"A Renova Energia revelou nesta segunda-feira (13/05) parte da sua estratégia para ter sucesso nos leilões de geração de energia A-3 e de Reserva deste ano. Otimista com sua posição (financeira e operacional) no mercado, a empresa espera cadastrar cerca de 300MW nos próximos certames. No entanto, diante das novas condições impostas pelo governo - em que pelo menos no Leilão de Reserva, marcado para 26 de agosto, só serão habilitados projetos eólicos com previsão de linhas de transmissão existentes ou em construção -, o sucesso da Renova deve passar pela viabilização de novos empreendimentos na Bahia.
Para tanto, a empresa conta com a entrada em operação da subestação Igaporã 230/69 kV e da linha de transmissão Igaporã-Bom Jesus da Lapa II, que está sendo construída pela Chesf, com previsão de funcionamento em dezembro desde ano. O sistema de transmissão será responsável pelo escoamento do complexo eólico Alto Sertão I (293,6MW), instalado no Sudoeste da Bahia, nos municípios Caetité, Guanambi e Igaporã.
Segundo Pedro Pileggi, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Renova, se por um lado o atraso na construção da linha foi, em parte, prejudicial para a empresa; por outro a ICG Igaporã-Bom Jesus da Lapa II terá uma sobra de capacidade de escoamento de 2,5GW, o que aumenta a competitividade dos projetos da geradora naquela região, uma vez que facilita o escoamento da energia de novos sítios eólicos.
Pileggi explica que as mudanças nas condições dos leilões exigirá mais "robustez" das geradoras, pois as empresas precisarão coordenar os cronogramas de geração e transmissão. Com as novas regras, diferente do que aconteceu em 2012, o gerador não receberá receita caso os projetos não estejam produzindo e injetando energia na rede. "A Renova se sente confortável quanto a isso", diz o diretor, lembrando que a empresa possui recursos suficientes, tanto financeiros como de engenharia, para atender as novas exigências do setor elétrico.
Pileggi acredita que a questão da transmissão deve mudar substancialmente a quantidade de projetos no leilão. "A oferta será menor, o que afetará o preço no leilão de Reserva", afirma ele, em teleconferência, se referindo ao valor do MWh comercializado.
O executivo explica ainda que o prazo de dois anos para construir os parques exige que o investidor entre no leilão com o modelo final do projeto, pois não haverá tempo para mudanças de configuração nos parques licitados. Outro fator que deve interferir no certame, segundo o executivo, é a disponibilidade de fornecedores de equipamentos, pois, nesse curto espaço de tempo, os fabricantes podem estar comprometidos. "Por isso que a nossa parceira com a Alstom nos deixa numa posição bastante privilegiada", comemora.
Embora preveja uma oferta menor de projetos no Leilão de Reserva, Pileggi acredita que os investidores não terão moleza. "Pelo ângulo do regulador, será um leilão bastante eficiente", avalia.
Outro caminho traçado pela Renova para o crescimento é o mercado livre. De acordo com o diretor de RI, a empresa está muito animada com o potencial desse mercado, pois a tendência de PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) alto para os próximos meses aumenta a “predisposição para um número maior de contratos e com prazos maiores” no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Atualmente, a Renova tem 336MW em operação. Outros 900MW já estão contratados até 2017. Na carteira, ainda consta 1GW pronto para ser licitado. "Com ótimo fator de capacidade, medição de vento e licenciamento ambiental", garante Pileggi. Além disso, outros 12GW estão em estudo pela empresa.
No total, a companhia tem 1.260MW contratados, sendo que 41% está no mercado livre, 56% no regulado, e outros 3% em pequenas centrais hidrelétricas viabilizadas pelo programa governamental de incentivos as fontes renováveis Proinfa."
Fonte: Jornal da Energia
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