Aproximadamente 150 pessoas participaram, no dia 25, do ato de protesto realizado pelo Sinergia CUT contra a demissão dos 135 trabalhadores do Call Center da CPFL, em frente à sede da empresa.
Em coro os trabalhadores repetiram por diversas vezes: "Queremos trabalhar", pedindo um cumprimento da liminar concedida pela juíza da Rita de Cássia Scangliusi do Carmo, da 10ª Vara do Trabalho de Campinas, no último dia 05, que impedia as demissões realizadas pela empresa com a anunciada reestruturação do Call Center.
Dirigentes do Sinergia CUT chamaram os representantes da empresa para cobrar uma satisfação sobre o motivo pelo qual a CPFL não está cumprindo a decisão judicial e por qual razão não pagou aos demitidos o auxílio creche, vale refeição e vale alimentação, no último dia 20. Como a reivindicação não foi atendida, os trabalhadores tentaram entrar na empresa para retornar aos postos de trabalho, mas foram impedidos.
Diante dessa situação o Sindicato chamou a Polícia Militar, que chegou por volta das 09h10. Em conversa, os policiais orientaram os dirigentes do Sinergia CUT a fazer um boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial de Campinas. Os trabalhadores seguiram em carreata até o distrito, permanecendo lá até obter o boletim de ocorrência. O documento registrou a tentativa dos trabalhadores a retornar aos postos de trabalho, conforme decisão judicial, e a obstrução por parte da empresa.
"Esse momento está sendo muito duro, não só para mim, para todos os meus colegas, porque nos viemos sendo humilhados e pisoteados há muito tempo com essa ameaça de fechamento do Call Center. Chegaram de um dia para o outro e tiraram a gente dos nossos postos de trabalho, alegando a reestruturação que seria bom. E na verdade não é. Porque eles estão descumprindo a lei, a liminar quer a juíza determinou e nós estamos aqui hoje querendo exercer nosso direito de cidadão, de trabalhador. Nós queremos trabalha. Por isso estamos aqui.", declarou Mônica Tatiana Rodrigues Dias que trabalha há sete anos no Call Center.
A trabalhadora Rita Nucci também denuncia:"A empresa vem constantemente fazendo pressão financeira nos trabalhadores para que a gente desista da ação, da reintegração na empresa. Ela está sistematicamente descumprindo ordem judicial impedindo os trabalhadores a voltar para seus postos de trabalho. O que mais nos espanta na CPFL é que ela sempre teve orgulho de dizer que ela tem um tratamento digno e respeitoso para com todos. Mas ela não está tendo um tratamento digno e respeitoso para com os trabalhadores do Call Center. Eles se recusam a conversar, não depositam nossos direitos, descumprindo decisão judicial".
Durante o ato, dirigentes do Sinergia CUT e trabalhadores que participaram do ato também decidiram formalizar uma nota de repúdio às demissões na CPFL para ser encaminhada ao prefeito de Campinas e aos vereadores da cidade.
A advogada do Sinergia CUT, Tania Marchioni Tosetti, havia apresentado um pedido de liminar solicitando a imediata suspensão de qualquer ato que implicasse em transferência das atividades da Central de Atendimento ao Consumidor Call Center para a CPFL Atende, tais como transferência e demissões dos empregados afetos à referida área. A sustentação de defesa baseou-se no histórico de luta do Sindicato, Acordo Coletivo de Trabalho e ações que tramitam e tramitaram na Justiça referente à proibição de terceirizações nesta área.
No último dia dia 05, logo após a demissão em massa no Call Center, a juíza Rita de Cássia Scangliusi do Carmo, da 10ª Vara do Trabalho de Campinas, concedeu a liminar ao Sindicato, determinando que todas as empresas da holding "se abstenham de consumar dispensas ou transferências de empregados em razão da chamada reestruturação do seu Call Center e da centralização do teleatendimento nas cidades em que se localize a CPFL Atende, incluindo as dispensas já comunicadas em 04/11/2010, até julgamento final". A empresa recorreu da decisão, mas não conseguiu cassar a liminar".
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