"Em sua primeira participação na cúpula de presidentes de Estados do Mercosul, Dilma Rousseff defendeu uma proposta prática para proteger o aumento temporário de importações de países fora do bloco. Mesmo sem a presença da presidente argentina, Cristina Kirchner, os líderes do Brasil, de Paraguai e do Uruguai tentaram avançar nas negociações comerciais para o bloco econômico, que tomou cada vez mais formas políticas em seus 20 anos de existência. O paraguaio Fernando Lugo e o uruguaio José Pepe Mujica pediram maior atenção à política de livre circulação e equilíbrio na integração regional.
A livre circulação de mercadorias e a importação de outros países marcaram os debates na cúpula em Assunção. Dilma Rousseff apresentou em seu discurso uma resolução sugerida pelo Brasil que pode restringir a entrada de produtos estrangeiros no bloco. "Nos países do Mercosul, nós devemos estar bem atentos ao que se passa no mundo. Nesse momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico. Para essa questão específica, precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham a reequilibrar a situação", disse a presidente brasileira.
O presidente paraguaio pediu a garantia de livre circulação no bloco, que na prática está longe de ser uma realidade. Apesar de a relação econômica entre os quatro países ser bastante regular, a Argentina vive cercada de polêmicas por criar barreiras para a entrada de produtos, especialmente paraguaios e brasileiros. "Precisamos garantir o livre acesso aos nosso mercados e o fortalecimento do nosso bloco. As travas e os obstáculos vão retardar o clamor de nossos povos por um desenvolvimento. A livre circulação é o pilar que vai conseguir eliminar as nossas assimetrias", discursou Lugo.
Mujica afirmou que a integração é um desafio, mas defendeu o equilíbrio das relações. "A mensagem do Mercosul é a unificação no marco da economia. Isto não surgiu para fazer um projeto congelado, mas um caminho de ajuda", afirmou. O presidente do Equador, Rafael Correa, também participou da reunião como convidado e defendeu uma moeda única. "América Latina pode financiar seu desenvolvimento e ter seu próprio fundo monetário. A região tem garantia e liquidez em fundos suficientes. É preciso aprovar o Banco do Sul e um sistema de compensação para o comércio. Em vez do dólar, usar outra moeda para não ter que transferir milhões de dólares aos EUA", disse."
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