“Autor(es): César Felício e Josette Goulart |
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Os acionistas da Cemig aprovaram ontem em assembleia geral extraordinária mais um financiamento por meio de Fundos de Investimentos em Participações (FIP) para as aquisições que foram feitas pela estatal mineira. O FIP Redentor, que vai ser sócio da Cemig na Light, é o segundo a ser formado e vai aportar R$ 1,1 bilhão para a compra das participações da Equatorial e de Aldo Floris, que representam um quarto do capital da companhia com sede no Rio. O fundo será sócio e permite assim que a estatal não tenha que registrar esse financiamento em seu balanço. Mesmo tendo o FIP como sócio, a Cemig terá a obrigação de recomprar a participação acrescida de CDI mais 0,9% ao ano caso os cotistas queiram deixar o investimento em 60 meses. Por este modelo, a empresa não compromete a sua capacidade de endividamento e ainda evita a aceleração do pagamento de dívidas que com o BNDES, que aconteceria num processo de reestatização da empresa fluminense. A Cemig adquiriu o controle da Light em dezembro de 2009. A mesma estrutura foi utilizada para a compra dos ativos de transmissão da Terna, quando foi criado o FIP Coliseu, que adquiriu 51% da empresa e aportou R$ 1,1 bilhão no negócio. Fundos de pensão de estatais do Rio Grande do Sul, de Minas e o Banco Santander foram os financiadores da compra da Terna. Para a Light, os bancos Santander, Votorantim, Banco do Brasil Banco de Investimento e BTG Pactual são os cotistas. Esses bancos constituíram com a Cemig uma empresa de participações, a Parati, que irá adquirir 26,06% do capital da Light. A Parati irá comprar as partes pertencentes ao fundo Luce (Aldo Floris) e a do Rio Minas Energia (Equatorial), cada uma com 13,03%. A Cemig terá 50% das ações ordinárias e os sócios privados ficarão com o restante e com 100% das ações preferenciais. A negociação envolverá R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,136 bilhão dos sócios privados, e R$ 379 milhões da Cemig. Basicamente, os cotistas dos fundos podem querer exercer este direito se a rentabilidade do investimento for menor do que a taxa oferecida pela Cemig. Mas também existem uma série de condicionantes impostas que podem antecipar o direito de "opção de venda" dos cotistas que envolvem desde a questão da renovação das concessões, até limites de endividamentos da companhia. De acordo com a ata da assembleia divulgada ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a relação entre o endividamento líquido e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) não poderá ser superior a 3,5 vezes. Também a opção poderá ser exercida com um eventual término do contrato de concessão da atividade de distribuição e nas atividades de geração e transmissão, se o término da concessão representar ativos que sejam responsáveis por valor superior ou equivalente a 40% do Ebitda consolidado da empresa em 12 meses. Essa cláusulas têm a ver diretamente com a indefinição dos contratos de concessão que vencem em 2015 e que ainda está em análise pelo governo federal. A tendência é de que os contratos sejam renovados, mas não há garantia que isso aconteça. Apesar de a equação financeira estar fechada, a compra da parte do fundo Luce na Light ainda está indefinida. Cerca de 15% pertencem à Fundação de Seguridade Social Braslight e eles têm até o fim deste ano para concluir a aquisição. A empresa apenas divulgou a ata da assembleia e não concedeu entrevistas para explicar a operação e a parte efetiva que hoje tem na Light. Até agora apenas os 12,5% que pertenciam à Andrade Gutierrez já foram adquiridos pela Cemig, que efetivamente já comanda a companhia fluminense. A Cemig vai divulgar resultados na próxima semana. Em 2009, a empresa divulgou um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão e faturamento bruto de R$ 17 bilhões. O endividamento chegava a R$ 11 bilhões. Os números, entretanto, tendem a ser alterados em função das novas regras contábeis que serão usadas para reportar o balanço de 2010.” Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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sexta-feira, 25 de março de 2011
“Bancos financiam R$ 1,1 bi para compra da Light” (Fonte: Valor Econômico)
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