As centrais sindicais são contrárias a demissão do total de quatro mil trabalhadores nas obras de construção da usina em Jirau (RO), mas este posicionamento é apenas aparente - na prática, os sindicalistas não podem impedir uma dinâmica interna. É o que explica Messias Melo, secretário de relações do trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para quem a maior parte dos operários não quer voltar às obras. "Dos seis mil trabalhadores que a Camargo Corrêa mandou de volta para suas casas, quando o conflito começou, ao menos 2,5 mil não querem voltar a Jirau de jeito nenhum."
Na reunião realizada ontem, além de Carvalho e Camargo Corrêa, participaram integrantes de sete centrais sindicais, do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Ministério do Trabalho. Enquanto as centrais concordaram em "facilitar" o desligamento daqueles operários que não desejam voltar às obras, à Camargo Corrêa ficou com a incumbência de permitir maior participação do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil da região na fiscalização quanto à jornada de trabalho.
Descontente com o acerto entre governo, sindicalistas e empresários, o Conlutas, central ligada ao PSTU, abandonou a mesa de negociação. "Como pode o trabalhador sair perdendo de algo que é culpa da empresa?", diz Atnágoras Lopes, do Conlutas. (Colaborou Josette Goulart)”
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