“Autor(es): Denise Carvalho | De São Paulo A Usiminas aprovou ontem em assembleia geral extraordinária, por maioria, a proposta de mudança estatutária que altera o critério de reembolso a acionistas. Segundo a nova regra, a Usiminas passará a usar o patrimônio contábil, no lugar de valor apurado por peritos, para pagar os investidores que quiserem vender sua participação. A siderúrgica informa no sumário da ata da reunião que as alterações no estatuto social foram aprovadas com abstenções. O texto não diz, porém, como votaram os acionistas do bloco de controle - Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa e Caixa dos Empregados da Usiminas - nem como se manifestaram os minoritários, como a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), a CSN e o fundo Lazard Asset Management. A grande expectativa de investidores é saber como a CSN se posicionou. Dona de 8,6% das ações ordinárias e 5% das preferenciais, a CSN vem adquirindo papéis da Usiminas desde o início do ano com a intenção de obter assento no conselho de administração e lugar no bloco de controle. Se a CSN aprovou a mudança na assembleia, isso pode ser um sinal de que a empresa, controlada pelo empresário Benjamin Steinbruch, negocia a aquisição de participação no controle com um ou mais acionistas, o que prejudicaria os planos da Gerdau. Nos bastidores, minoritários comentam que a Caixa dos Empregados da Usiminas quer se desfazer de seus 10% do capital total o mais depressa possível. Sua participação é considerada valiosa por fazer parte do bloco de controle até 2016 e dar direito a veto em decisões da Usiminas. Além disso, não está descartada a possibilidade de a CSN negociar a fatia do grupo Camargo Corrêa na siderúrgica mineira. "A produção de aço não está entre os negócios prioritários da Camargo, que são concessões de energia e rodovias, cimento, construção e engenharia", avalia um executivo próximo do grupo construtor. Por outro lado, se a CSN votou contra a proposta de mudança estatutária, pode significar que a empresa virou "carta fora do baralho" na disputa. Assim, a CSN liberaria o caminho para a rival Gerdau entrar na siderúrgica. Segundo rumores de mercado, a Gerdau vem negociando a aquisição das fatias dos grupos Votorantim e Camargo Corrêa, que detêm, juntos, 12,9% do capital total da Usiminas. Os rumores sobre a venda da Usiminas ainda prometem novos capítulos. Segundo apurou o Valor, minoritários da siderúrgica estão articulando entrar com uma reclamação na CVM para questionar a votação da mudança do critério de reembolso, por conflito de interesses. Se aceitar a reclamação, a autarquia pode abrir um processo sancionador contra os administradores e controladores.” |
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