“PT e PMDB rateiam a diretoria da Caixa |
Autor(es): Victor Martins, Vânia Cristino e Gabriel Caprioli |
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Governo rateia cargos entre partidos e põe Geddel Vieira Lima em posto de chefia. Presidente da CEF deixa o banco e vai para o BID. Para acalmar os dois principais partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff promove mudanças no comando do banco estatal. Na presidência, sai Maria Fernanda e entra Jorge Hereda, ambos petistas. O peemedebista Geddel Vieira Lima ganha uma vice-presidência A presidente Dilma Rousseff adiou o quanto pôde, mas cedeu às pressões políticas e dividiu o comando da Caixa Econômica Federal entre os dois principais partidos da base aliada do governo, o PT e o PMDB, mantendo a tradição do banco público. O rateio dos cargos foi detonado pelo pedido de demissão de Maria Fernanda Ramos Coelho da presidência da instituição. Filiada ao PT de Pernambuco, ela se desgastou ao extremo depois da descoberta de que a Caixa injetou quase R$ 800 milhões no PanAmericano, que estava à beira da falência por fraudes contábeis de R$ 4,3 bilhões. O comando do banco estatal foi dado ao também petista, Jorge Hereda, baiano, mas com carreira política no ABC paulista. Ele teve o aval do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. A vice-presidência de Governo, que abrigava Hereda, passou para José Urbano Duarte, funcionário de carreira da instituição, mas protegido do PT. Como já esperado, outro baiano, só que do PMDB, Geddel Vieira de Lima, ex-ministro da Integração Nacional na administração Lula e candidato derrotado na disputa pelo governo da Bahia, assumirá a vice-presidência de Pessoa Jurídica. Ele substituirá Carlos de Brito, protegido do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. Outro peemedebista, Fábio Lenza, apadrinhado pelo presidente do Senado, José Sarney, foi mantido na vice-presidência de Pessoa Física. A grande surpresa entre os nomes anunciados pelo Ministério da Fazenda foi a manutenção de Márcio Percival na vice-presidência de Finanças. Avalizado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o executivo vinculado ao PT é apontado como o mentor da compra de parte do capital do PanAmericano pela Caixa. Pior lucro Cobiçada por partidos políticos, a Caixa tem apresentado resultados aquém do esperado. Com quase 100% de seu capital nas mãos do Tesouro Nacional, a instituição registrou o pior lucro entre os maiores bancos do país no ano passado — R$ 3,8 bilhões, praticamente o que o Itaú Unibanco ganhou em apenas três meses. Mas, pior do que isso, foi a falha na gestão do programa Minha Casa, Minha Vida. As famílias com renda mensal de até três salários estão alijadas, apesar das promessas de Dilma. Nenhum contrato de financiamento para esse público foi assinado neste ano, motivo que levou à nomeação de Hereda, um especialista em habitação. Ainda que responsabilizada por esse fiasco, Maria Fernanda será premiada pelo governo. A convite da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, ela deverá se mudar para Washington, nos Estados Unidos, como representante do Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), substituindo José Carlos Miranda. Coincidentemente, a ministra é amiga pessoal de Hereda. Eles fizeram carreira política no ABC paulista. “Ou seja, os grupos se protegem quando estão no poder. Não importa a competência, mas os laços de amizade”, disse um técnico do governo, defensor de uma Caixa com gestão totalmente profissional. Para um respeitado funcionário da Caixa, o governo Dilma só confirmou o tamanho da politização dos bancos públicos. “Não se espantem se, mais à frente, os contribuintes forem chamados para botar dinheiro no banco, como se viu vários vezes nos últimos anos. Pelo balanço de 2010, a instituição estatal registra um calote de R$ 15 bilhões, o equivalente a quase todo o seu patrimônio líquido e a 8,4% de toda a carteira de crédito.” Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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sexta-feira, 25 de março de 2011
“PT e PMDB levam caixa” (Fonte: Correio Braziliense)
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