeiro são os mais recentes disponíveis.
O economista-chefe da MB, Sérgio Vale, destaca o nível baixo do desemprego no Brasil, que continua rodando nas mínimas históricas. Nesse cenário, há uma alta forte até mesmo dos salários dos novos contratados, algo que ocorre em todo os segmentos do setor privado. Na construção civil, a alta real em 12 meses é de 5,9%.
Em fevereiro, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 6%, na série com ajuste sazonal calculada pela Quest Investimentos. É o piso da série iniciada em 2002. "Em qualquer modelo macroeconômico, a principal variável para explicar o movimento dos salários é a taxa de desemprego", diz o economista Fábio Ramos, da Quest.
Para ele, o aquecimento do mercado de trabalho hoje chegou a um nível em que não falta apenas mão de obra qualificada. Em muitos casos, há escassez também de trabalhadores sem maior qualificação. No segmento de empregado doméstico, os salários têm subido bastante, mas há redução do nível de ocupados, porque há uma migração de parte dos trabalhadores para outras funções.
Nos serviços, os salários para novos contratados aumentaram 4,3%, descontada a inflação. Essa elevação dos custos salariais ajuda a explicar em alguma medida a elevação dos preços de serviços, hoje uma das principais fontes de pressão inflacionária, diz Vale. Segundo ele, a inflação em alta come parte do rendimento real, mas os salários têm continuado a crescer a taxas elevadas em termos nominais.
Ele chama a atenção para o fato de que, no começo do terceiro trimestre, a inflação estará rodando na casa de 7% ou mais em 12 meses, justamente o período em que há dissídios de categorias importantes de trabalhadores. Isso pode desencadear uma onda de reajustes bastante elevados, a depender do ritmo da demanda.”Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez
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