quinta-feira, 24 de março de 2011

"Falta qualificação no Brasil, diz OIT" (Fonte: Correio Braziliense)

"Autor(es): Cristiane Bonfanti


Ainda que a oferta de emprego tenha crescido de forma expressiva nos últimos anos, o Brasil precisa enfrentar grandes desafios se quiser consolidar seu mercado de trabalho. Estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que, embora o país tenha dado uma boa resposta à crise econômica de 2008, o governo precisa fortalecer outras políticas, como a qualificação dos trabalhadores no período em que eles recebem o benefício do seguro-desemprego, e lidar com a valorização cambial, que pode impor o fechamento de vagas por conta da invasão de produtos importados e a consequente diminuição da produção nas fábricas.

“Com o real supervalorizado frente ao dólar, o Brasil perde competitividade. O país precisa fortalecer sua política de exportações e proteger o mercado interno”, avaliou a especialista em emprego da OIT Janine Berg. “O governo precisa tomar uma série de medidas, como criar barreiras para a entrada de importados e reduzir impostos para a produção nacional”, completou o professor de economia do curso de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP) José Eduardo Balian.

Dificuldade
A OIT destacou a deficiência do governo no encaminhamento dos beneficiários do seguro-desemprego a um novo posto de trabalho. Em 2009, por exemplo, apenas 2,1% dos desempregados receberam algum apoio do Sistema Nacional de Emprego (Sine) durante a busca por trabalho. O auxiliar de serviços gerais Fernando Antônio Chaves, 34 anos, está nessa situação. Com formação reduzida (7ª série do ensino fundamental), ele enfrenta dificuldades. “Estou dando entrada na documentação para receber o seguro. Gostaria de fazer um curso na área de segurança. Mas, como não fiz o ensino médio, não tenho nem essa possibilidade”, lamentou.

Desempregada há quatro meses, a auxiliar de farmácia Raiane Fornaziere, 21 anos, tentou, em vão, uma bolsa para fazer um curso de informática. “O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) disse que a renda da minha família era maior que a exigida, mas meu marido ganha apenas R$ 750. Agora, vou estudar para concurso. Também quero começar a faculdade no meio do ano, mas, para isso, preciso de um emprego”, relatou."


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