"Os investimentos da Alcoa na geração própria de energia vão representar neste ano cerca de 25% do total a ser desembolsado no país. A empresa planeja aplicar em torno de R$ 455 milhões, sendo R$ 119 milhões em projetos energéticos. Com os ativos existentes, a companhia vai garantir 70% de autosuficiência energética.
Somente na conclusão da hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, serão aplicados R$ 109 milhões. O projeto - fruto do consórcio formado pela GDF Suez /Tractebel Energia (40,07%), Vale (30%), Camargo Corrêa (4,44%) e Alcoa (25,49%) - é o mais recente da multinacional e está previsto para atingir plena operação no início de 2012.
Em maio, foi instalada a primeira das oito turbinas previstas para Estreito. Em julho, será instalada a segunda turbina. A capacidade total da hidrelétrica é de 1.087 MW. Além de Estreito, a Alcoa opera, com sócios, as hidrelétricas de Machadinho (SC), Barra Grande (RS) e Serra do Facão (GO), todas no sistema de autogeração elétrica.
A energia é insumo fundamental na produção de alumínio primário, respondendo por 25% a 35% do custo cash. O insumo adquirido de terceiros, segundo as fabricantes, custa acima de US$ 70 o MWhora, o que é não competitivo para se fabricar o metal. O Brasil é apontando como um dos países de custos mais elevados - corresponde cerca da metade do custo total de produção.
Mesmo diante da crescente demanda por alumínio - a indústria prevê alta de 13% a 15% no consumo doméstico do metal neste ano - os investimentos em unidades de fundição têm sido limitados pela questão do custo local da energia. A situação abrange toda a indústria.
O foco, no momento, é a ampliação de unidades de transformação do metal. A Alcoa, em linha com o boom da construção civil verificado nos últimos anos, anunciou recentemente dois investimentos: a aquisição de uma prensa para a fábrica de Tubarão (SC) e o aumento da capacidade de extrusão de Itapissuma (PE). Os aportes somam US$ 63 milhões, a serem aplicados em até 36 meses. "Não paramos de investir. Estamos já abrindo espaço para a quinta prensa em Tubarão. Mas temos de pensar na questão da energia, em seus custos", afirmou o presidente da Alcoa no país, Franklin Feder.
Convidada pelo governo a entrar na sociedade da usina de Belo Monte, a Alcoa declinou do convite. "Tínhamos de duas a quatro semanas para decidir. Não dava tempo", disse Feder, destacando a falta de atratividade do negócio da hidrelétrica, cujo custo da energia, ao final, ficaria bem acima dos US$ 35 por MWhora definidos como teto para o setor.
O executivo negou o interesse em investir em usinas termelétricas, como as controladas pelo grupo Bertin."
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