sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Na comunicação, a armadilha do medo (Fonte: Brasil de Fato)

"“E qual você acha que deve ser o compromisso do novo Governo?”. A per­gunta foi feita pelo então coordenador da campanha presidencial de Luís Iná­cio Lula da Silva em 2002, Antônio Palocci, a João Roberto Marinho, herdeiro do império das Organizações Globo, em uma discussão sobre o esboço do que viria a ser conhecido como Carta aos Bra­sileiros. O documento selou uma série de compromissos do governo Lula com a burguesia nacional e internacional, in­cluídos aí os conglomerados de mídia.
A relação da gestão de Lula com o setor não foi estabelecida apenas no âmbi­to programático. Logo no início da pri­meira gestão, em 2003, setores dentro do Palácio do Planalto cogitaram patro­cinar um programa de socorro aos gru­pos de comunicação que estavam em sé­rias dificuldades financeiras depois de terem contraído empréstimos em dólar. Esse custo ficou alto demais após a cri­se do real do final dos anos 1990. O “pro­er da mídia” (uma referência ao progra­ma de ajuda aos bancos promovido pelo governo FHC) não foi para frente, mas o entendimento de que seria possível e de­sejável uma relativa cooperação com os grupos de mídia floresceu nos corredo­res da Esplanada.
Já o Ministério das Comunicações (Minicom), no xadrez da composição partidária, terminou nas mãos do PDT. O partido indicou a atual deputado cario­ca Miro Teixeira (PDT) para o comando da pas­ta. A gestão teve forte influência do sin­dicalismo da área das telecomunicações. A equipe chegou a esboçar novas dire­trizes para as políticas de telecomunica­ções, mas não tocou na estrutura do mo­delo excludente que emergiu da privatIzação do sistema Telebrás.
Influenciado por uma visão de fomen­to à pesquisa e ao desenvolvimento na­cionais, a gestão de Miro Teixeira for­mulou o Decreto 4.901/2003, que esta­beleceu diretrizes para a implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terres­tre (SBTVD-T). Além de fixar objetivos inclusivos, na prática a norma estabele­ceu um programa de pesquisa para es­timular que universidades desenvolves­sem soluções brasileiras para esta nova plataforma..."


Íntegra disponível em: http://www.brasildefato.com.br/node/11519

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