terça-feira, 5 de abril de 2011

“Murilo Ferreira será o novo presidente da Vale” (Fonte: O Globo)

“Autor(es): agência o globo: Danielle Nogueira e Mônica Tavares

RIO e BRASÍLIA. Murilo Ferreira, ex-diretor da Vale e ex-presidente da mineradora canadense Inco, será o novo presidente da Vale. A decisão foi tomada ontem à noite em reunião de acionistas da Valepar, holding que controla a companhia. Ele foi escolhido a partir de uma lista tríplice, da qual constavam também os nomes de dois ex-diretores da Vale: Tito Martins, diretor de Operações de Metais Básicos e presidente da Inco, e José Carlos Martins, diretor de Marketing, Vendas e Estratégia.

Ferreira ingressou na Vale em 1977 como técnico em economia e finanças. Foi diretor de Participações e Desenvolvimento de Negócios da empresa e presidiu a Inco, subsidiária canadense da Vale, entre 2007 e 2008. Recentemente, Ferreira atuava como sócio da Studio Investimentos, uma gestora de recursos especializada no mercado de ações, fundada com Gabriel Stoliar, outro ex-executivo da Vale.

Ferreira também comandou a Albras, empresa produtora de alumínio. Na época, aproximou-se da então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff.

Ontem, horas antes do martelo ter sido batido pelo nome de Ferreira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a Vale deveria colaborar mais com o projeto brasileiro de desenvolvimento. Por isso, disse, o governo vem insistindo que a mineradora invista mais recursos no beneficiamento de minério de ferro.

- A produção de aço aqui é conveniente, é necessária ao povo brasileiro, à sociedade. Portanto, a Vale, que é uma empresa brasileira da qual nós temos todo o orgulho, precisa contribuir mais fortemente com desenvolvimento interno do país - disse Lobão.

O governo quer instituir uma política industrial associada ao novo marco regulatório da mineração, que deve ser enviado à apreciação da Casa Civil até o fim deste mês. Dela constará a concessão de benefícios fiscais à industrialização dos insumos minerais extraídos no Brasil. Um dos estudos prevê a redução ou a isenção do ICMS sobre o aço, para atrair siderúrgicas aos estados, como antecipou O GLOBO semana passada.

Lobão evitou fazer qualquer crítica a Agnelli. Também refutou as críticas de que o executivo seria contrário a que a companhia investisse em beneficiamento de minério. Ele considerou a substituição do presidente um processo natural.

- Acredito que o própio Agnelli se esforçava neste sentido (unidade de aço), mas ele está lá há quase dez anos, ele tem um contrato. A saída dele não deve ser um episódio considerado anormal, porque não é anormal. É um profissional da maior categoria, cumpriu bem o seu papel - ponderou.

Apesar de afirmar que existem vários interessados em entrar como sócios da hidrelétrica de Belo Monte - Alcoa, as empresas de Eike Batista e a Votorantim - no lugar do grupo Bertin, Lobão afirmou que a maior empresa privada do Brasil é hoje a favorita na disputa:

- A Vale está mais avançada, poderá ser ela.

Pela manhã, representantes da Litel - fundo que detém 49% da Valepar (holding que controla a Vale) - escolheram a consultoria internacional responsável pela elaboração da lista tríplice da qual sairá o nome do substituto de Agnelli. Segundo fontes, a escolhida foi a americana CT Partners. Mas poucas horas depois, o novo executivo já estava escolhido.

Dança das cadeiras também na diretoria e no Conselho
A dança das cadeiras na Vale vai além do assento da presidência. Dos sete diretores, Carla Grasso, à frente da diretoria executiva de Recursos Humanos e Serviços Corporativos, deve deixar a empresa. Ex-mulher de Paulo Renato, ministro de Educação de Fernando Henrique, ela lidera o time tucano na mineradora. Ingressou na Vale logo após a privatização e, em 2001, chegou à diretoria pelas mãos de Agnelli. Considerada seu braço direito, é vista com desconfiança pelo governo petista. Seu mandato termina em 21 de maio.

O Conselho de Administração da Vale também passará por mudanças. O mandato de todos os seus 11 membros - quatro indicados pela Previ, dois pelo Bradesco, dois pela Mitsui, um pelo BNDES, um por acionistas minoritários e um por empregados da Vale - expira dia 30 deste mês. Ao menos três serão substituídos: Jorge Luiz Pacheco e Sandro Marcondes, da cota da Previ, cederão lugar para Nelson Barbosa (secretário executivo do Ministério da Fazenda) e Robson Rocha (atual presidente do conselho deliberativo da Previ).”


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