segunda-feira, 30 de maio de 2011

“Trabalho Escravo ainda faz 20 mil vítimas no país, diz MPT” (Fonte: Agência Brasil)

"O Brasil ainda tem cerca de 20 mil trabalhadores que atuam em condição 
análoga à escravidão e os atuais métodos de combate à prática 
criminosa ainda não são suficientes para zerar a conta. Quem admite a 
situação é o Ministério Público do Trabalho (MPT) que lançou nesta 
sexta-feira (27/5) uma campanha nacional para sensibilizar a sociedade 
desse problema que persiste mais de um século depois do fim da 
escravidão no país. A campanha busca atingir empresários, sociedade e 
trabalhadores por meio de propagandas de TV, rádio e uma cartilha 
explicativa.
A ideia é mostrar que o trabalho escravo não se configura apenas pela 
situação em que o trabalhador está preso em alguma propriedade no 
interior, sem comunicação. "A legislação penal brasileira mudou em 
2003 e incluiu condições degradantes de trabalho e jornadas exaustivas 
como situações de trabalho escravo. O trabalho escravo não é só o que 
tem cerceio de liberdade, pode ser psicológico, moral", explica Débora 
Tito Farias, coordenadora nacional de erradicação do trabalho escravo 
do MPT.
Essa mudança na percepção está levando os órgãos fiscalizadores a 
encontrar novas situações de trabalho degradante também no meio 
urbano, como em confecções e na construção civil. A campanha pretende 
ajudar a sociedade a identificar e denunciar essas práticas. "A 
pressão social hoje é um fator muito importante em qualquer tipo de 
campanha. É importante que a sociedade perceba que a comida, o vestido 
pode ter um componente de trabalho escravo", afirma o procurador-geral 
do Trabalho, Otávio Lopes.
Segundo o procurador, a compra de produtos que respeitem a dignidade 
humana deve ser vista da mesma forma que já ocorre com produtos 
orgânicos e com a preservação da natureza. Atualmente, uma lista do 
Ministério do Trabalho detalha os empregadores que submeteram 
trabalhadores à condição análoga a de escravo. Mais conhecida como 
lista suja do trabalho, a publicação tem hoje 210 empregadores listados.
Lopes afirma que o principal problema para zerar o trabalho escravo no 
Brasil é a reincidência, uma vez que muitos trabalhadores resgatados e 
não qualificados acabam voltando para a situação que tinham antes. 
"Quando tiramos aquela pessoa da situação de trabalho e não damos uma 
alternativa de qualificação, não estamos ajudando, estamos enganando".
De acordo com o MPT, as parcerias para qualificação do trabalhador 
estão sendo firmadas com administrações estaduais e locais, de acordo 
com a necessidade econômica de cada região.”

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