terça-feira, 31 de maio de 2011

“Petrobras vai investir R$16 bi em Abreu e Lima” (Fonte: O Globo)

“Autor(es): agência o globo: Ramona Ordoñez*

IPOJUCA (PE) e RIO. A Petrobras vai começar a desembolsar, a partir do mês que vem, R$16 bilhões de recursos próprios para a conclusão da Refinaria Abreu e Lima, que está sendo em construída em Pernambuco. A informação foi dada ontem pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, durante visita aos canteiros das obras da refinaria e da Petroquímica Suape, em Ipojuca, a 60 quilômetros de Recife. A Petrobras terá que investir integralmente porque até hoje a Venezuela, parceira no projeto, não colocou um tostão em Abreu e Lima, apesar de as obras já terem começado desde 2007 e de o próprio presidente venezuelano Hugo Chávez ter escolhido o nome da refinaria. Abreu e Lima foi um integrante do Exército brasileiro que lutou ao lado de Simon Bolívar pela independência da Venezuela e da Colômbia.
Segundo Costa, no mês que vem acabam os R$10 bilhões que a Petrobras tomou emprestado do BNDES para o início das obras. Segundo o diretor, desse montante já foram gastos cerca de R$7 bilhões. O custo total do empreendimento é de US$13,4 bilhões. Devido à apreciação do real frente ao dólar, os custos em moeda local subiram.

PDVSA deveria ter participado com 40% do valor

Paulo Roberto Costa não se mostrou preocupado com a possibilidade de a petrolífera venezuelana PDVSA não participar mais da refinaria:
- A partir de agosto, com o fim dos recursos, cada empresa terá de fazer um aporte para continuar a obra. Então, se a PDVSA não entrar até agosto, entenderemos que ela perdeu interesse em participar.
Se a PDVSA for participar da refinaria, além de entrar com novos recursos, terá de assumir 40% da dívida de R$10 bilhões da Petrobras junto ao BNDES, referente a sua fatia no projeto, de R$4 bilhões. A PDVSA vem negociando participar com 40% da refinaria desde 2005, enquanto a Petrobras ficaria com 60% do projeto.
Na realidade, a não participação da PDVSA vai representar uma economia da ordem de US$400 milhões no projeto, que seriam gastos na unidade de tratamento de enxofre para o petróleo venezuelano, que é muito mais pesado que o brasileiro. Enquanto o óleo de Marlim que será processado na refinaria tem 14 graus API (medida internacional do petróleo), o da Venezuela tem 8 graus API, superpesado.

Investimentos no exterior serão mantidos, diz diretor

Cerca de 35% da Refinaria Abreu Lima estão prontos, e no momento estão trabalhando 23 mil operários no canteiro, afetado pelas fortes chuvas na região nas últimas semanas. A refinaria terá capacidade de processar 230 mil barris por dia de petróleo, e sua maior produção - cerca de 70% - será de óleo diesel. O restante ficará com outros derivados, como GLP. A previsão é a refinaria entre em operação no fim de 2013.
Costa informou ainda que a Petrobras acaba de receber a licença de instalação (LI) para o início das obras da refinaria Premium I, no Maranhão, que terá capacidade de 300 mil barris/dia. Ele estima que ela entre em operação em 2014, e a refinaria do Ceará, em 2017. O diretor da estatal não quis comentar a possibilidade de as obras das duas refinarias atrasarem em função de possíveis cortes no novo Plano de Negócios da Petrobras 2011/15, que está sendo revisto a pedido do Conselho de Administração.
No Rio, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que o Plano de Negócios deverá manter o patamar dos investimentos da estatal no exterior em cerca de 5% do total. Mas ele ressaltou que a empresa continuará de olho em oportunidades em outros países.
- O plano de negócios já deu uma reorientada no investimento internacional, que deixou de crescer - disse Barbassa no Rio Investors Day, evento que reúne empresas de capital aberto e investidores no Rio.
Ele disse ainda que ainda há muitas incertezas sobre a capacidade de exploração de gás do pré-sal e garantiu que não haverá excesso de oferta de gás até 2020. Barbassa lembrou ainda que os custos de exploração do pré-sal vêm caindo: em 2006, explicou, perfurar um poço custava US$250 milhões em 2006. Hoje, fica em US$100 milhões.
- Ainda estamos em busca de mais eficiência.
Em Pernambuco, Costa disse ainda que a Petrobras está à procura de sócios privados para a Petroquímica Suape, que produzirá o PET usado em garrafas de água e refrigerante, e o fio de poliéster, para confecção têxtil. Originalmente, a Petrobras tinha como sócio no projeto o grupo Vicunha, que, por dificuldades financeiras, abandonou o empreendimento em 2008.
No fim do ano começa a produção do PTA, matéria-prima básica para o PET e o poliéster. A unidade produzirá 450 mil toneladas anuais de PET e 240 mil toneladas anuais de fio de poliéster. Costa lembrou que o Brasil é dependente de importações dos dois produtos, e que o complexo possibilitará uma economia anual da ordem de US$1 bilhão em divisas por ano.

*A repórter viajou a convite da Petrobras
COLABOROU Henrique Gomes Batista”


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