"A máxima de que a justiça tarda, mas não falha nem sempre se aplica, é verdade. Em muitos casos a impunidade impera sob os olhos vendados da deusa Têmis. No caso dos trabalhadores jornalistas, entretanto, o Terceiro Poder deu sinais concretos de que, embora tardia, a justiça ainda é feita neste país. Prova disso, foram as vitórias do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado Ceará (Sindjorce) em processos judiciais movidos contra oito dos doze maiores veículos de comunicação de Fortaleza que violaram os direitos trabalhistas de seus empregados nos últimos dez anos. Ao todo, 221 jornalistas foram beneficiados, alguns deles em até quatro processos diferentes.
No topo do ranking das empresas campeãs em violações dos direitos dos jornalistas aparecem veículos de grande porte, como TV Verdes Mares, TV Diário, Rádio Verdes Mares, TV Jangadeiro, TV Cidade, Rede TV!, Jornal O Povo e Rádio O Povo, todas condenadas por irregularidades trabalhistas. Graças à ação firme da atual diretoria do sindicato, profissionais receberão indenizações que chegam a R$ 350,5 mil.
Entre as vitórias mais significativas do Sindjorce contra os representantes do “quarto poder” no Estado, destacam-se sentenças judiciais reconhecendo como uma aberração jurídica a contratação de jornalistas como radialistas por rádios e televisões do Estado - o que custará mais de R$ 8 milhões somente ao Sistema Verdes Mares -, e a reintegração judicial do diretor executivo do Sindjorce e premiado repórter fotográfico do jornal O Povo, Evilázio Bezerra, demitido pela empresa em função de sua atividade sindical.
Apesar das vitórias, a morosidade do Judiciário continua sendo o principal entrave para os trabalhadores terem garantidos direitos que lhes são arrancados diariamente pelas empresas de comunicação. Tanto é que alguns das mais de duas centenas de jornalistas beneficiados por processos movidos pelo sindicato morreram antes de ver assegurados em vida seus direitos trabalhistas.
Os efeitos pedagógicos desta longa e árdua batalha – que iniciou ainda na gestão do ex-presidente Paulo Mamede (1998/2001), prosseguiu com o acionamento do Judiciário na gestão do ex-presidente Fred Miranda (2001/2004), nas duas gestões da ex-presidente Déborah Lima (2004/2007-2007/2010) e finalizou na gestão da atual presidente Samira de Castro (2011/2013-2013/2016) -, são, sem sombra de dúvidas, a sensação de que a justiça foi feita e a certeza de que as empresas de comunicação pensarão duas vezes antes de violar os direitos dos jornalistas, pois sabem que por trás destes trabalhadores existem dirigentes sindicais combativos, que arriscam carreiras promissoras no Jornalismo para assumir a defesa intransigente dos jornalistas e da dignidade profissional da categoria no Estado do Ceará."
Fonte: Sindjorce
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