A multinacional de máquinas e equipamentos Carterpillar anunciou ontem investimentos de R$ 350 milhões no Brasil até o primeiro semestre de 2012. O volume eleva em mais de dez vezes o investimento anual médio feito pela empresa até 2008 e será em parte usado para que a companhia, originalmente focada no Brasil em mineração e construção pesada e média, se volte ao setor naval e petrolífero, de olho no pré-sal.
"Estamos investindo mais e mais no Brasil à medida que o mercado do País cresce", disse o vice-presidente mundial de petróleo e setor naval da Caterpillar, Richard Case, que esteve no Rio anunciar os planos de expansão. "É um investimento para próximos 20 anos, não para os próximos 20 meses."
Sem abandonar suas outras áreas de atuação, parte dos 6 mil funcionários da Caterpillar no Brasil se prepara para atender à demanda por energia em alto-mar que será criada com a duplicação da frota de navios da Petrobrás e da chegada de novas companhias ao País para explorar o pré-sal.
A partir do terceiro trimestre, a empresa deixa de importar geradores e sistemas de propulsão diesel-elétricos de sua fábrica de Lafayette, em Indiana (EUA), e passa a produzir os geradores de última geração da série 3.500 em Piracicaba, São Paulo.
Há hoje mil desses já em atividade no País. Cinco unidades 3.500, de 24 toneladas cada, já foram usadas para abastecer uma cidade inteira do tamanho de Santarém, no Pará. Podem ser usadas como geradoras principais, na falta de alternativa, ou como auxiliares.
Segundo a empresa, a Petrobrás tem exigido o uso de embarcações com motores elétricos, que são mais confiáveis e estáveis em caso de pane, o que se faz necessário já que os campos do pré-sal estão a centenas de quilômetros da costa.
O presidente da Caterpillar Brasil, Luiz Calil, afirma que o índice de nacionalização ficará acima de 60% e será certificado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo ele, não existe produção de modelos equivalentes no mercado brasileiro com índice de nacionalização semelhante.
Calil também afirmou que está negociando com oito a dez fornecedores estrangeiros interessados em investir no Brasil e espera que as conversas com entre três e quatro deles de fato se concretizem em negócios.
O investimento de R$ 350 milhões, que não foi detalhado, também será usado em outras áreas da empresa, que em 57 anos no País se especializou na construção de escavadeiras, compactadores, motoniveladores e outros equipamentos de grande porte, como retroescavadeiras para mineração do tamanho de Boeings 747.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário