"Queda ocorre um dia após governo determinar redução de preços de gasolina e álcool da BR para segurar inflação
Um dia depois de a BR Distribuidora ter anunciado redução dos preços da gasolina e do álcool hidratado - de 6% e 13%, respectivamente - para sua rede de postos em todo o país, o consumidor já encontra combustível até 11,5% mais barato do que na semana anterior. Levantamento feito pelo GLOBO em dez postos do Rio mostra que os preços da gasolina começaram a baixar ontem, acompanhando reduções do preço do álcool. O freio nos preços foi articulado pelo governo, conforme antecipou o GLOBO na terça-feira, que decidiu usar a BR, subsidiária da Petrobras - que conta com 7 mil postos de um total de 37 mil revendas no país e negocia mais de 40% do volume de combustíveis vendido - para acelerar a normalização dos valores cobrados nas bombas. Trata-se de uma estratégia para conter a alta da inflação.
De acordo com o levantamento, o Posto Escola da BR, na Lagoa, baixou o litro do etanol de R$2,599 para R$2,299 - uma queda de 11,54%. Já o litro da gasolina também ficou mais barato no posto, passando de R$3,149 para R$2,999 em uma semana - queda de 4,76%. Do outro lado da cidade, na Tijuca, mais um posto da BR alterou os preços. Enquanto a gasolina passou a ser vendida ontem por R$2,938, numa queda de 4,30%, o preço do álcool caiu para R$2,298 (10,55%).
Distribuidoras: ação do governo é desnecessária
As reduções, contudo, não ficaram restritas aos postos BR. Na Praça da Bandeira, o posto Mini Praça, sem bandeira, o preço do álcool caiu para R$2,179 (4,84% a menos do que na semana passada). Já a gasolina ficou quase 2% mais em conta no posto Palácio Guanabara (Esso), em Laranjeiras .
- Com preços mais altos, o posto ficou mais vazio. Com os preços melhores, e devem cair mais, os consumidores devem voltar a abastecer como antes - disse um frentista de um posto Ipiranga no Rio Comprido.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, destacou ontem que os preços do álcool hidratado (combustível) e do anidro (misturado á gasolina) vão continuar caindo nas próximas semanas. Mas, para o executivo, essa redução não se deve à intervenção do governo federal na BR Distribuidora. Mas sim a um aumento natural da oferta do álcool (período de safra) pelos usineiros.
- Essas recomendações do ministério (de Minas e Energia) são desnecessárias. Os preços estão caindo e vão continuar a cair naturalmente pelo aumento de sua oferta. Acredito que até o fim deste mês o álcool voltará a ser competitivo com a gasolina - disse Vaz, frisando que a redução de preços feita pela BR se deve ao aumento da oferta do produto. - O governo não pode querer que as empresas tenham prejuízo, para acelerar a queda dos preços. Acredito que a redução dos preços da BR é dentro da normalidade do mercado, e não seja um movimento que cause prejuízos para a empresa - afirmou Vaz.
O administrador Ricardo Borba mora na Lagoa e trabalha em Santa Cruz. Vai de carro para o trabalho e, por isso, sabe o peso dos gastos com combustível no seu orçamento. Por mês, são de R$500 a R$600 apenas para abastecer seu veículo.
- Nas últimas semanas senti um aumento de 10% nos gastos no posto. Como não há como cortar esse custo, abasteço perto do trabalho, onde é mais barato do que perto de casa.”
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