sexta-feira, 27 de maio de 2011

Remuneração de servidores com a mesma função: “Diferença de até 4.508%” (Fonte: Correio Braziliense)


“Autor(es): Gustavo Henrique Braga 

Remunerações pagas a servidores com a mesma função no Centro-Oeste têm grandes distorções em relação ao Nordeste e ao Sudeste

Levantamento dos salários pagos por governos estaduais, feito a pedido do Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad) e divulgado ontem, revela distorções de até 4.508% na remuneração de servidores, quando se compara dados entre as regiões e  os locais. É o caso dos rendimentos pagos aos médicos no Centro-Oeste, que variam entre R$ 497,38 e R$ 22.922,48 de um estado para outro. Quando se confronta o salário máximo desses profissionais do Centro-Oeste com o teto no Nordeste, de R$ 14.607,72, a diferença é de 57%. Em relação ao Sudeste (R$ 11.406,21), onde estão 62,3% dos médicos do país, a distância chega a 101%.

“Nesse caso, fica evidente o peso do Distrito Federal nas estatísticas, já que a capital do país conta com recursos da União para pagar os médicos, o que permite remunerações mais altas”, avaliou Sérgio Ruy Barbosa, presidente do Consad. Ele ressaltou que a pesquisa oferece dados de sete profissões, que atuam em três regiões do país (Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste): médico, professor, enfermeiro, soldado, agente de polícia, escrivão e delegado.

Abismo

Entre os agentes de polícia e delegados, o Centro-Oeste também está na dianteira e apresenta os maiores salários máximos: R$ 11.879,08 e R$ 31.866,80, respectivamente. No Nordeste, o pico da remuneração para os agentes é de R$ 3.565,39. No Sudeste, de R$ 8.705,08. Para delegados, o teto salarial nos estados nordestinos é de R$ 16.800 e, no Sudeste, de R$ 19.192,63. “Dar visibilidade a essas diferenças de salários entre servidores que exercem as mesmas funções permite aos governos estaduais desenvolverem políticas mais eficazes na gestão pública”, disse Isabela Bandini, técnica que participou da pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro.

Na profissão de enfermeiro, o abismo se repete: o piso da categoria no Sudeste é um quinto do verificado no Centro-Oeste: R$ 542,42 contra R$ 2,5 mil. Quando a comparação é feita com base nos salários mais altos, a vantagem passa para o Sudeste: R$ 7.110,64, ante R$ 7.083,07 no Centro-Oeste. No Nordeste, as remunerações para enfermeiro variam de R$ 893,79 a R$ 5.626,39.

Outro exemplo dessa distorção está entre o menor salário de um professor no Nordeste, de R$ 510, e de R$ 1.146 no Sudeste — 124% de diferença. Entre soldados, a remuneração máxima é de R$ 2.823,20 contra R$ 6.542,73 no Sudeste, um fosso de 132%. Em todos os casos, os números se referem a funcionários efetivos e incluem todos os benefícios, como o tempo de serviço.”


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