terça-feira, 5 de abril de 2011

“Vale escolhe consultoria de recrutamento CTPartners” (Fonte: Valor Econômico)

“Mineração
 
Empresa americana, que opera há dois anos no Brasil, definirá o sucessor do executivo Roger Agnelli.
Por Vera Saavedra Durão e Denise Carvalho, do Rio e de São Paulo
Em reunião prévia realizada pelos acionistas da Vale-Bradesco, Previ, BNDES e Mitsui - foi escolhida a CTPartners, consultoria de recrutamento de executivos de nível sênior, para selecionar os nomes da lista tríplice da qual sairá o sucessor de Roger Agnelli, diretor presidente da companhia. O futuro executivo da maior mineradora de minério de ferro do mundo será selecionado pelos acionistas e conselheiros em reunião do conselho de administração, marcada para quinta-feira.

Na bolsa de apostas do mercado, continuam em evidência os nomes de Tito Martins, o mais cotado no páreo, e José Carlos Martins, diretores-executivos da Vale.
Na avaliação de fontes que acompanham o processo de substituição do executivo da empresa, a anunciada escolha do "headhunter" em informação divulgada em comunicado na sexta-feira faz parte de um ritual para garantir o cumprimento da cláusula VIII, parágrafo 8.3, do acordo de acionistas da Vale.
Outra finalidade do comunicado é dar satisfação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vem cobrando informações dos acionistas controladores da empresa.
As notícias veiculadas pela imprensa nos últimos dias deram muita instabilidade às ações da Vale.
Ontem, o preço dos papeis preferenciais classe A (PNA) da empresa disparou no fim do dia com as notícias de que a Vale divulgaria a lista tríplice.
A ação fechou cotada em R$ 48,24, alta de 2,36%.

A CTPartners é uma empresa americana com 30 anos de atuação na seleção de executivos de nível sênior, mas com pouca tradição no Brasil. A consultoria começou a operar no país no começo de 2008 e é a primeira vez que participa do processo de escolha de um executivo para uma empresa do porte da Vale.

A firma não deve ter papel decisivo na escolha do substituto de Roger Agnelli. A escolha já teria sido feita pelos acionistas da Vale. A CTPartners deve confirmar a nomeação, validando que o profissional tem competência para assumir o cargo.
A contratação da CTPartners ocorreu porque um acordo de acionistas obriga a Vale a contratar uma consultoria internacional e escolher o diretor presidente com base em nomes propostos em lista tríplice elaborada por "headhunter".
Procurado para comentar o assunto, o sócio da CTPartners no Brasil e responsável pelo contrato com a Vale, Arthur Vasconcellos, não concedeu entrevista. A Vale também não se pronunciou.
Há cerca de dez anos, segundo apurou a reportagem, a Heidrick & Struggles fez o processo de recrutamento na Vale.
A consultoria chegou ao fim do trabalho, com a indicação de um substituto para a presidência da empresa - ocupada na ocasião pelo empresário Benjamin Steinbruch - quando o Bradesco indicou Roger Agnelli, então membro do conselho de administração da Vale.
A Heidrick & Struggles estaria impedida de fazer a seleção hoje porque presta serviços para a mineradora BHP Billiton, uma das maiores rivais da Vale.

O trabalho do "headhunter" inclui avaliar a qualificação de executivos, além de identificar profissionais para postos de direção.
"O processo de escolha de um executivo pode levar pouco tempo ou até um ano. Depende de consenso entre os acionistas das empresas e se há vontade política para se chegar a um acordo", diz a consultora Fátima Zorzato, sócia do escritório internacional de recrutamento Russell Reynolds no Brasil.
Para analistas, o governo federal passou a ter maior influência nas empresas que recebem investimentos de fundos de pensão a partir do período das privatizações - incluindo a Vale.

"Nos processos de privatização, o governo federal preservou as participações dos fundos de pensão e do BNDES", diz o professor de estratégia empresarial do Insper, Sérgio Lazzarini.
A lei complementar de número 108 estabelece que os fundos tenham gestão compartilhada, mas são as empresas patrocinadoras (controladas pelo governo) que indicam o presidente e tem poder de veto nas decisões.
"A questão se os fundos são estatais é polêmica. As empresas investidas pelos fundos têm influência direta do governo porque interessa ao Planalto. Quando Lula assumiu o governo, os petistas, antes contrários a influência, calaram-se".”


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