sexta-feira, 20 de maio de 2011

“Ferreira assume a Vale” (Fonte: Correio Braziliense)


“Autor(es): Marta Vieira


Uma reunião fechada da Diretoria da Vale marca hoje, no Rio de Janeiro, a primeira troca de comando em 10 anos na segunda maior mineradora do mundo. Um mês e meio depois de confirmado para presidir a empresa, o economista mineiro Murilo Ferreira receberá o cargo de Roger Agnelli, que não teve o mandato renovado após pressões do governo federal para tirá-lo da mineradora. Ferreira começa a comandar oficialmente a Vale no domingo, já que o mandato de Agnelli termina amanhã.

Nascido em Uberaba, Ferreira deverá ter os primeiros meses de gestão marcados por desafios. Tido como ponderado e conhecido pela capacidade de diálogo, o novo presidente da Vale, avaliam empresários de mineração e analistas de mercado, terá de conciliar interesses do governo, de acionistas acostumados com os bons resultados obtidos durante a gestão Agnelli e da parte da população mais envolvida em projetos da indústria mineral no país. “O desafio é imenso”, resumiu o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Vargas Penna. “O novo comandante da empresa terá de buscar a melhor forma de contemplar interesses, mas o cenário para a Vale é muito positivo.”

Além de conciliar interesses, o novo presidente da mineradora vai enfrentar a briga com os ambientalistas, a escassez de mão de obra e a burocracia que retarda as licenças dos projetos da iniciativa privada, problemas que já têm tirado o sono dos executivos da Vale. Ex-presidente da Albrás, fornecedora de alumínio, Ferreira ingressou na Vale em 1977 como técnico em economia e finanças, chegou ao cargo de diretor de Participações e Desenvolvimento de Negócios e foi presidente da Inco, subsidiária da mineradora no Canadá, em 2007 e em 2008. As relações com a presidente Dilma Rousseff surgiram quanto ela esteve à frente do Ministério de Minas e Energia.

Dar continuidade aos programas da companhia e à meta de dobrar a Vale de tamanho é o grande desafio de Murilo Ferreira, na visão de Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. “Ele terá de dar continuidade a esse trabalho e saber lidar com os pedidos do governo e, ao mesmo tempo, os resultados do negócio”, avaliou. A habilidade de negociador de Ferreira também será necessária em um momento em que o setor tenta mostrar que pode corresponder à expectativa de comunidades do entorno das minas por desenvolvimento socioambiental , observou José Fernando Coura, presidente do Sindicato da Indústria Extrativa de Minas (Sindiextra). “O legado do Roger (Agnelli) foi a valorização do minério de ferro, que viabilizou a abertura de reservas e o surgimento de nova fronteira mineral em Minas, no norte do estado. Agora, Murilo Ferreira tem de consolidar os novos projetos e mostrar que eles são compatíveis com desenvolvimento social e ambiental”, analisou.”


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