"Quedas na produção de automóveis e de alimentos prejudicaram o desempenho da indústria catarinense em 2010, colocando os níveis de produção do Estado abaixo da média nacional. Santa Catarina ficou na lanterna no ranking nacional de produção industrial, com 6,5% de crescimento, abaixo da média nacional de 10,5%. Segundo dados do IBGE, compilados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), de janeiro a novembro do ano passado o setor de veículos automotores acumulava queda de 25,76% na produção e 40,66% nas vendas em relação ao desempenho de 2009. O resultado da indústria alimentícia também apresentava índice negativo, com queda de 1,6% na produção e de 8,86% nas vendas. No último mês do ano, no entanto, o Estado teve crescimento de 5,2% na produção industrial sobre igual período de 2009. Na relação entre novembro e dezembro de 2010, o crescimento em Santa Catarina foi de 3%. Segundo o vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, o Estado leva desvantagem, porque não possui setor extrativo mineral forte nem polo voltado para a indústria automotiva. Segundo o relatório do IBGE, automóveis, eletrodomésticos da "linha marrom" e commodities, como o aço e grãos, puxaram o crescimento nacional. Apesar de o setor de autopeças ter apresentado resultados positivos, o segmento levou desvantagem com a paralisação das atividades da fabricante de carrocerias de ônibus Busscar. A empresa de Joinville enfrenta dificuldades financeiras desde 2009, que se agravaram no ano passado. Em 2008, o último ano em que a empresa informou dados de produção à Associação Nacional de Fabricantes de Ônibus (Fabus), foram produzidos 4.752 carrocerias. Em 2009, a empresa só manteve a entidade atualizada até agosto. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, foram fabricados 1.282 ônibus. Em 2010, as linhas de produção funcionaram esporadicamente. O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores em Santa Catarina (Sindipeças), Hugo Ferreira, questionou o resultado negativo do setor. Segundo o dirigente, as 22 empresas ligadas à produção de autopeças no Estado tiveram crescimento de 51,3% em faturamento, e crescimento de 70,89% nas exportações. No acumulado dos 12 meses de 2010, Santa Catarina teve superávit de US$ 353 milhões no setor. Segundo Ferreira, o resultado foi o primeiro entre os Estados brasileiros, que sofreram com a entrada de produtos importados. Na produção de alimentos, a produção de suínos e aves, que detém a maior fatia do setor, ainda sentiu o impacto da retração do consumo mundial com a crise internacional, que se agravou no fim de 2008 e se estendeu por 2009. Segundo Clever Pirola Ávila, presidente da Associação Catarinense de Avicultura, 2010 começou ainda sob os efeitos da crise. O crescimento ganhou ritmo com o decorrer do ano, atingindo o ápice de produção em dezembro, embalado pelas vendas de fim de ano. Segundo Ávila, a avicultura catarinense teve crescimento de 6% na comparação entre 2010 e 2009, o que representou abate de cerca de 2,8 milhões de toneladas. Segundo Côrte, da Fiesc, se fossem desconsiderados os segmentos de automóveis e alimentos, o Estado teria ganhado um ponto percentual em índice de crescimento nas vendas. Ele ponderou que, apesar de o resultado ter ficado aquém da média nacional, foi positivo. Côrte lembrou que em 2009 a queda da produção industrial no Estado foi de 8% e em 2009, de 1%. "Foi um ano de recuperação importante, apesar de não termos apresentado nenhum resultado excepcional." Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
"Automóveis e alimentos prejudicam desempenho em SC" (Fonte: Valor Econômico)
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