Mesmo diante das atitudes intransigentes impetradas pelas empresas terceirizadas da Petrobrás responsáveis pela ampliação da Usina Termoelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas (MS), os trabalhadores em greve não abrandaram e através da mobilização e união arrancaram um acordo com reajuste salarial de 26%, o maior registrado neste ano.
Em assembleia realizada na noite de sexta-feira (27) e que varou a madrugada de sábado (28), os operários aprovaram a proposta negociada entre CUT, Conticom (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira) e Fetricom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Mato Grosso do Sul) junto às empresas e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado.
Nela, além do aumento de 26%, estão incluídos o reajuste nas horas extras de 50% nos dias normais, 75% aos sábados e 130% nos domingos; o valor da cesta básica dobrou, passando de R$120 para R$240; mudança na baixada que passará a ser de dois dias a cada 60, estabilidade de três meses para toda comissão e no período da greve a empresa garantiu um dia compensando os outros três com uma hora por dia.
“Foi um acordo sensacional. Vale ressaltar que os vencimentos na região não eram baixos. Com o reajuste os operários terão um salário maior do que em muitas regiões de São Paulo”, exemplifica Luiz Carlos de Queiroz, secretário de Políticas Sociais da Conticom
A greve, que durou uma semana, foi uma deliberação dos próprios operários dos canteiros de obras. Diante do imobilismo do sindicato local, a categoria acionou à Federação que contatou à CUT e à Conticom para que interviessem a fim de solucionar os impasses.
“O sindicato local negociou um acordo paralelo com as empresas que previa um reajuste de 10% e tentou empurrá-losem ouvir os trabalhadores. Mas no final a vontade da classe trabalhadora em contar com à CUT, Conticom e Fetricom à frente das negociações prevaleceu diante do entreguismo”, comemora Webergton Sudário, conhecido como Corumbá, presidente da Fetricom.
“A partir de uma situação lamentável, onde houve casos de cárcere privado e falta de disponibilidade de alimentação, a Petrobrás vai reavaliar com certeza os problemas instalados dentro de suas terceirizadas. O importante é fiscalizar e estar atento para garantir que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores”, complementa Webergton.
Além do acordo, os operários aprovaram também o reconhecimento do Sintiespav como representante oficial dos trabalhadores, junto à Federação, à Confederação e à CUT
Para Queiroz, o próximo passo é discutir o Contrato Coletivo Nacional, apontado por ele como essencial para garantir melhorias nas condições de trabalho, igualando salários e benefícios a nível nacional. A ideia é aproveitar as inúmeras obras erguidas com recursos públicos para vincular os investimentos a contrapartidas sociais."
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